Rio completa 450 anos com expansão do emprego em comércio e serviços

by Diário do Vale

Rio

 

A cidade do Rio de Janeiro completou 450 anos de fundação neste domingo (1º), comemorando a expansão do emprego no setor de comércio e serviços. Dados divulgados esta semana pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) revelam que o emprego no setor de comércio de bens, serviços e turismo representou 43,4% do total de postos gerados no município em 2013, contra 41,9% em 2008.

O gerente de Economia da Fecomércio-RJ, Christian Travassos, destacou que, no cenário recente, comércio e serviços desbancaram a indústria de petróleo e a construção civil como sustentação da economia carioca e fluminense.

– Avançou a participação do setor na geração de emprego nos últimos anos, indicando a zona oeste com crescimento interessante comparado com a média. A gente pode dizer que o comércio cresceu em postos de trabalho com carteira assinada, puxado pela zona oeste e pela zona norte também – manifestou.

Segundo o economista, esse crescimento tem a ver com o amadurecimento do mercado consumidor e também com o papel diferenciado do segmento de serviços. As pessoas estão demandando mais serviços, o que leva os estabelecimentos a contratar mais mão de obra. É o caso de supermercados e restaurantes, por exemplo.

– Há também uma preocupação maior com a aparência, o que amplia o número de salões de cabeleireiro na cidade com um todo, novamente com maior protagonismo das zonas oeste e norte – acrescentou.

Travassos admitiu que os grandes eventos ajudam a aumentar a oferta de empregos na cidade. “Mas não é só isso”, disse ele. Esse movimento ocorre porque o próprio carioca demanda mais serviços de modo geral, sejam eles governamentais – ligados à saúde e educação –, sejam atrelados à terceira idade ou serviços turísticos. Ele avaliou que, como a economia carioca é muito pautada pelo setor de serviços, isso a torna mais estável do que a média nacional. “É um crescimento mais homogêneo”. O fato de a cidade estar pautada por serviços segue uma tendência mundial, acrescentou.

O incremento do segmento turístico puxa o emprego nas áreas de restaurantes, vestuário, supermercados, hotéis, que se fortaleceram tanto em número de postos de trabalho como de estabelecimentos. Enquanto na zona sul da capital existe um protagonismo de estabelecimentos ligados ao turismo, na absorção de empregos, na zona oeste saem os hotéis e entram os supermercados; na zona norte aparecem segmentos totalmente diversos na dianteira da geração de postos de trabalho, com predominância de serviços de limpeza e de vigilância, e, no centro, os restaurantes lideram na criação de empregos, “mas há ainda teleatendimento e serviços de engenharia na absorção de empregos com carteira assinada”.

Os números mostram que a zona norte do Rio é líder absoluta em quantidade de empregados no setor de comércio de bens, serviços e turismo, com 375.090 postos, ou o equivalente a 14,3% do total de empregos no Rio de Janeiro, e de estabelecimentos (52.956), correspondentes a 19,5% do total da cidade. “[Isso ocorre] até por sediar empresas que prestam serviços em outros locais do município”, lembrou Travassos.

O economista salientou, entretanto, que o crescimento mais robusto é observado na zona oeste, que “é a fronteira do crescimento habitacional” no município. A zona sul e o centro tiveram queda na absorção de empregos. De 2008 a 2013, o emprego evoluiu na zona oeste, passando de 9,7% do total para 10,8%. Na zona norte, também houve expansão, embora menor (de 13,8% para 14,3%), enquanto as zonas sul e centro tiveram redução de empregos (de 6,3% para 6% e de 11,2% para 10,5%, respectivamente).

 

Rio se consolida como destino turístico importante para o Brasil

 

O turismo no Rio de Janeiro vem crescendo a um ritmo de 4% a 5% ao ano, acima do nível das principais capitais do mundo, informou o especialista em Turismo da Fundação Getulio Vargas Projetos (FGV Projetos) André Coelho. Para ele, o Rio de Janeiro é, historicamente, uma cidade importante para a atração de visitantes para o Brasil.

O processo teve início no período colonial, quando o Rio recebia mercadores que não só traziam sua experiência, como falavam das belezas naturais e das características da cidade ao retornarem a seus países de origem. “Era um porto seguro, porque se tratava de uma baía. Então, desde a época da colônia, o Rio já despontava como cidade relevante para os visitantes”, observou.

André Coleho destacou que, na fase pós-colônia, o município passou a ser um ponto de parada regular para muitas viagens internacionais. “Isso fez também com que o Rio de Janeiro desenvolvesse uma característica internacionalizada”. No século 20, a cidade começou a ganhar força devido à exposição de sua música, com destaque para a bossa-nova, e pelo fato de ser a capital à época.

No período entre 1970 e 1980, o Rio de Janeiro se consolidou lá fora como destino referência do Brasil. “Quando você pergunta a um turista potencial, aquele que não visitou o Brasil ainda, o que lhe vem à mente, entre as primeiras coisas que ele diz estão o Rio de Janeiro, o carnaval, o Corcovado, o Cristo Redentor, que são todos símbolos do município. O Rio de Janeiro é muito importante como representação do Brasil no exterior”, declarou.

O especialista da FGV Projetos disse que a Copa do Mundo de Futebol deu muita visibilidade para o Brasil e, em consequência, para o Rio de Janeiro. Ele acredita que o saldo dos Jogos Olímpicos, que ocorrerão na cidade em 2016, será também positivo, em termos de legado de imagem para o município e o país.

O turismo desenvolve a cidade economicamente, “é um grande gerador de empregos”, salientou. Por ser um segmento de serviços, o turismo emprega bastante mão de obra, desde a mais qualificada até a menos capacitada. “É um setor importante na sua cadeia como um todo, que engloba as áreas de hospitalidade, hotelaria, restaurantes, fornecedores, transportadoras, entre outras, que se beneficiam da geração de emprego.”

André Coelho aposta que o turismo no Rio de Janeiro vai continuar se desenvolvendo, mas alertou que a cidade precisa melhorar cada vez mais as condições para os visitantes, “para que essa troca se potencialize”. Ele lembrou que o turista de hoje pesquisa, compara, analisa preços e avalia o seu destino na internet e em conversa com outras pessoas, antes mesmo de viajar.

O especialista avaliou que a cidade deve aproveitar as obras em curso para melhorar a infraestrutura, porque isso é essencial para o desenvolvimento do turismo. O melhor turista, disse ele, é aquele que vem, gasta e volta falando bem da sua viagem. Por isso, é importante que o turista possa fazer tudo sozinho, se deslocar pela cidade e se orientar por meio de placas de sinalização e informações em outros idiomas. “Isso é importante para que ele possa interagir com a cidade, voltar satisfeito e fazer a melhor propaganda, que é o boca a boca, ainda que virtual”, destacou.

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