Professores e técnicos entram em greve em universidades federais

by Diário do Vale

Rio – Professores e trabalhadores técnico-administrativos de instituições públicas de ensino superior entraram em greve nesta quinta-feira, por tempo indeterminado, em vários estados. Os profissionais querem pressionar o governo federal a ampliar os investimentos na educação pública.

Na semana passada, o governo anunciou contingenciamento de recursos do Orçamento Geral da União 2015. Para a educação – setor que está entre as maiores reduções de gastos – serão cortados R$ 9,423 bilhões. Entre as reivindicações dos funcionários, estão a reestruturação da carreira e a reposição de 27% das perdas salariais. O último reajuste foi em 2012.

Os docentes aprovaram a greve no dia 16 de maio, em reunião do Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), em Brasília. De acordo com o sindicato, 19 instituições estão paralisadas. Entre elas, a Universidade Federal Fluminense e as federais de Alagoas, Sergipe, Tocantins, Pará, Amapá e Lavras (MG).

“Houve uma expansão significativa das universidades federais, mas as condições da expansão são precárias. Tivemos, além de dificuldades que já existiam, um contingenciamento de recursos nos três primeiros meses do ano. As universidades não estão conseguindo pagar as suas contas”, diz o presidente do Andes-SN, Paulo Rizzo.

Os trabalhadores técnico-administrativos decidiram pela greve em plenária nacional na segunda-feira (25). Segundo a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), na última reunião feita com o governo, no dia 22 de maio, foram apresentadas posições do governo que “efetivamente não acatam a centralidade de nossas demandas”.

A Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), que representa 11 sindicatos, entende que agora não é momento para a paralisação. “A negociação acabou de começar”, diz o presidente da federação, Eduardo Rolim. Segundo ele, o cronograma de diálogo estabelecido com o governo segue até julho.

Rolim explica que a categoria recebeu um reajuste que variou de 25% a 44% em 2012 e que o acordo tem validade de três anos, prazo que terminou em março. “Agora é necessário garantir um novo reajuste. Além disso, há necessidade de reestruturar a carreira. Para que haja reajuste no próximo ano, o governo precisa enviar a proposta para ser votada pelo Congresso até agosto”, afirma.

Com as greves, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) antecipou a reunião do conselho pleno, que ocorreria no dia 29 de julho para o dia 9 de junho.

O Ministério da Educação (MEC) publicou nota na terça-feira na qual critica a decisão pela greve “sem que seja precedida por um amplo diálogo”. A pasta diz que a deflagração do movimento agora só faria sentido “quando estiverem esgotados os canais de negociação”.

“Normalmente, o Poder Público atende tanto quanto pode, segundo realidades conjunturais, recursos disponíveis, agendas e acordos consagrados, sempre tendo em vista o fim superior, que é a educação inclusiva, de qualidade”, diz a nota. O ministério destaca que segue disposto a dialogar com a comunidade das instituições federais.

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1 comment

Nico 30 de maio de 2015, 19:20h - 19:20

As frequentes greves nas IFES sempre são anunciadas como sendo “uma luta pela Universidade Pública, Gratuita e de Qualidade”…Faça-me rir – ou melhor chorar, pois o meu imposto sustenta essa farra! Na verdade, os servidores públicos da educação não fazem greve: eles tiram férias remuneradas! Para quem não sabe, mesmo fazendo greve os funcionários continuam a receber seus salários e, absurdo dos absurdos, até benefícios como vales transporte e alimentação…Além disso, a quase totalidade dos grevistas fica em casa durante a greve – descansando a custa do suor dos brasileiros que pagam seus salários a troco nada. Reposição de aula, quando ocorre, é mal feita: afinal, o ano tem apenas 365 dias e os pobres funcionários ainda tem direito a suas férias – mesmo após ficar meses em casa de greve…Após alguns meses em casa, o governo oferece um reajuste salarial aos funcionários e a greve acaba…Peraí, mas a greve não era pela “Universidade Pública, Gratuita e de Qualidade”?!?!? Pois é…

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