Sul Fluminense – Pode ser que finalmente o Trem de Alta Velocidade (TAV), mais conhecido como ‘trem bala’, saia do papel e beneficie a região Sul Fluminense. De acordo com a TAV Brasil, empresa que vai implantar o projeto, o início das obras está previsto para 2026 e a expectativa é que as operações tenham início em 2032. Ao todo, a estrada de ferro entre São Paulo e Rio de Janeiro terá duas paradas finais e sete paradas intermediárias – uma delas, em Volta Redonda. Uma vez em atividade, o trem fará o percurso entre as duas capitais a uma velocidade de 320 km/h, algo em torno de 1h30 de viagem.
Recentemente, a cidade recebeu a visita dos representantes da TAV Brasil e, na ocasião, ocasião, houve uma reunião entre representantes do governo municipal e acionistas da empresa. Participaram, além do parlamentar, o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Sérgio Sodré; o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (IPPU), Abimailton Pratti; o ex-vereador Maurício Pessoa e o vereador Rodrigo Furtado.
O CEO da TAV Brasil, Bernardo Figueiredo, ressaltou os motivos que levaram à escolha do município para abrigar uma das estações de embarque e desembarque de passageiros.
“O município de Volta Redonda foi escolhido para contar com uma estação do trem de alta velocidade porque, juntamente com Barra Mansa, Volta Redonda é um grande polo de geração de viagens, contando com uma localização privilegiada entre o Rio e São Paulo. Instalar uma estação do trem de alta velocidade no município vai, com certeza, potencializar ainda mais essa característica da região. A instalação de um terminal rodoviário junto com o terminal ferroviário é uma iniciativa muito importante, na medida em que existe uma complementaridade entre os dois terminais, o que aumenta a capilaridade do trem de alta velocidade”, explicou.
No primeiro ano desde a aprovação do contrato de autorização pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a TAV Brasil concluiu as etapas previstas no cronograma para esta fase do projeto. A empresa promoveu um estudo de demanda, com pesquisa de preferência declarada dos usuários de avião, ônibus e automóvel; definiu o traçado a ser proposto e as localizações das estações; mapeou os dados fundiários ao longo do traçado, levantou os custos de desapropriação, revisou o projeto de engenharia de forma mais detalhada, assim como o orçamento da obra, e concluiu um estudo sobre o potencial imobiliário que pode ser agregado ao projeto. As informações estão consolidadas em um estudo de viabilidade que será entregue à ANTT ainda este ano.
Na definição do traçado constante dos estudos que serão encaminhados à ANTT, estão previstas como estações finais: Água Branca, na capital, além das estações intermediárias em Guarulhos, Jacareí, São José dos Campos, Taubaté e Aparecida, no Estado de São Paulo. Já no Estado do Rio de Janeiro, a estação Leopoldina será ponto de parada final. Resende e Volta Redonda serão paradas intermediárias no território fluminense.
Além dessas iniciativas, segundo a TAV Brasil, o projeto está sendo preparado para entrar no mercado verde, a fim de estar habilitado a captar investimentos de fundos destinados a projetos sustentáveis.
Comissão do Plano Diretor
A Comissão do Plano Diretor na Câmara Municipal de Volta Redonda é presidida pelo vereador Rodrigo Furtado. Por isso, ele tem estado atento à movimentação da TAV Brasil. Ele se mostrou satisfeito com o avanço no planejamento do projeto. “O crescimento da região do bairro Roma será estrondoso. Já temos ali um hospital de ponta, que aliado a um novo terminal rodoviário e uma estação do trem bala, farão uma revolução na infraestrutura da cidade. Foi muito esforço nosso e do município para poder demonstrar que nossa região merece uma estar íntima e inserida nesse passo de enorme progresso do transporte urbano. Não posso deixar de forma alguma de agradecer a ajuda do governador Cláudio Castro, assim como o secretário de Estado de Transporte e Mobilidade Urbana, Washington Reis e o governo municipal de Volta Redonda”, comentou.
Histórico
A discussão sobre a implementação de um trem de alta velocidade no Sul Fluminense, começou a ganhar destaque em meados dos anos 2000. Em 2008, o governo federal anunciou oficialmente o projeto, que incluía uma parada estratégica em Volta Redonda. O objetivo era criar uma ligação rápida e eficiente entre as duas principais metrópoles do país, passando por cidades importantes ao longo do trajeto – incluindo Volta Redonda devido à sua localização estratégica e importância econômica. Em 2009, o projeto tinha um custo estimado de R$ 34,6 bilhões. Hoje, o custo está em torno de R$ 50 bilhões.