
Coronel Luiz Henrique esteve em Barra Mansa e Resende para o lançamento do programa ‘Bairro Presente’; evento
contou com a presença de diversas autoridades. (Foto: Felipe Vieira)
Resende e Barra Mansa – Na manhã desta segunda-feira (13), o secretário estadual de Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Marinho Pires, esteve na região para as cerimônias de inauguração do programa ‘Bairro Presente’ em Resende e Barra Mansa. Em entrevista ao DIÁRIO DO VALE, ele ressaltou a importância da integração não apenas entre a comunidade e a Polícia Militar, ou entre a Polícia Militar e outras forças de segurança, mas da sociedade como um todo.
“A Polícia Militar, sozinha, não resolve os problemas da sociedade”, afirmou o coronel, citando como exemplo o caso de usuários de drogas. “Você tem um usuário de crack. Isso é considerado um problema de saúde. Mas, a partir do momento que ele pratica o delito, passa a ser responsabilidade da segurança pública. Então, se ele pratica o delito, temos que entender o porquê de ele estar praticando esse delito. É pra alimentar o vício? Não é só um problema de polícia. É um problema que tem que ser discutido com toda a sociedade, todos os órgãos públicos, para entendermos o que está acontecendo”, disse.
Segundo o comandante-geral da PM, outro caso que serve como exemplo é o aumento do furto de fios de cobre. “Quem furta, está furtando para se alimentar ou alimentar um vício? Se ele está furtando para se alimentar, tem algo aqui que podemos atacar. Se está furtando para alimentar um vício, também há um problema aqui para ser resolvido”, comparou o coronel Luiz Henrique, salientando que mitigar a violência exige o envolvimento de diversos setores da sociedade.
“É isso o que a gente precisa entender: que não é só um problema de polícia. Quando alguém comete um delito, é problema de polícia, sim. Mas o que o levou a cometer esse delito? É usuário? Está viciado? Tem tratamento? Quem vai oferecer esse tratamento? Qual é a solução para isso?”, indagou, respondendo em seguida. “Eu falo que deve haver uma colaboração da sociedade como um todo, além de Saúde e Educação”, disse.
Para o comandante, se alguém comete um crime ou se torna usuário de drogas, é sinal de que toda a estrutura que o cercava falhou. “Dá tempo de corrigir isso ou é só polícia? Porque se for só polícia, vamos continuar nesse círculo vicioso, que joga na polícia toda a responsabilidade por isso”, emendou.
Integração total
O comandante Luiz Henrique lembra que o estado do Rio não produz armas, nem drogas. Contudo, elas surgem e a ordem da Polícia Militar é que se apreenda tudo, como forma de enfraquecer o tráfico de drogas. “Se você for ver os nossos números deste ano, já temos mais de 400 fuzis apreendidos. É um trabalho de integração. Temos que estar integrados, trabalhando em conjunto, em todos os níveis de governo, para que a gente possa trabalhar de forma a atacar o problema”, comentou, citando a operação Tríplice Divisa, coordenada pelas PMs dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais para sufocar o tráfico de drogas nas fronteiras desses estados. No Sul Fluminense, a Tríplice Divisa é coordenada pelo 5º Comando de Policiamento de Área (CPA).
“A droga, a arma, entra por algum lugar em nosso estado. E às vezes esse local não é de responsabilidade da Polícia Militar. Então, esse trabalho integrado, como vem sendo iniciado junto com o governo federal, é o caminho pra gente conseguir minimizar esses danos em nosso estado. O trabalho que tá sendo feito hoje com a Polícia Rodoviária Federal, com a Força Nacional das Rodovias Federais, é um trabalho importante”, avaliou, lembrando a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) adotada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Integrada com o estado, essa iniciativa vai produzir resultados. E esse trabalho tem que ser permanente, constante, pra que a gente possa ter efetivamente um grande resultado. É isso que a gente quer”, concluiu.

O coronel Luiz Henrique e o prefeito Rodrigo Drable, em Barra Mansa. (Foto: Felipe Vieira – Prefeitura de Barra Mansa)
‘Bairro Presente’ é inaugurado em Resende e Barra Mansa
Em Resende, o comandante-geral da PM, coronel Luiz Henrique Marinho Pires, inaugurou o programa, que funcionará na Rua dos Timbiras, no Cidade Alegria – umas das áreas mais afetadas pela criminalidade no município. O ponto estratégico será supervisionado pelos agentes do 37º Batalhão de Polícia Militar.
Iniciado em 2021 no estado do Rio, o ‘Bairro Presente’ visa a estabelecer uma conexão direta entre os agentes de segurança pública e a comunidade local, incluindo associações de moradores, igrejas e comerciantes. Cada módulo é coordenado por um responsável que mantém contato direto com as lideranças comunitárias via WhatsApp, e dispõe de três viaturas circulando 24 horas por dia pelas ruas da região.
“Somos gratos à parceria com o Governo do Estado e os agentes do Batalhão da Polícia Militar de Resende, que trabalham lado a lado com a gestão municipal para que consigamos melhorar a segurança local e priorizar a vida dos munícipes”, comentou o prefeito Diogo Balieiro Diniz. Compareceram à cerimônia o prefeito de Itatiaia, Irineu Nogueira, o deputado estadual Tande Vieira e o comandante do 37º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Marcelo Brasil.
Já em Barra Mansa, o ‘Bairro Presente’ foi lançado em uma cerimônia realizada na Fazenda da Posse, com a presença do prefeito Rodrigo Drable, do deputado estadual Munir Neto, do comandante do 28º Batalhão de Polícia Militar, coronel Ronaldo Martins e do chefe do 5° Comando de Policiamento de Área (CPA), coronel Renato Assis.
O município recebeu três viaturas do programa, além de quatro que foram reformadas em parceria com o Governo do Estado. O programa vai contar com a atuação direta de dez policiais militares.
Rodrigo Drable comemorou a conquista, que considera extremamente relevante para o futuro de Barra Mansa.”Isso é resultado do empenho de todos nós. Ganhamos hoje sete viaturas e um efetivo novo em um momento em que nós sabemos que é crescente o consumo de drogas e o aumento de furtos por parte dos usuários. Vamos entrar em breve no período de Natal e os atos de subtração costumam aumentar, então, a gente sabe a importância que essa ação vai ter. Eu agradeço à Polícia Militar do Estado por sua solicitude e apoio”, declarou Drable.
1 Comentário
O problema de fazer denuncia é que na própria PM existe o mal policial que fica sabendo quem denunciou e aí é um caminho para a sepultura.