Durante a 48ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington (EUA), que começa hoje (4) e termina amanhã a situação política e econômica na Venezuela e a violência na Nicarágua vão dominar as discussões. O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, representa o Brasil.
Alguns dos representantes dos 35 países que compõem a OEA estudam aprovar até amanhã uma resolução em que questionam a legitimidade do governo reeleito de Nicolás Maduro, na Venezuela. Também há a hipótese de ser aprovada uma decisão com uma série de sanções ao país.
O Grupo de Lima, do qual faz parte o Brasil, já divulgou uma posição crítica à reeleição de Maduro e na qual levanta dúvidas sobre o processo eleitoral no país, uma vez que a abstenção foi elevada e há denúncias de perseguição política aos adversários de Maduro.
Houve uma prévia da reunião no domingo (3) com a participação de integrantes da sociedade civil organizada: trabalhadores, representantes de grupos de minorias, como indígenas e mulheres. Todos pediram Justiça, liberdade e mais participação nas decisões políticas de uma forma geral.
Nicarágua
Duas propostas estão em discussão na Nicarágua, que vive em clima de embates desde abril, registrando pelo menos 110 mortos em consequência de protestos contra o governo de Daniel Ortega.
Uma recomendação apresentada pelos Estados Unidos sugere medidas duras contra o governo Ortega. Outra que, ao que tudo indica tem maioria, propõe o envio de observadores estrangeiros ao país. Desde 18 de abril, manifestações dominam a Nicarágua em protesto contra a reforma da Previdência e a falta de liberdade de expressão. As repressões policiais são intensas e os embates constantes.
– Só a Justiça é capaz de recuperar a Nicarágua. Eleições livres são o único caminho para a Nicarágua. – alertou o secretário-geral da OEA, o uruguaio Luis Almagro, que é fortemente criticado por autoridades da Venezuela e da Bolívia.