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Volta Redonda – A relação entre humanos e animais tem se mostrado cada vez mais importante no campo da saúde, e a Intervenção Assistida por Animais (IAA) é uma das práticas que tem ganhado destaque nos hospitais. Essa abordagem terapêutica utiliza cães e outros animais para auxiliar no tratamento de pacientes, proporcionando benefícios como a redução do estresse, melhora do humor e até contribuição na recuperação física.
Um exemplo disso é Dom, um golden retriever treinado como cão terapêutico, que atua em hospitais e também com crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Dom passou por um rigoroso processo de socialização e adestramento, desde filhote, para desempenhar seu papel como auxiliar no tratamento de pacientes. Segundo seu tutor, Fábio Barreto, a escolha para esse trabalho começa ainda na fase inicial de vida do animal, levando em consideração a genética e o temperamento.
“Buscamos nos pais e avós da linhagem para selecionar filhotes com comportamento adequado. Assim, conseguimos selecionar um animal com maior assertividade para o trabalho”, explica Barreto. O treinamento de Dom incluiu a adaptação a diversos ambientes, sons de equipamentos hospitalares e a convivência com pacientes em diferentes estados emocionais.
Além de seu trabalho em hospitais, Dom também visita crianças com TEA, promovendo a socialização e redução da ansiedade, como foi o caso de sua primeira experiência na APAE de Barra Mansa. “A receptividade das crianças foi incrível, e a postura dele mostrou que podíamos direcioná-lo também para essa área”, conta Barreto.
A IAA, que utiliza animais como mediadores terapêuticos, tem mostrado resultados positivos, como a redução da pressão arterial e o aumento dos hormônios do bem-estar. Um estudo publicado na Revista Bioética revelou que 36% dos pacientes que participaram de sessões com animais relataram satisfação, enquanto 12% experimentaram uma sensação de calma.
De acordo com Gustavo Pacheco, adestrador de Dom, a presença do cão nos hospitais ajuda a “quebrar o clima pesado do ambiente”, promovendo um vínculo social e liberando ocitocina, hormônio relacionado ao bem-estar.
Além dos benefícios para os pacientes, a presença de cães terapêuticos também impacta positivamente a equipe médica e os familiares. “A visita de Dom traz emoção e facilita a interação social dos pacientes, muitas vezes reduzindo a sensação de solidão”, relata Pacheco.
Dom realiza visitas regulares no Hospital da Fundação Oswaldo Aranha (H.FOA), proporcionando momentos de conforto a enfermos, acompanhantes e profissionais da saúde. “É impressionante ver a transformação no semblante dos pacientes quando o Dom entra no quarto”, destaca Pacheco.
Com o aumento das pesquisas e o reconhecimento da IAA como parte do tratamento médico, espera-se que mais hospitais adotem essa prática, proporcionando um cuidado ainda mais humanizado aos pacientes. A atuação de cães como Dom tem demonstrado que o carinho e a companhia animal podem fazer uma grande diferença na recuperação e bem-estar dos pacientes.