Projeto Reviver comemora 8 anos nesta segunda-feira (12)

Igreja na Vila Rica terá comemoração com atrações especiais

by ana Calderone

Foto: Divulgação

Volta Redonda – O Projeto Reviver, da Igreja Família Viva, da Vila Rica, está comemorando 8 anos de fundação nesta segunda-feira (12), com uma programação especial. O projeto tem o intuito de ajudar dependentes químicos e suas famílias.

O culto terá a participação do evangelista Eduardo e o louvor será com Bruno Lee. Além das presenças especiais, os presentes também participarão de um sorteio.

O culto está marcado para as 19h30, na Avenida Dois, nº 38, no Jardim Vila Rica, em Volta Redonda. “Será um culto com uma dinâmica muito alegre. Esse ano eu acredito que nós vamos nos superar, porque a galera está muito envolvida”, revelou o presbítero Jorge do Nascimento.

O presbítero falou sobre a importância do projeto Reviver ao longo desses anos de existência. “A gente trabalha com famílias, com casais, com filhos. Isso depende muito de quem está no momento de precisando de socorro. Então, é muito eclético. Porque tem hora que é um jovem, a outra hora é uma mulher, a outra hora é um adulto já de idade. Então, no relacionamento, às vezes a pessoa está se relacionando mal com ela mesma. É muito dinâmico. E é essa alegria que me dá, de não ter um tema específico para a gente lidar com a pessoa que se encontra na base do problema”, reforçou Jorge, lembrando que os cultos acontecem todas as segundas, às 19h30.

Dependência química

Jorge explicou ainda como é feito o trabalho com as pessoas que precisam de ajuda por conta da dependência química. Segundo ele, existe uma inversão de valores quanto a este tema.

“A primeira coisa é que o dependente químico não tem problema com droga. A droga, na realidade, é o prazer dele, para ele é a solução. A sociedade inverte os valores. Eu vejo isso na sociedade; eu, como ex-dependente químico. Acho que o dependente  está aproveitando da liberdade que lhe foi dada. Nós todos somos livres. Nós falamos sobre liberdade de expressão, sobre cada um quer ser o que quer. O cara pode ser o que ele quer. A pessoa pode roubar, a pessoa pode usar droga, mas tem alguns percursos ali que ela vai ter que responder devido a cada coisa que a sociedade colocou como infração, a lei, para que  seja julgada dentro daquele aspecto. Então, o que eu penso a respeito é o que a gente tem vivido”, contou.

Para Jorge, o tratamento deve ser feito em conjunto com a família, todos precisam ser ‘tratados’ e não só o dependente químico. “As pessoas vão ali e deixam o dependente químico e acham que ele precisa do tratamento. Mas, na maioria das vezes, o tratamento é em casa, é na família, na forma que a pessoa foi conduzida àquilo. Os pais precisam ser tratados. A grande maioria dos dependentes químicos  são pessoas que foram criadas sem ouvir ‘não’”, frisou.
O presbítero salientou que não é só o dependente químico que sofre com a situação, mas sim todos os que estão ao seu redor, que querem ajudar. “Quando você não fala ‘não’ para aquela pessoa, quando você dá tudo para ela, não expõe para ela uma realidade da vida, ela acaba se corrompendo, aproveitando da liberdade que  teve para usar e chantagear a mãe. Com isso, a mãe fica com medo de perder filho. Então esse também é um problema que muitas pessoas escondem por causa da vergonha, por ser codependente, por participar daquilo”, explicou.

De acordo com Jorge, quanto mais cedo for o pedido de ajuda, mas chances de sair do problema. “Quando eles vêm nos pedir ajuda é porque já não tem mais jeito, já está correndo o risco de ser morto, a polícia já está atrás. Os relatos são diversos. Eles, quando não dão mais conta, pedem ajuda. Mas tem jeito: o amor vence tudo. O amor ultrapassa a barreira. Mas tem que entender que não é só deixar o dependente químico e achar que ele vai ser curado. Vai sim, muitas pessoas são tratadas, mas quando chega em casa, às vezes, e tem aquele mesmo desconforto, aquela mesma realidade, que vai fazer com que ele retorne à sua origem, aos seus maus hábitos. Então, não podemos desistir. E temos que investir maciçamente, não só a igreja, mas também a sociedade”, reforçou.

História

Jorge contou que foi dependente químico por anos e que hoje realiza esse trabalho para que os usuários sejam vistos com outros olhos.

“Eu fico muito alegre de poder hoje fazer parte disso. Já são 12 anos que eu não uso mais, não faço mais uso de drogas, que eu não cometo qualquer tipo de delito, de desvio de conduta. O que eu aconselho é que tenhamos bons olhos para essas pessoas, estudemos uma forma melhor para lidar com isso, para trazê-las à realidade, para que possamos viver num mundo mais sociável, num mundo mais protetivo. Como diz a palavra, a gente ama um como irmão, amando o próximo como a si mesmo. Eu amo as pessoas, na minha casa dormem pessoas que moram na rua, às vezes a gente não tem centro pra colocar e a gente recolhe as pessoas até arrumar um lugar pra que elas possam ser abrigadas, porque a gente trabalha só com pessoas que querem ajuda. Quem quer ajuda, a gente ajuda. Quem não precisa de ajuda, quando precisar, nós vamos estar dispostos”, finalizou.

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