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Resende –Neste domingo (9), a bailarina Samira Marana apresenta o espetáculo de dança Esgotamento Contínuo. A apresentação será às 18H, no Espaço Z, em Resende.
O espetáculo faz parte do projeto contemplado pela Lei Paulo Gustavo do Estado do Rio de Janeiro. Criado e dirigido por Samira, o espetáculo ‘Esgotamento Contínuo’ é o primeiro solo brasileiro de gumboot dance, no qual a rica pluralidade cultural e as influências entre África do Sul e Brasil se conectam de forma sócio-política, abordando tanto questões históricas quanto contemporâneas do mundo do trabalho. .
Samira tem formação em dança pela UNICAMP, é certificada pelo método Bertazzo de Reeducação do Movimento e tem vasta experiência em dança contemporânea. No entanto, sua principal pesquisa é com a dança sul africana Gumboot, linguagem predominante do espetáculo Esgotamento Contínuo.
Gumboot Dance (dança com ou das botas de borracha) é uma técnica de dança sul africana que tem origem na atividade mineradora na África do Sul pós colonial e pré Apartheid. A dança é o resultado do desenvolvimento de um código de comunicação que os mineradores, oriundos de diferentes regiões e que, portanto, não falavam o mesmo idioma, criaram para facilitar o dia-a-dia do trabalho no interior das jazidas de ouro. A dança se caracteriza por movimentos que utilizam batidas das palmas, pisadas e percussão nas botas, produzindo uma musicalidade própria em uma forma de dança autônoma e independente de outros tipos de música ou instrumentos musicais.
O trabalho solo foi concebido em Volta Redonda durante o isolamento social em 2021. Samira, artista paulistana, motivada pela história da cidade em torno da usina siderúrgica, criou o espetáculo cujo título foi inspirado em uma das etapas da produção do aço, o lingotamento contínuo. A trilha sonora foi criada em parceria com o músico e produtor Volta Redondense, Guto Souza.