VR: Crematório Municipal deve ficar pronto no fim de 2025

Obra de R$ 2 milhões está prevista para 2025 e poderá minimizar impactos ambientais

by ana Calderone

Cemitério do Retiro já sofre com superlotação (Foto: Arquivo Diário do Vale)

Volta Redonda – Volta Redonda pode se preparar para receber, no final de 2025, seu primeiro crematório municipal. A iniciativa busca aliviar um antigo problema: a superlotação do Cemitério Municipal Isidório Ribeiro, no bairro Retiro. A iniciativa é coordenada pelo Departamento Funerário Municipal e conta com a liderança de Paulo Afonso Silva, diretor da pasta, que concedeu entrevista ao DIÁRIO DO VALE.
Segundo ele, a construção do crematório está orçada em cerca de R$ 2 milhões. O projeto, de acordo Paulo Afonso, já foi concluído e passará por licitação em breve. “Já estamos com o projeto pronto e vamos aproveitar a área do cemitério municipal já existente, no Retiro”, explicou.
A obra, que deve ser iniciada logo após o processo licitatório, é aguardada com expectativa já que pode ser uma solução tanto para a superlotação quanto para os impactos ambientais causados pelo acúmulo de corpos em decomposição, como a liberação de necrochorume e sua infiltração no lençol freático. “O cemitério do Retiro não tem mais espaço físico. Hoje utilizamos gavetas rotativas, mas temos também a preocupação em relação ao meio ambiente. Acho que a cremação é a saída que muitos hoje estão procurando, pois é natural, é a saída ideal, até pensando no bem-estar do meio ambiente”, afirmou o diretor.
Acessível e sustentável
Segundo Paulo Afonso, o crematório municipal funcionará com capacidade para quatro cremações diárias, sendo que os corpos serão cremados individualmente para que as famílias possam receber as cinzas de seus entes queridos em uma urna. A decisão do município de não acumular corpos para cremação, como ocorre em muitos crematórios privados, foi tomada pelo respeito às famílias e às suas necessidades. “Hoje, a iniciativa privada utiliza um mecanismo de acumular. Ela não crema um só, ela faz um montante de quatro por questão financeira, mas queima um por um. Mas nós estamos analisando a viabilidade de todo corpo que chegar, a gente já fazer o serviço”, explicou o diretor.
Além disso, de acordo com Paulo Afonso, a cremação será acessível para famílias de baixa renda. Assim como já acontece com o serviço funerário, pessoas cadastradas no CadÚnico, com renda de até três salários-mínimos por família, poderão solicitar isenção das taxas. “A cremação tem um custo para quem pode pagar. Como já funciona no serviço funerário hoje, há pessoas dentro da classificação do cadastro único, que é um limite de renda. São até três salários-mínimos por família, ou renda per capita de um salário”, esclareceu Paulo Afonso, destacando que a análise de gratuidade cabe à assistência social do município.
Modernização
Com uma média de 12 sepultamentos por dia em Volta Redonda, sendo que nem todos são destinados ao Cemitério do Retiro, a cidade enfrenta a necessidade de reorganizar seus serviços funerários. A cremação, além de diminuir a pressão sobre os cemitérios, pode ser uma uma alternativa econômica para as famílias e para o setor público. “Você começa a diminuir a incidência de enterros no cemitério tradicional. É uma forma até de reduzir o custo. Você não vai ter que comprar tudo. Hoje, na iniciativa privada, o custo fica em torno de R$ 10 mil ou mais. Ali (no crematório municipal) você só vai pagar e vai levar sua urnazinha com a cinza”, disse Paulo Afonso.
Desde que assumiu a direção do Departamento Funerário em 2021, Paulo Afonso diz ter  trabalhado para modernizar e melhorar a infraestrutura. Sob sua gestão, o setor adquiriu sete novos veículos funerários, incluindo furgões e utilitários, para aprimorar o atendimento às famílias. Ele revela que, além do crematório, o município está preparando uma capela especial no próprio cemitério para os velórios dos que serão cremados, embora o espaço da Capela do Aterrado também esteja à disposição. “A capela do Aterrado tem uma boa estrutura também, mas estamos preparando uma capela especial lá no próprio cemitério para o crematório. Aí a família pode escolher. Mesmo sendo cremado, pode ser velado na capela do Aterrado”.
Com uma duração média de três horas, o processo de cremação será rápido e prático, oferecendo às famílias a possibilidade de uma despedida respeitosa. Para Paulo Afonso, a implementação do crematório municipal realiza um antigo sonho do fundador da funerária, Sr. Isidoro. “O crematório municipal era um sonho do nosso saudoso Sr. Isidoro, que foi o fundador da funerária. Ele tinha esse sonho de construir o crematório municipal. Tendo o conhecimento disso, eu fui até o prefeito Neto, e ele apoiou 100%”.

Cemitério do Retiro já sofre com superlotação (Foto: Arquivo Diário do Vale)

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3 comments

George Lucas 4 de novembro de 2024, 09:48h - 09:48

Volta Redonda anseia por um crematório já faz bastante tempo. Parabéns pela decisão. É o nosso Prefeito Neto (eleito e reeleito no primeiro turno).

Leitora 4 de novembro de 2024, 09:47h - 09:47

Melhor de tudo viraremos purpurina !
“Não tenho medo da morte porque acho que não vou morrer. Vou virar purpurina.”

– Elza Soares

Alguem 4 de novembro de 2024, 09:44h - 09:44

Eu não quero choro nem vela.
Nao quero ser velada , nem enterrada.
Nao quero ficar aberta e exposta como um frango de padaria, enquanto velam.
Pretendo ser cremada e que lembrem de mim em vida.
E flores que me deem em vida!

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