As catástrofes reais e imaginárias de setembro

Por Diário do Vale

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Neste inverno escaldante de 2017 as catástrofes reais e imaginárias andaram dominando o noticiário. Só este mês tivemos dois furacões arrasadores no Caribe e um terremoto no México. Aqui no Brasil o inverno terminou com temperaturas beirando os 40 graus e uma seca raramente vista. Em cidades como Belo Horizonte não chove há cem dias. Um clima tão desanimador trouxe de volta aquelas velhas profecias do apocalipse. Na internet os adeptos da tese do planeta Nibiru previram a destruição total da Terra para, no mais tardar, o dia 27 de setembro, ou seja, amanhã!

Mas não se preocupem. Eles vivem errando. Primeiro disseram que o tal planeta X ia colidir com a Terra em 2012. Para coincidir com a tal profecia do calendário maia. Depois mudaram a data para o sábado passado e agora para amanhã. Será interessante ver o que eles vão dizer quando não acontecer nada, mais uma vez. Afinal, não é preciso ser um cientista da Nasa para perceber que se houvesse mesmo um planeta gigante próximo da Terra ele seria visível no céu, como a Lua.

O mundo não precisa de desastres imaginários, já tem tragédias demais. Algumas são resultados das próprias características do planeta que habitamos. Como os terremotos que assolaram o México duas vezes este ano. Não há nada de extraordinário neles. O México, assim como o Japão, o Chile, o Peru, ficam situados em uma região de colisão de placas tectônicas, o cinturão de fogo do Pacífico. Nosso mundo é uma bola de lava coberta por placas que roçam umas nas outras. Nós vivemos em cima dessas placas que formam os continentes e o fundo dos oceanos.

Nos pontos de atrito entre as placas ocorrem os tremores de terra. É por isso que não temos terremotos devastadores no Brasil. Nosso país fica longe da borda das placas tectônicas. Já os mexicanos, italianos e japoneses, que vivem em cima das áreas de atrito, são obrigados a conviver com terremotos que podem ocorrer sem aviso, a qualquer momento.

Semana passada vi uma charge em um jornal do Rio onde o entrevistador perguntava a um cidadão atônito o que ele preferia? Furacão ou terremoto. É fácil responder a essa pergunta. O furacão é previsível, sua formação é acompanhada pelos satélites no espaço. E quando ele atinge uma ilha, ou um continente, a população já foi plenamente avisada e teve tempo de se afastar das áreas de maior risco, perto da praia.

O terremoto não. Ele ocorre sem aviso ou previsão e as vezes acontece de madrugada, quando a população está dentro de casa, dormindo. A ciência pode determinar quais as regiões sujeitas a terremotos, mas não pode prever quando as placas tectônicas vão liberar suas energias. A única coisa que podemos fazer é construir prédios e casas mais resistentes aos abalos, como fazem os japoneses.

Os furacões são o resultado do aquecimento das águas do oceano. Quanto mais quente estiver o mar, maior será a incidência dessas megatempestades. Aqui no Brasil, na década passada, foi registrado um furacão de categoria um na costa de Santa Catarina. Ele se formou devido ao aquecimento anormal das águas do Atlântico Sul, que andam anormalmente mornas.

No verão passado a água nas praias do Rio de Janeiro atingiu temperaturas de 38 graus, e as pessoas comemoraram os “dias de Caribe”. Não deviam. Se o Atlântico Sul ficar tão quente quanto o Caribe vamos ter praia o ano inteiro, e furacões como o Irma e o Maria.

O verão deste ano promete. Já temos um clima de deserto aqui no sudeste, com o termômetro marcando 38 graus a tarde e despencando 20 graus, para 18 durante a noite. Se continuar assim teremos problemas em dezembro.

E não será culpa do Nibiru.

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JORGE LUIZ CALIFE | [email protected]

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2 Comentários

الفتح - الوغد 27 de setembro de 2017, 14:33h - 14:33

O mundo já acaba todos os dias para dezenas de milhares de pessoas. A única diferença que haveria, no caso de destruição do planeta, é que o fim chegaria para todos…

Anderson 26 de setembro de 2017, 17:35h - 17:35

Aqueles que acreditam em eventos apocalípticos como a chegada do planeta Nibiru ou do Planeta X me lembram muito os petistas, que ainda acreditam na honestidade do Lula e que o PT é o partido da ética. Todos eles têm em comum crer em algum evento catastrófico no futuro próximo, sendo que no caso dos petistas, é a fé na eleição do Lula para presidente do Brasil em 2018. Ambos, a queda de um planeta na Terra ou a volta do PT ao poder, seriam desastrosos para o Brasil, mas por aqui os eventos causados pelo homem historicamente têm efeitos bem mais catastróficos, vide a maior crise econômica da história do país depois de 15 anos de governo petista, e os maiores escândalos de corrupção da história da civilização ocidental (Mensalão e Petrolão).

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