Volta Redonda – Embora o nome bullying seja relativamente recente, as práticas existem há muito tempo. A psicopedagoga Fátima Ribeiro Cardoso afirma que esse tipo de violência sempre existiu, no entanto, hoje existe maior divulgação. Ela ressalta ainda que o bullying é entendido como todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são praticadas por um ou mais indivíduos. Ela diz também que o objetivo das ações é intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender.
Para ela, uma pessoa que pratica esse tipo de agressão é induzida pela necessidade de autoafirmação da imagem. Pessoas inseguras usam o bullying para tentar se sentir poderosos. Embora geralmente ocorra na fase escolar, onde as crianças passam a conviver mais próximas das outras, não há uma faixa etária. Pessoas introvertidas e tímidas, que tem dificuldade de se expressar verbalmente, com baixa capacidade de reação são as mais comumente expostas á essa situação.
A psicopedagoga declara que bullying com crianças e adolescentes pode resultar em adultos com sentimentos negativos, baixa autoestima, depressão, irritação, medo, vergonha, queda no rendimento escolar, retraimento social, infelicidade, ansiedade, alterações do sono ou apetite e tristeza.
Casos de bullying que não recebem a devida atenção podem resultar em graves problemas de relacionamento, incluindo comportamento agressivo. Quando existe a agressão, outros problemas que podem surgir são problemas de aceitação própria, mudanças corporais e comportamentais.
A psicopedagoga informa que a primeira socialização do indivíduo acontece na família, por isso cabe a ela ensinar a criança a não agir com os outros da maneira como não gostaria que agissem com ela.
– Pais e responsáveis devem estar atentos às suas próprias atitudes, as suas reações diante das situações de conflitos e estresse. Na escola, onde acontece a maioria dos casos, é interessante manter um planejamento fixo, um trabalho focado para orientações e intervenções que possam vir a ser necessárias em caso de bullying. O ideal e o mais importante é trabalhar as relações pessoais, o auto-conhecimento, as emoções de cada criança – diz ela.
A melhor forma de acabar com o bullying é sempre o diálogo. Conhecer o indivíduo que o pratica, conhecer suas emoções, o que o leva a ter essas atitudes. Segundo a psicopedagoga, quem pratica, geralmente, tem seus relacionamentos afetivos prejudicados. A pessoa que pratica, assim como a que sofre precisam ser tratadas.
Para ajudar e saber como agir caso alguma criança ou adolescente esteja passando por esse tipo de agressão é necessário estar próximo dela. Conversar, escutar, perceber sua dor. A psicopedagoga informa que caso as agressões aconteçam na escola, é preciso procurar a orientação escolar para possibilitar um trabalho com diálogo entre os alunos envolvidos.
– Nunca orientar a revidar as agressões e sim a buscar ajuda da orientação escolar, solicitar registros de ocorrências, pois o ato do bullying fere princípios, respeito à dignidade da pessoa. – adverte Fátima.
2 comments
Uau! Retrata muito bem a triste realidade encarada por muitas crianças hoje nas escolas públicas e particulares… Matéria muito bem escrita
As pessoas se tornam fortes apartir de momentos de dificuldade e frustrações. Hoje em dia as crianças e adolescentes não podem ter frustrações e acabam sendo adultos fracos despreparados para mercado de trabalho e para a vida adulta. Vamos dizer não para crianças, colocar limites só assim a sociedade voltará ser construída por pessoas educadas e honestas.
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