Saiba como a psicologia e a neurociência podem contribuir no desenvolvimento de uma criança

Conheça artifícios para utilizar em quarto infantil e estimular as crianças da maneira certa

Por Agatha Amorim

Sul Fluminense – Segundo a arquiteta Raíssa Barbosa, a influência de um espaço físico nos adultos não necessariamente é a mesma que em uma criança. Isso acontece devido às transformações que o cérebro passa com o crescimento da criança, tornando-a mais vulnerável aos estímulos do entorno. Dentro dessas transformações, existem as etapas desse crescimento desde o nascimento. Por exemplo, 90% das crianças aprendem que outras pessoas têm sentimentos e pensamentos diferentes dos dela entre os 4 a 5 anos.

Quando falamos de arquitetura, que é um estímulo visual, e de um ambiente projetado para uma criança, como o seu quarto, precisamos levar em consideração os aspectos do desenvolvimento e aplicar os estímulos certos. Planejar um espaço em que ela se sinta segura, mas que apoie a criação de um senso de identidade, pois é na infância que elas desenvolvem o banco de memórias básico que influenciará o comportamento ao longo da vida. É importante que ali seja um ambiente desafiador e estimule os sentidos, não só no cérebro, mas no corpo da criança. Esse corpo ativo é fundamental para a saúde mental e física.

A arquiteta conta alguns artifícios que podem ser usados em um quartinho de criança e a importância deles com base na psicologia e na neurociência. “Deixe a criança dizer o que gosta, que ela ‘decida’, para se sentir em um espaço que ela se expresse verdadeiramente.” explica.

De acordo com pesquisas feitas pela UFJ, a criança entenderá que é insuficiente para fazer suas próprias escolhas, e tudo que gosta é reprovado pelas pessoas que mais ama, seus pais. Podendo se transformar em um adulto inseguro que não consegue tomar decisões. A utilização de elementos da natureza trazem identificação e reconhecimento de forma inconsciente como um ambiente seguro. Por sermos primitivos, nossa memória reconhece o espaço como nosso habitat.

A mente processa símbolos, como o lúdico e os temas nos quartinhos, sendo assim, utilizar elementos que apenas remetem a natureza é uma boa opção para bebês, por exemplo: Texturas, formas, cores e símbolos que possam representar a natureza. Para crianças com autismo, um cantinho de refúgio para se sentir protegido, como cabaninhas, materiais como tecidos nas paredes e pisos vinílicos ajudam a minimizar os ruídos.

Cores sempre leves, tendo cuidado ao utilizar o azul, pois tende a estimular o lúdico, que não é o ideal para os autistas. E pensar sempre em locais para estimular a criatividade. Já para crianças hiperativas, evite as luzes brancas, quartos com cores únicas e Tv, pois potencializam a hiperatividade.

As cores azuis e verdes, em tons claros, trazem conexão com a natureza, nosso habitat natural, portanto, relaxam e acalmam. Os tons de rosa trabalham a empatia, e amarelos e alaranjados podem estimular criatividade, alegria e confiança. Cuidado com as cores saturadas. Não quer dizer que só possam ser utilizadas cores pastéis, mas estamos falando do quão vibrante ela é. A cor é medida como frequência, por isso, seu efeito para nosso cérebro se assemelha a um som alto e causa irritabilidade. Todos esses pontos que a arquiteta apontou demonstra cada vez mais os cuidados nas escolhas de um quarto infantil, da responsabilidade na utilização de cada item e o quanto eles podem afetar a longo prazo.

 

Raíssa Barbosa é arquiteta, sócia da Molde arquitetura, e responsável pelo processo criativo do escritório. Se dedica ao estudo da psicoarquitetura e neuroarquitetura para aplicação projetos, trazendo melhor qualidade de vida para os clientes.

É apaixonada por cores, estampas e cachorros, não necessariamente nessa ordem.

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