A guerra apocalíptica do ISIS: Por que não conseguem derrotá-lo?

by Diário do Vale

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O mundo ocidental não consegue entender o que querem os combatentes do Estado Islâmico, o ISIS (Islamic State of Iraq and Syria). Surpreende-se com as decapitações, frios assassinatos, estupros e outras atrocidades. Surpreende-se também com os atentados terroristas. E surpreende-se mais ainda com a capacidade de recrutamento de jovens pelo mundo afora.
O que a maioria absoluta dos “experts” do Ocidente não sabe é que a guerra do ISIS segue um padrão simples e claro, capaz de explicar suas ações passadas e presentes, e até prever algumas de suas ações futuras. Um padrão religioso descrito em diferentes documentos da historiografia muçulmana (o Alcorão e os Hadith).
Interpretando estes documentos à sua maneira, ISIS acredita piamente que este é o momento do fim do mundo. O apocalipse islâmico. Suas tropas estão prontas para lutar ao lado do grande líder militar iluminado por Allah, chamado Mahdi, que vai levá-las a vitórias até a volta do profeta que lhes dará a vitória final: Jesus.
Segundo as visões sunita e xiita do Islã, no fim dos tempos Jesus vai voltar dos céus, matar o anticristo (Dajjal), derrotar os judeus, derrotar os cristãos, exterminar as cruzes e crucifixos e se declarar muçulmano. Governará o mundo por sete anos, com paz, sob a lei da sharia e tendo o Islã como única religião.
É algo muito parecido com o apocalipse cristão, com a diferença que Jesus parece estar em lados opostos nestes casos.
Mas o fato é que enquanto cristãos e a maioria absoluta dos muçulmanos acreditam que as profecias em que creem ocorrerão “per si”, ou seja, por si mesmas, e sem que se saiba a data ou tenha que influenciá-las, o ISIS acredita que o apocalipse é agora. E que deve ser acelerado e preparado.
Mais: suas tropas são as tropas de Mahdi, que já teria nascido, crescido e logo se apresentará para comandá-las. Tropas de Mahdi, de Jesus e de Alah.
Quem há de se recusar a participar delas? Melhor morrer.
Considerando o poderio bélico, militar e geográfico do grupo, pode-se afirmar:
Há séculos o mundo não enfrenta uma guerra como esta.
Por isso não sabe, nem de longe, como combatê-la.

A frieza das execuções

Decapitações, crucificações, estupro de meninas de 9 anos, escravidão de mulheres. São alguns dos atos bárbaros cometidos pelo ISIS que chocam o planeta.
Mas eis de volta a questão religiosa.
Como o apocalipse está chegando, na visão deles, é o momento de se voltar a aplicar literalmente o Alcorão, a lei da sharia e os Hadith (documentos que narram palavras e comportamentos de Maomé, considerados como leis complementares) como se fazia há mais de mil anos.
Quanto aos cristãos que vivem nos locais que invadiram, o ISIS permite que vivam no local, desde que lhes paguem um imposto específico (jizya), que Maomé recomendava que fosse cobrado de cristãos e judeus que fossem subjugados.
Ou seja, suas ações têm um método e base nas raízes do Islã.
Por isso é um erro do Ocidente tratar o ISIS como um grupo de malucos, quando, na verdade, são um grupo de fanáticos.
Malucos e fanáticos são parecidos, mas não são a mesma coisa.
Os últimos são muito mais perigosos.

A guerra sem fim do ISIS contra os outros muçulmanos

Muçulmanos xiitas e sunitas – os principais grupos do Islã – lutam entre si há mais de um milênio.
Provavelmente jamais haverá paz entre eles.
Afinal, a briga começou após a morte de Maomé. Um grupo (que originou os xiitas) queria que o califa sucessor fosse Ali, sobrinho de Maomé. Mas outro grupo (que deu origem aos sunitas) achou por bem que o califa deveria ser escolhido entre os discípulos de Maomé.
Até hoje os xiitas só aceitam imãs aiatolás descendentes de Maomé.
Já os sunitas sempre apoiaram o califado. O califa é referendado pelas tribos – não precisa descender de Maomé.
Com isso, um grupo considera o outro apóstata (takfir) – e a apostasia é pior que qualquer pecado para os muçulmanos. A punição para a apostasia é a morte. Por isso se matam.
Mas não dá para chegar a um acordo?
Quase impossível.
Maomé dizia que “se um homem diz ao seu irmão ‘és um infiel’, então um deles está certo”.
Ou seja, se acusação é verdadeira, o apóstata deve que morrer.
Se for falsa, o outro cometeu a apostasia de fazer falsamente uma grave acusação, e deve morrer.
Se levado ao pé da letra, não tem acordo.
No caso do ISIS, o seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi, em junho de 2014, foi mais longe: criou um califado no Estado Islâmico ao qual todo muçulmano devia submissão. Foi ele próprio nomeado califa.
Com isso, além dos xiitas, o ISIS criou novos inimigos, ou seja, quase todos os demais sunitas. Inclusive os da rede que financiou e criou o ISIS: a Al-Qaeda.

Cercado de inimigos

Hoje o ISIS enfrenta vários inimigos: os xiitas do Irã e do Hezbollah; os sunitas da Al-Qaeda; os curdos; sem falar nos bombardeiros dos EUA, Rússia, Jordânia, França e alguns outros países europeus.
E o ISIS não recua.
O grupo possui armas sofisticadas que foram imprudentemente entregues a eles pelos EUA, França e Inglaterra nas intervenções nas guerras da Líbia e do Iraque. E tem dinheiro do petróleo que explora.
Mas não é só isso.
O ISIS fixa suas sedes em cidades populosas, como Raqqa, na Síria (o quartel-general do grupo), que tem mais de 500 mil habitantes.
Se as forças ocidentais bombardearem uma cidade muçulmana inteira, vão obviamente despertar a ira dos muçulmanos de todo o mundo – fortalecendo o califado.
Ao mesmo tempo, tanto estas forças quanto os próprios combatentes muçulmanos não conseguiriam entrar nestas cidades sem um enorme banho de sangue.
Por fim, há que se destacar que, fora da sua região, o califado possui células espalhadas por vários países europeus e africanos, além de simpatizantes em quase todo o mundo.
É muita força.

A cidade do fim do mundo

Sabem por que um líder da Al-Qaeda, por exemplo, não poderia ser hoje nomeado um califa?
Por que um califado tem que ter terras. Tem que existir geograficamente. E hoje o ISIS domina uma área, no Iraque e na Síria, maior que a Inglaterra.
Hoje as grandes batalhas do ISIS estão sendo travadas no entorno de Aleppo, cidade do Norte da Síria, com mais de 5 milhões de habitantes.
Mas o que poucos observam é que o verdadeiro alvo do ISIS é uma cidade ao lado que tem só 3 mil habitantes e uma enorme área deserta, e que ele já ocupou: Dabiq.
A deserta Dabiq é a chave.
Segundo um Hadith, é lá que se travará a grande batalha entre romanos (os cristãos) e muçulmanos, antes do fim do mundo, com a vitória dos muçulmanos. Depois ocuparão a antiga sede do Império Romano à época de Maomé: Constantinopla, a atual Istambul, com o apoio do povo turco.
Em seguida, segundo creem, a volta de Jesus e o apocalipse.
Esta importância de Dabiq na escatologia muçulmana, praticamente desconhecida no Ocidente, criou uma mística heroica e apocalíptica ainda maior a favor do ISIS, depois que ele ocupou a cidade.
Se o Ocidente tivesse impedido esta ocupação de uma área de fácil defesa poderia ter evitado o clima de fim do mundo.
Hoje, uma invasão ocidental em Dabiq só aponta para duas consequências opostas:
Um sucesso na expulsão do ISIS de Dabiq tiraria completamente a aura mística do grupo.
Um fracasso – ou seja, uma vitória do ISIS em Dabiq contra os “romanos” – teria consequências imprevisíveis para o futuro desta guerra.

 A guerra ou o inferno

O número de combatentes do ISIS só cresce.
Por onde passa consegue recrutar mais soldados. Faz verdadeira lavagem cerebral em crianças, adolescentes e jovens. Subjuga os mais velhos. Quem jurar lealdade ao califado vive. Quem não jurar morre como apóstata.
Além disso, um grande número de jovens muçulmanos estrangeiros, inclusive milhares de europeus, estão indo reforçar seu exército, que estima-se já ter mais de 50 mil membros.
E aí entra outra questão: por que esses jovens são atraídos para o ISIS?
Vejamos o primeiro ponto:
Jovens muçulmanos do mundo inteiro aprenderam, através dos escritos religiosos, que na grande batalha final apocalíptica haverá três grupos no islã e três destinos distintos:
Os que se recusarem a lutar serão castigados pela eternidade; os que morrerem serão mártires com direito a 72 virgens no paraíso; os que viverem já estarão no próprio exército que Jesus assumirá.
Se você convencer este jovem muçulmano que o ISIS é o real exército desta batalha final, e que esta batalha vai acontecer agora, é meio caminho andado.

Da internet ao videogame

Uma estratégia complementar para cooptar jovens muçulmanos são as novas tecnologias, e o ISIS sabe usá-las como ninguém.
Seus vídeos com decapitações, assassinatos e explosões reais são feitos com a qualidade dos filmes de ficção de Hollywood e postados na internet.
Suas músicas não são apenas bem produzidas, mas de uma beleza musical incontestável (a música Saleel Sawarim virou sucesso mundial).
Jovens são aliciados por recrutadores via Twitter, Facebook, Skype e por qualquer mídia social.
Usam jogos de videogame como Call of Duty, Assassins Creed, GTA e Battlefield para conseguir adeptos.
Os jovens e crianças aprendem a, nestes jogos, vestir seus personagens com roupas imitando os uniforme do ISIS e brincar de cometer atentados e lutar na guerra.
O ISIS, no ano passado, chegou até a lançar seu próprio game neste estilo, a versão ISIS do GTA.
Em um mundo onde crianças e jovens conversam menos com os pais do que com estranhos na internet, o trabalho dos recrutadores é facilitado.
E a imagem real do combatente vestido de negro, com o fuzil na mão, falando ao jovem muçulmano ao Skype sobre incríveis aventuras na Síria, iguais às vividas no game, pode ser muito mais forte que a pregação do imã moderado na mesquita.
Para fechar, além de poder virar personagem real de GTA, o jovem ainda vai evitar queimar eternamente no inferno, combaterá ao lado de Jesus na terra e terá 72 virgens no Paraíso.
Por mais que para a intelectualidade ocidental tais ideias possam parecer ridículas, elas são muito fortes no meio islâmico.
Sem compreender esta dimensão religiosa, líderes e cientistas sociais ocidentais vão continuar tentando medir, com a régua do pensamento laicista, o que por ela não é mensurável.
O que é tão inútil quanto arriscado.

Versão desenvolvida pelo Estado Islâmico para o jogo GTA, popular entre adolescentes e jovens, mostra o uso avançado de recursos digitais para atrair muçulmanos dessa faixa etária para o grupo terrorista

Versão desenvolvida pelo Estado Islâmico para o jogo GTA, popular entre adolescentes e jovens, mostra o uso avançado de recursos digitais para atrair muçulmanos dessa faixa etária para o grupo terrorista

 

 

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15 comments

Alexsander 23 de novembro de 2015, 20:19h - 20:19

moderador, espero que me publique desta vez…

Alexsander 23 de novembro de 2015, 20:19h - 20:19

e tem mais, o grande erro dos Estados Unidos foi não ter detonado militarmente, passado a régua, neste imbecis do ISIS enquanto ainda eram um bando de delinquentes, foi pura pusilanimidade!!! Agora terão de fazer uma operação militar de grande envergadura, mas não é nada difícil pra nação que possui os maiores recursos bélicos que a humanidade já viu…é só o Congresso Americano ter a vontade política motivada pela econômica, pro massacre do ISIS começar.
Bem fazem os franceses e russos que já estão bombardeando por conta própria. Como dizia o Renato Russo: “Não entendo o terrorismo, falávamos de amizade…”

Alexsander 23 de novembro de 2015, 20:12h - 20:12

O que acontece na França é que lá foi onde a comunidade muçulmana mais teve facilidades para se erradicar na Europa. No entanto, os jovens descendentes de muçulamanos (que não são religiosos) não querem saber de se qualificar,estudar, preferem viver às expensas do governo, vadiando de um lado pra outro nas periferias, que são melhores do que a maioria dos bairros de Volta Redonda (vi isto quando estive em Saint Dennis em agosto passado ao visitar a cripta dos reis). Enfim, são um bando de ingratos e não sabem aproveitar as oportunidades que tem. Queria ver se vivessem em lugares como vale verde, mariana, fazendinha…iam explodir tudo!!! Não é desculpa!

Jose Gabriel 23 de novembro de 2015, 08:03h - 08:03

O estado islâmico foi criado pelo americanos. Eles foram treinados e armados pelos ianques. Os terroristas do EI são patrocinados e financiados pelo rei da Arábia Saudita e o emir do Qatar. O objetivo inicial dos americanos era derrubar o presidente Assad da Siria e roubar o petróleo. A Síria tem um campo de gás enorme e de fácil exploração. Além disso, todo o petróleo da Síria pode ser exportado para o ocidente através do mar Mediterrâneo. Enfim, uma logística simples e barata. Mais uma vez, os americanos fizeram merda…agora pedem ajuda à Rússia.

MCB 23 de novembro de 2015, 08:58h - 08:58

José Gabriel.
Perfeito comentário!
Se fosse do interesse dos EUA esse Estado Islâmico ja tinha sido exterminado, mas como não é.. fica todo esse sensacionalismo. A Arábia Saudita aliada dos EUA é um dos principais financiadores desse grupo.. é interresse deles a derrubada do regime Alauíta do Presidente da Síria que é aliado do Irã.. grande inimigo dos EUA e Arábia Saudita. Mais de 200.000 vidas foram perdidas na Síria e agora fica a globo fazendo sensasionalismo barato com uma coisa que a EUROPA PROCUROU!

MAURICIO 23 de novembro de 2015, 09:27h - 09:27

AMIGO FALOU TUDO

LHE PERGUNTO APESAR QUE VC COLUNISTA NÃO RESPONDE.

VOCÊ NÃO FALA SOBRE O ATAQUE FEITO PELO FRANCESES.

Os russos e os franceses intensificaram os bombardeios em Raqqa, que é considerada a capital do Estado Islâmico.

No caso dos franceses houve o terceiro bombardeio em três dias, que teria destruído um SUPOSTO posto de comando e um centro de treinamento.

E a França promete aumentar ainda mais a ofensiva: o porta-aviões Charles de Gaulle parte na quinta-feira (19) de Toulon, em direção ao Oriente Médio com mais 36 caças.

http://g1.globo.com/…/franca-e-russia-intensificam-ataques-…

E TI PERGUNTO A COITADINHA FRANÇA CHORA A MORTE DE UNS FRANCÊS.

MAIS NO OUTRO DIA ATACA UMA CIDADE NÃO QUERENDO SABER SE ESTA MATANDO INOCENTES OU NÃO.

VOCÊ APOIAR ISTO AINDA.

E O VELHO DITADO DENTE POR DENTE OLHO POR OLHO.

E ainda ti pergunto o que a Rússia esta comprado briga da França.

Ai os Estados Islâmicos atacam a Rússia ela vai dizer, O COITADINHO DE NOS, NOS ATACARAM COMO A FRANCA FEZ.

COLUNISTA VAMOS SER IMPARCIAL, VAMOS TER MENTI ABERTA VAMOS OLHAR TODOS OS LADO, PARA SE ENTENDER O PORQUE AI VOCÊ TERÁ SUA RESPOSTA.

OUTRA AMIGO NUNCA DIGO NUNCA UM MUÇULMANO RADICAL FAZ ESTUPRO LÁ NÃO E BRASIL, E ESTES SEGUNDO VOCÊS ATRIBUEM TERRORISTAS SÃO RADICAIS E COMO TAL VIVEM RADICAL SEGUNDO O ALCORÃO E O ALCORÃO PROIBI O ESTUPRO FALO ISTO PORQUE SOU MUÇULMANO.

VOCÊ SABIA DA EXISTÊNCIA DA CIA UMA AGENCIA DE INTELIGÊNCIA DO EUA? SIM! LEIA SOBRE PRA QUE ELES EXISTEM.

VOCÊ SABIA QUE ELE SE VESTEM COMO MUÇULMANOS E FORJAM ATAQUES COMO MUÇULMANOS HÁ NÃO COISA DE FILME, KKKKKKKKKKKKKKKKK E LEIA MAIS SOBRE A CIA, ELES MESMO JÁ FORAM ACUSADOS DE FORJAREM A MORTE DE KENNEDY.

NÃO SEJA PUXA SACO DE AMERICANO ESTE POVO ESTA FALINDO AGORA E CHINA QUEM MANDA NO MUNDO, NÃO? VEJA ENTÃO O QUE ACONTECEU RESETIMENTE A CHINA TEVE QUEDA NA BOLSA O QUE ACONTECEU NO MUNDO A FORA NAS BOLSAS INCLUSIVE NA DO ESTADO UNIDOS E EUROPA.

Rodolfo Dias 22 de novembro de 2015, 22:39h - 22:39

Os EUA estão sempre prontos a levar aonde precisar a democracia, os valores de liberdade, os soldados, as bombas; onde houver petróleo barato, lá estarão as mãos benfazejas de Washington a garantir a paz.

Marcelo 22 de novembro de 2015, 22:20h - 22:20

Aurélio Paiva, realmente os muçulmanos acreditam que Jesus voltará ?
Tem algo estranho nisso, eles não acreditam em Jesus. E sim em Alah e Maomé ….

Veja direitinho isso aí

Rodolfo Dias 23 de novembro de 2015, 03:34h - 03:34

Jesus aparece no Alcorão como um profeta respeitado e poderoso.

Liberdade e Propriedade 22 de novembro de 2015, 20:58h - 20:58

Culpa dos EUA que mataram Saddam, que botava ordem naquele lugar. A melhor solução no momento é fortalecer Assad.

Paulo Sérgio 22 de novembro de 2015, 14:24h - 14:24

Excelente artigo, muitos de nós, com informações distorcidas por boa parte da mídia, estamos deixando de lado o carinho, o amor ao próximo e só se preocupando com a ostentação e o bem estar próprio. Os filhos das gerações atuais, com raras exceções, não estão próximos dos pais como deveriam. E para passarem para o lado errado é um pulo. As consequências desse fanatismo será ainda pior. Que Deus nos ajude.!

Al Fatah 22 de novembro de 2015, 14:22h - 14:22

“se um homem diz ao seu irmão ‘és um infiel’, então um deles está certo”… Se não há juiz para julgar, que se julgue por si próprio. Então, na ausência de cristãos, judeus, yazidistas, budistas, xintoístas, etc., eles continuarão a procurar um inimigo, até que só restem Adão e Eva, ou quem sabe Caim e Abel…

Estão todos hoje a esperar o anticristo, mas quem garante que ele já não tenha passado por aqui? Afinal, sua aparição foi prevista no Novo Testamento… De acordo com todos os adjetivos atribuídos à essa entidade, o líder que mais se aproximou de todas essas descrições foi, definitivamente, Maomé. Vejam algumas: “o pastor inútil; o rei que fará segundo sua vontade; o homem da iniquidade; o abominável da desolação, o assolador; perseguirá todo aquele que, na Terra, não se curvar a ele para adora-lo como Deus.”… “Possuirá o admirável dom de atrair as pessoas e a irresistível fascinação de sua personalidade, suas versáteis conquistas, sua sabedoria sobre-humana, sua grande habilidade administrativa e executiva, aliadas ao seu poder de consumado lisonjeador, (…) brilhante diplomata, e soberbo estrategista, vão torná-lo o homem mais notável e importante de todos os Tempos”…

A Bíblia diz que o anticristo será derrotado com o returno de Jesus à Terra. Como a Bíblia foi “escrita de forma correta por linhas tortas”, pode-se entender a parábola como uma redenção do espírito cristão entre os povos oprimidos ou, em outro entendimento, uma vitória do Mundo Ocidental (de base moral cristã, ainda que laico) sobre o islamismo…

Parabéns por mais este excelente artigo, Aurélio…

lila 22 de novembro de 2015, 21:27h - 21:27

Al Fatah, como você acha que começou tudo isso? Deve ter tido outras razões além de religião? Será que partiu de uma pessoa só que queria impor aos outros a vontade dela e foi crescendo como uma doença e chegou neste ódio todo? Queria muito entender e saber o que as pessoas conseguem com isto. Será que é só o prazer de ver o sofrimento dos outros?

Marcelo Figueiredo 22 de novembro de 2015, 13:06h - 13:06

Se em um passe de mágica a terra acordasse amanhã sem nenhuma religião e sem que ninguém lembrasse que elas existiram, não tenho a menor dúvida que estaríamos em um mundo bem mais próximo da paz. A nossa história escreveu e continua escrevendo páginas que cada vez mais comprovam que o bem realizado pelas religiões está perdendo de muito para o mal.

Al Fatah 22 de novembro de 2015, 15:35h - 15:35

Não tenho certeza disso. Todo tipo de sociedade precisa de um líder e seguir uma doutrina preestabelecida como verdade imutável. Um clube, uma fábrica, uma loja, uma cidade, um país, uma casa, uma matilha, uma colméia, um cupinzeiro… Um mundo sem religião simplesmente transferirá seu poder moderador para as leis comuns vigentes entre os povos, juntamente com todo os dogmas a moldarem o caráter das pessoas e os códigos de conduta a condicionarem as relações sociais… Sairia a Bíblia e entraria a Carta Magna, com a diferença de que esta última não representa uma verdade imutável e só poderia exercer seu poder moderador com base na coação. As sociedades absolutistas e a URSS foram belos exemplos disso, e muito longe de terem sido sociedades pacíficas… De qualquer modo, continuaria havendo os insurgentes e os defensores do “status quo”, assim como vemos na política atual…

É preciso ressaltar que os vícios instintivos e primitivos arraigados no ser humanos não dependem de religião para se manifestar, então não espere pela paz matando a Deus…

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