Manipulação e exagero das emoções podem ser um transtorno

by Diário do Vale

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Na semana passada falei sobre o transtorno de personalidade paranoide, mas existem muitos outros tipos de transtornos de personalidade como, por exemplo, o Transtorno de Personalidade Histriônica que muitas vezes pode passar como algo comum sendo apenas exagerado.

Essas pessoas com o Transtorno de Personalidade Histriônica estão sempre em busca de atenção e se sentem muito mal quando não conseguem esse lugar de centro das atenções. Costumam ter comportamentos para impressionar os outros e se emocionam muito facilmente mesmo que sendo de modo superficial. As pessoas ao redor se encantam a princípio por sua franqueza e entusiasmo, porém, ao longo do tempo a pessoa com esse transtorno se sente desconsiderada por não conseguir sempre ser o centro de tudo, e não aceitar isso. As qualidades assim perdem a força e quando isso acontece essas pessoas tendem a dramatizar em um grau tão exagerado que muitas vezes inventam histórias (na maioria dramáticas, intensas e exageradas). Costumam mudar muito rápido de emoções e sempre interpretam relacionamentos como muito mais íntimos do que realmente são. Mesmo que acabem de conhecer uma pessoa, consideram a intimidade muito maior do que seria possível com alguém que se acabou de conhecer. Esse comportamento invasivo atinge não só seu objeto de desejo como também amigos e colegas de trabalho.

A expressão emocional exagerada se manifesta na teatralidade em seu cotidiano e também na dramatização dos acontecimentos. Costumam exibir de maneira exagerada suas emoções em situações que não cabem tanta importância chegando a chorar copiosamente e soluçar em descabidos momentos. Por exigir de modo intenso e diário tanta atenção, acabam por afastar os amigos e demonstram intolerância e frustração quando algo adia a satisfação de suas vontades.

As emoções nessas pessoas parecem ser ligadas e desligadas muito rapidamente para serem de fato sentidas e assim, costumam ser acusadas de estarem fingindo seus sentimentos e mais uma vez dramatizam a situação se colocando como incompreendidas pelo seu grupo social. Logicamente manter relações mesmo que de amizade com pessoas com esse transtorno e sem tratamento e medicação torna-se uma árdua tarefa e muitas pessoas próximas descrevem como, literalmente, sufocante e cansativo.

Risco

Devaneios românticos são muito comuns e sexualmente podem ser provocantes e sedutores. Costumam ser influenciados por opiniões alheias e tendências. O risco real de suicídio ainda não é conhecido, porém, possuem gestos e ameaças referentes ao suicídio com um intuito maior de voltar a atenção para si e coagir o outro a se envolver de modo intenso e se preocupar ao extremo. Podem manipular relações ao utilizar o exagero das emoções para obter afeto. Colocam-se muitas vezes como dependentes e fracos para conseguir o lugar de centro das atenções.

Além de possuírem essa necessidade extrema e constante de atenção, são pessoas muito impulsivas, exigentes, inconstantes e intempestivas. Tendem em uma conversa a generalizar e quando expõe suas ideias procuram agradar e impressionar os que estão ao redor. Há sempre um exagero das emoções ao se colocar diante do outro, mas costumam ser superficiais mudando muito rapidamente de acordo com seu objetivo.

Certas características acima podem estar presentes em qualquer um de nós e isso não caracterizará um diagnóstico de Transtorno de Personalidade Histriônica pois são muitos os fatores e contextos que precisam existir para chegar a esse diagnóstico. Normalmente esses comportamentos são inflexíveis, persistentes, contínuos e mal adaptativos.

Causam muito sofrimento nas relações e muitos prejuízos tanto na vida pessoal quanto na profissional. O tratamento apesar de ser longo mostra muitos resultados positivos principalmente na construção de relações mais saudáveis e duradouras e nas conquistas de objetivos pessoais e profissionais. A pessoa aprende a lidar com seus sentimentos, pensamentos, emoções e ações e assim, consegue ressignificar sua atitude diante da vida e reinventar-se para uma construção de ser mais saudável e agradável.

 

ALINE STTEEL  | [email protected]

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5 comments

Cidadã 22 de março de 2016, 13:18h - 13:18

Seus textos tem me retido na coluna. Parabéns!
Penso que em todas as famílias ou entre amigos existam pessoas com tal comportamento.
E….como é difícil, as vezes ter que afastar por não mais aturar.

Aline Stteel 25 de março de 2016, 10:24h - 10:24

Fico muitíssimo feliz por isso! Obrigada!

roceiro 20 de março de 2016, 20:58h - 20:58

Conheço uma mãe assim.

lila 18 de março de 2016, 18:05h - 18:05

Perfeito texto Aline, mais uma vez eu tiro o chapéu pra você, parabéns e obrigada.

Aline Stteel 25 de março de 2016, 10:25h - 10:25

Obrigada por suas palavras de carinho sempre e por me acompanhar!

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