Rio Claro – O delegado titular da 168ª DP (Rio Claro), Michel Floroshk, disse nesta quarta-feira, dia 1º, que a servidora Silvana Santos de Paiva, suspeita de peculato, inocentou o marido dela, Nilson Lima Nascimento, de ter participado do crime. O casal está preso desde o dia 24 de julho, pela suspeita de desviar R$ 3,5 milhões do fundo de previdência de Rio Claro.
O valor era para o pagamento de aposentadorias dos funcionários públicos do município. A servidora alegou que agiu sozinha. “Ela (servidora), assumiu a responsabilidade e disse que fez as transferências sozinha. Alegou que o marido chegou a questionar os valores, mas que ela respondeu que se tratavam de bonificações pelos bons trabalhos realizados na prefeitura”, disse Floroshk.
O delegado investiga o envolvimento de outras pessoas no esquema. Os suspeitos foram indiciados ainda por associação criminosa, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.
– Foram encontrados diversos documentos dando conta de bens adquiridos pelo casal como veículos e imóveis, que configura sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. O marido da servidora vai responder também por peculato porque emprestou sua conta bancária para que fossem feitas as transferências – detalhou o delegado, acrescentando que o laboratório de lavagem de dinheiro, do Rio, fará analise dos valores transferidos.
Floroshk disse ainda que o casal, nos últimos quatro anos, realizou mais de 200 transferências do fundo de previdência para suas contas bancárias. O policial teve acesso aos extratos bancários e solicitou a Justiça, autorização da quebra do sigilo fiscal dos envolvidos. Além disso, as contas bancárias e todos os bens dos suspeitos foram bloqueados.
Apurações
As investigações começaram após o secretário de Administração, Arnaldo Lemos, ouvir “comentários na cidade”, que apontavam para um crescimento patrimonial rápido e substancial do casal.
Por ser considerada funcionária de confiança, Silvana tinha em seu poder todas as senhas que permitiam as transferências de valores. Ao constatar os primeiros indícios de fraude, o secretário procurou o Ministério Público e foi orientado a fazer uma ocorrência na delegacia. Ao mesmo tempo, fez uma espécie de auditoria nas contas e constatou um grande volume de dinheiro transferido do fundo para as contas dos acusados.
De posse dessas informações, após autorização judicial, a polícia realizou buscas na casa de Silvana e Nilson, onde foram encontrados documentos de aquisição de imóveis, feitos através de contratos não registrados, bem como fortes indícios de ocultação de capitais, principalmente quando analisados em perspectiva com as declarações de imposto de renda dos investigados.
Nas buscas, segundo a polícia, foram encontradas fotos de uma mansão que estaria perto de uma represa ou do mar, até então não localizada, nem tampouco declarada pelos investigados.
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Como já dizia maínha:
“O crime não compensa”!
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