Alô, alô marciano, aqui quem fala é da Terra

by Diário do Vale

“Alô, alô marciano, aqui quem fala é da Terra, pra variar estamos em guerra”. Assim começava uma canção da Elis Regina, que fez muito sucesso nos anos de 1970. Se estivesse viva, hoje em dia, Elis poderia cantar essa música para o robô Perseverance, que desde o dia 18 de janeiro se encontra estacionado na cratera Jezero em Marte. Nada mudou muito por aqui, nos últimos cinquenta anos. A Terra continua em guerra, agora contra um pequeno vírus, o Covid-19. Guerra que o mundo esta ganhando e o Brasil perdendo. Enquanto os números de mortos e infectados diminuem na maioria dos países, por aqui estão batendo recorde todo o dia.

Nosso Brasil, coitado, enfrenta um dos piores momentos de sua história. Além do vírus, dizimando a população, tivemos uma queda de 4,1 no PIB. A maior desde que esse índice começou a ser medido. E deixamos de figurar entre as dez maiores economias do mundo, caindo pro 12º lugar.

O satélite brasileiro, Amazônia 1, que foi lançado ao espaço semana passada, por um foguete indiano parece que vai bem. Sinais de telemetria captados em várias partes do mundo sugeriam que o Amazônia 1 estaria rodopiando sem controle no espaço. Teria perdido o controle de atitude, que é a posição de uma nave no espaço. Mas parece que o problema foi corrigido e o Inpe, Instituto de Pesquisas Espaciais, divulgou as primeiras imagens na quarta feira. Ainda bem. Um satélite desgovernado seria um retrato perfeito do Brasil nos dias de hoje.

Mas tirando o possível problema com o satélite made in Brasil, esta tudo tranquilo no espaço sideral. O Perseverance já mandou inúmeras fotos de Marte, que foram reunidas para formar a vista panorâmica aí embaixo. Uma paisagem serena, de pedras e dunas de areia dentro de uma cratera que foi um enorme lago há bilhões de anos atrás. O Perseverance custou 2 bilhões de dólares e até agora tem mostrado que faz jus ao dinheiro investido. Fez um pouso tranquilo e todos os instrumentos estão funcionando com perfeição.

Em Marte reina uma paz absoluta, quebrada apenas pelo som ocasional do vento. Uma novidade da missão é um microfone, que transmitiu para a Terra os primeiros sons de Marte que os terráqueos já puderam ouvir, um simples sopro de brisa. Nos próximos dias a China também vai tentar pousar um carro robô em Marte. Um veículo bem mais simples que o sofisticado engenho americano. Os chineses também sonham com um lugar ao sol na tranquilidade do espaço sideral.

Enquanto os robôs exploram o planeta Marte, os astronautas da Estação Espacial Internacional seguem com uma rotina de passeios espaciais. Vivendo em seu mundinho estéril de metal e plástico onde não há lugar para vírus de espécie alguma. Antes de viajar para a ISS eles passam por uma quarentena rigorosa para garantir que estão com a saúde perfeita. E o único desconforto lá em cima são os efeitos da gravidade zero. Mas isso também vai passar, uma empresa americana divulgou semana passada os planos de uma nova estação espacial que vai ter até gravidade artificial. E aí a vida no espaço vai ser um sonho.

Deve ser por isso que os homens mais ricos do mundo estão investindo pesado em naves e colônias espaciais. Como o bilionário Ellon Musk, que vem testando uma nave capaz de levar dezenas de pessoas para a Lua e para Marte. O empresário japonês Yazuko Maezawa acredita no projeto da Space X do Musk. E reservou lugar para ele e mais oito pessoas em uma viagem para a Lua. Isso não significa que, no futuro, vamos trocar a Terra pela tranquilidade de Marte ou da Lua. Nosso planeta, com todos os seus problemas, é único e insubstituível. O que os bilionários querem é um refúgio. Um lugar tranquilo para escapar quando as coisas estiverem ruins aqui na Terra.

Um lugar como o Mar da Tranquilidade, por onde andaram os astronautas da Apollo 11 em 1969. Fica na Lua, e continua tranquilo até hoje.

 

Deserto: O panorama de Marte visto pelo Perseverance

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