Velório de Cristina Buarque será em crematório na Zona Portuária do Rio

Velório está previsto pra começar às 14h, na Capela 6 do Memorial do Carmo, onde o corpo da cantora será cremado

by Weylla dos Reis Gonçalves Chaves

Rio de Janeiro – O corpo da cantora e compositora Cristina Buarque, de 74 anos, será velado e cremado, na tarde desta segunda-feira(21), no Crematório memorial do Carmo, na Zona Portuária do Rio de Janeiro. Cristina morreu no domingo (20) por complicações do tratamento contra câncer de mama.

Filha do historiador Sérgio Buarque de Hollanda e irmã de Chico Buarque,  Miúcha e Ana de Hollanda, Cristina nas céu em São Paulo mas vivia em Paquetá, no Rio. Desde a confirmação da morte da cantora, feita pelo filho Zeca Ferreira nas redes sociais, amigos, familiares e autoridades prestaram homenagens.

Em nota, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou pesar pelo falecimento de Cristina Buarque. “Cantora e compositora talentosa, teve um papel extraordinário na música brasileira ao interpretar as canções de alguns dos mais importantes compositores do samba carioca, ajudando a poesia e o ritmo dos morros do Rio a conquistarem os corações dos brasileiros. Aos seus familiares e ao meu amigo Chico Buarque, deixo minha solidariedade e um forte abraço”, disse o presidente.

Ao lamentar a morte de Cristina Buarque, a Escola de Samba Portela lembrou que a cantora era natural de São Paulo e dedicou a vida ao samba e à música popular brasileira (MPB). Sua carreira ganhou notoriedade com o lançamento, em 1974, de um disco que apresentou composições de grandes nomes da MPB, como Cartola, Tom Jobim, Paulinho da Viola, Manacéa e seu irmão, Chico Buarque.

Sempre presente ao lado da Velha Guarda da Portela, Cristina deixa cinco filhos e um legado eterno para o samba e a música brasileira.

O presidente da Portela Fábio Pavão, o vice-presidente, Junior Escafura, a Velha Guarda da Portela e toda a família portelense se solidarizam com os familiares, amigos e fãs nesse momento, escreveram os representantes da agremiação.

A cantora  e compositora Teresa Cristina lembrou que Cristina Buarque era uma grande pesquisadora de samba e influenciou muito sua geração.

“Tenho certeza de que a Cristina era a grande responsável pelo que todo mundo passou a chamar de revitalização do samba da Lapa, porque foi através das fitas  e posteriormente dos CDs que começamos a enriquecer nosso repertório. E a Cristina tinha uma vontade de esparramar esse repertório  pela cidade. Uma pessoa muito importante para o samba, avessa a qualquer tipo de holofote . Ela só queria cantar o samba dela, tomar a cervejinha dela, fumar o cigarrinho dela. Foram amigas durante muito tempo e depois ela foi para Paquetá, onde passou o final da vida”.

O presidente do Instituto Memória Muiscal Brasileira, João Carino, conta que produziu um disco de Cristina. “Juntos fizemos o disco Ganha-se pouco, mas é divertido, cantando a obra do Wilson Batista. Ela foi uma enciclopédia da música brasileira. Cristina Buarque vai deixar muita saudade. Ela tinha um jeito único de cantar”.

Conhecido como Pratinha, o músico Tiago Prata era amigo de longa data de Cristina e tocava com a cantora no famoso Bar Bip Bip, em Copacabana.

“Cristina teve uma importância gigante para a música brasileira, para a defesa do samba, dos compositores. Ela não se rendeu aos caprichos do mercado fonográfico para poder manter acesa a chama dos compositores de samba. Ela formou toda uma geração da Lapa do início dos anos 2000 como Teresa Cristina e Pedro Miranda. É uma perda enorme.”

A cantora Alice Canto escreveu no Instagram que Cristina era a cantora, mãe, avó e a pesquisadora mais generosa e menos vaidosa que já conheceu na vida.

“Cristina era completamente avessa a homenagens e me avisou, quando quis homenageá-la em vida, pelos seus 70 anos: ‘E já vou avisando, não quero homenagens quando morrer!’ Foi algo que nunca entendi muito: porque é que gravava discos e fazia um trabalho tão rico se não queria ser saudada por isso, se não tinha o desejo de aparecer, de colher os frutos. Era um trabalho muito apaixonado tanto pelos personagens daquilo que cantava, pelas histórias que os sambas contavam quanto pelas melodias, arranjos e batuques que ela amava tanto. E mesmo sendo tão especialista no assunto nunca se autoproclamou ‘sambista’, pois não tinha nascido ‘lá’, pois não era uma personagem, mas uma admiradora de fora.”

Com informações de Agência GOV.

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