Retomada de obras de usina nuclear pode resgatar economia de Angra dos Reis

by Diário do Vale

Obra de Angra 3 tem grande potencial de geração de emprego e pode melhorar situação em Angra dos Reis

Angra dos Reis- A notícia de que o governo federal pretende retomar a construção da usina nuclear Angra 3 ainda em 2020 traz algumas expectativas positivas para Angra dos Reis. A cidade precisa urgentemente de geração maciça de empregos, depois que sua atividade industrial mais significativa, a construção naval, foi reduzida a cerca de 10% do que foi no auge, antes que as denúncias de corrupção em contratos para a construção de plataformas de petróleo praticamente encerrassem as atividades do estaleiro Brasfels.

No auge das obras civis, a construção de Angra 3 empregou milhares de operários. A esperança é que a retomada dos serviços, agora com a fase de montagem eletromecânica, implique um número significativo de contratações, o que fará aumentar a quantidade de dinheiro circulando na cidade e ajudará a gerar postos de trabalho nos setores de comércio e serviços.

TCU retira recomendação de paralisação

Ainda em 2018, o Tribunal de Contas da União (TCU) retirou a recomendação de que as obras da usina continuassem paralisadas. A decisão foi tomada no dia 12 de setembro e divulgada no dia 19. Motivo: os contratos com irregularidades apontadas pelo órgão foram anulados.

Papel importante

Esta semana, o Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que o Governo está comprometido em retomar o projeto de Angra 3, usina que, segundo ele, terá um papel importante  no atual e no futuro sistema elétrico nacional. Segundo ele, as obras serão retomadas em 2020 e não em 2021 conforme foi anunciado pelo presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães. O ministro participou na quinta-feira, 04, da reunião de encerramento do World Nuclear Spotlight, no Rio. A intenção é encontrar um modelo de parceria que permita que parceiros internacionais invistam na usina.

-Nos Estados Unidos, tive apenas reuniões com o secretário de energia Rick Perry, que disse que as empresas norte-americanas tinham interesse em participar, em particular a Westinghouse, e esse evento aqui demonstra isso – disse.
Albuquerque afirmou aos presidentes de empresas do setor nuclear presentes no evento que a usina vai incorporar 1.405 MW à rede elétrica brasileira, que tem dimensões continentais, a partir de janeiro de 2026.

O ministro reconheceu que o andamento do projeto depende de um processo complexo de decisões e que os primeiros passos estão sendo dados nessa direção. Ele se referiu à recente iniciativa da Eletronuclear em realizar uma consulta ao mercado para definir um modelo de negócio mais atrativo para alcançar uma parceria da empresa brasileira com as empresas nucleares internacionais.

O ministro ainda descartou qualquer iniciativa no sentido de privatizar a Eletrobras, e afirmou que os estudos que estão sendo feitos no momento são apenas variações do tipo de modelagem de capitalização que podem ser utilizados em uma futura oferta em bolsa de valores.

Plano

Bento Albuquerque informou que em dezembro o Ministério de Minas e Energia (MME) vai divulgar o Plano Nacional de Energia 2050 (PNE 2050), que vai trazer o planejamento do setor considerando os novos investimentos necessários para apoiar a crescente demanda elétrica brasileira e contribuindo para a geração de carga básica.

Para o intervalo entre 2020-2030, o PNE deve prever o aproveitamento das tecnologias já existentes; e no intervalo de 2040-2050, o planejamento do setor deve considerar também tecnologias avançadas, já provadas, como reatores nucleares de 4ª geração e pequenos reatores nucleares modulares (SMRs, na sigla em inglês), que podem oferecer garantias de energia firme aos grandes centros de carga do País.

‘Grupo selecionado’

Albuquerque destacou que o Brasil participa de um grupo selecionado de países que tem grandes reservas de urânio e tecnologia desenvolvida para processar combustível nuclear. “Parece que não é razoável não participar no mercado internacional de combustível nuclear como fornecedor, para transferir para a sociedade os benefícios dessas vantagens”, salientou o Ministro.

O ministro defendeu que o Brasil precisa estabelecer um novo negócio para mineração e tratamento de urânio, considerando parcerias público-privadas, semelhantes aos modelos em consideração para Angra 3.
Ele defendeu as reformas estruturais em desenvolvimento pelo Governo:

-Estamos trabalhando duro, com determinação, para que sejam realizadas as reformas estruturais. Elas são essenciais para a saúde e a sustentabilidade financeira das contas públicas, que permitirão transformar o cenário econômico e abrir novas oportunidades para investimentos de longo prazo – disse.

Segundo Albuquerque, as reformas permitirão criar um ciclo virtuoso da economia, que gerará a confiança para abrir o mercado brasileiro aos negócios externos, incentivando a concorrência, a produtividade e a eficácia. “Todo o setor produtivo se beneficiará de um ambiente de negócios com menos regulamento e burocracia”, enfatizou. E concluiu:

“Estamos preparados para escutar e avaliar, com serenidade e transparência, aspectos sempre dedicados ao interesse público, às múltiplas demandas dos diferentes setores. Concentramos nossos esforços para fazer mais e melhor. Sabemos que os desafios são enormes. No entanto,  também temos certeza de que temos a vontade, os meios e a coragem de superar esses obstáculos. O governo brasileiro está comprometido, de corpo e alma, em realizar as reformas necessárias que irão mostrar nossas capacidades e possibilitar  ao país um novo começo, um novo capítulo,  sustentável, de desenvolvimento de sua história.”

Paradas

As obras da usina Angra 3 estão paradas desde 2015 quando foi alvo da operação Lava Jato, que constatou esquema de desvio de recursos por parte das empreiteiras e de políticos. As denúncias levaram à prisão do ex-presidente Michel Temer no dia 21 de março.

Grupo de trabalho vai elaborar
propostas para o setor elétrico

O Ministério de Minas e Energia (MME) instituiu um grupo de trabalho (GT) para desenvolver propostas de modernização do setor elétrico. O grupo, segundo a portaria publicada na sexta-feira, 5, no Diário Oficial da União, vai analisar temas como ambiente de mercado e mecanismos de viabilização da expansão do sistema elétrico.
Também serão debatidos os mecanismos de formação de preços, as políticas de encargos e subsídios, o uso de novas tecnologias e a sustentabilidade dos serviços de distribuição de energia, entre outros temas.

Após a finalização dos trabalhos, o GT deverá apresentar o relatório de atividades ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, com um plano de ação e as propostas de modernização do setor.

Prazos
O prazo para conclusão dos trabalhos é de 180 dias, com possibilidade de prorrogação, uma única vez, por mais 90 dias. Segundo o MME, foram estabelecidos prazos intermediários de realização dos trabalhos e, no final de cada período, poderá ser realizada reunião pública para apresentação de seu desenvolvimento e coleta de contribuições.

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2 comments

Justiceiro 7 de abril de 2019, 16:14h - 16:14

Agora o país está no controle ….com o presidente que irá resolver todos os problemas do nosso país …que até agora a única coisa que de foi anunciar o fim do horário de verão…

José Silva 7 de abril de 2019, 15:32h - 15:32

Tomara que não ponham ninguém para roubar, como foi feito durante o governo do PT. O resultado tá aí, até com dois ex-presidentes eleitos por ele sido presos!

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