Entre o gourmet e o balcão, café ganha mais espaço em Volta Redonda

by Diário do Vale

Cafeteria gourmet busca proporcionar aos clientes um local de entretenimento (Foto: Julio Amaral)

Volta Redonda – As cafeterias gourmets ganharam um espaço significativo no comércio local. O tradicional cafezinho já não é mais o mesmo e agora vem acompanhado até mesmo de orientações dos “baristas”, profissionais especializados na bebida. Envelhecido, especializado, estate e maduro são apenas alguns dos tipos de cafés encontrados nestas casas. Em expansão, esse nicho do mercado tem faturado ainda mais público com o inverno. O movimento chega a crescer até 50% neste período do ano e se torna um bom momento para fidelizar a clientela.

– O perfil dos clientes é bem variável. Tem consumidor que busca a cafeteria por ser apreciador de café em geral. Tem quem frequente o local por ser apaixonado por determinada forma de preparo do café. E tem os clientes curiosos, que querem apenas conhecer o local. Uma coisa é certa: está crescendo em Volta Redonda o público que tem conhecimento de café e que busca mais qualidades no preparo do produto. Dá um resultado diferenciado na xícara e mais conhecido como café gourmet – declarou o barista Dyonathan Carlos Teixeira Pereira, que trabalha em uma cafeteria na Rua 33, Vila Santa Cecília.

Com isso, as cafeterias foram além de servir o cafezinho no balcão e vendem artigos para quem deseja preparar uma xícara mais gourmet em casa. “Alguns clientes depois de visitarem o local também compram o grão ou o pó para preparar em casa. No entanto, cerca de 90% dos clientes que entram na loja buscam o café moído para consumir no local”, diz.

Segundo Tiago André Vieira, proprietário de uma cafeteria, as pessoas estão buscando mais qualidade no preparo do café. “Além do tradicional café moído, o cliente também pode escolher outros métodos de preparo, como o cappuccino, café expresso, café prensado, café filtrado e até café gelado. Outra ideia da cafeteria é proporcionar aos clientes um local de entretenimento, bate papo e até trabalho”, explica.

Um dado interessante é que em alguns casos algumas cafeterias destas mais “modernas” abrem apenas na parte da tarde. Ou seja, o pingado, a média e o cafezinho de balcão, que são tradicionais nas manhãs de muitos trabalhadores, estão fora da concorrência. É o caso da cafeteria onde trabalha Gabriela Alves, próximo ao Memorial Zumbi.

– Por funcionar a partir das 13h, a frequência maior de público é entre as 16h às 18h30. O nosso público está acostumado com produtos naturais e orgânicos. Atendemos um público acostumado a uma linha mais fitness como também aqueles clientes apreciadores de um bom café. E para esse tipo de cliente oferecemos grãos selecionados que vem direto da fazenda para o consumo no local ou para levar para casa – destacou, apontando que o cardápio é acompanhado de guloseimas diferenciadas.

A média ainda tem seu lugar cativo

Apesar do aumento de cafeterias e da infinidade de opções para quem busca uma bebida diferenciada, consumidores seguem frequentando (e defendendo) as padarias e bares. O aposentado Carlos Martins confessa que adora tomar café, mas admite que fica mais a vontade quando está na padaria.

– Todos os dias eu tomo um cafezinho em padarias por onde eu passo. Seja aqui em Niterói ou no Centro. Gosto do café puro. Em minha opinião, o melhor café é o ‘Três Corações forte’ que sempre consumo no centro de Barra Mansa – disse.

O motorista de táxi Paulo Elias, de 65 anos, também é um adepto do tradicional cafezinho puro. “Eu não consigo iniciar o meu dia sem tomar um café puro. Nunca fui a uma cafeteria, mas acho que me sinto mais a vontade em um ambiente como uma padaria”, disse.

Já o vendedor Josequiel Ferreira sempre gostou de um café tradicional de padaria, acompanhado de um também tradicional pão na chapa. “Gosto do café puro com pão e manteiga. Como sou vendedor sempre visito diversos locais, mas não conheço o ambiente de uma cafeteria e nunca fui, mas acho que me adapto melhor em locais como padarias ou cafés mais populares para tomar o meu cafezinho” confessa.

 

Novos tempos exigem preparação para não fazer feio na cafeteria

Qualquer pessoa que chegar a uma padaria – destas espalhadas pela cidade – e pedir um café, vai antes receber uma xícara. Em seguida, um atendente chegará com dois pequenos bules, um de café e outro com leite. “Pingado ou puro?”, deve ser a frase escutada pelo freguês. Pronto! Ao decidir isso, estará bebendo seu café.

Nas cafeterias gourmetizadas, no entanto, a coisa vai além. De cara, o cliente vai receber um cardápio. Lá se vão duas, três ou até quatro páginas somente dedicadas a tipos de café. Em seguida, pode-se escolher a forma de preparo. Se desejar, pode bater um longo papo com o barista sobre isso tudo.

Para que o leitor não “faça feio”, o DIÁRIO DO VALE passeou pelos principais glossários do “mundo do café” e trouxe algumas palavras que podem ajudar a entender o caminho das pedras. Ou dos grãos.

Acidez
A acidez é um sabor básico detectado pela papilas gustativas da língua. Assim como o suco de limão, ela cria uma sensação vívida nas laterais da língua. A acidez dá ao café um “toque de vivacidade”.

Nota Cítrica
Um toque de fruta cítrica, geralmente limão ou bergamota.

Barista
Nos cafés italianos, este é o nome dado às pessoas com a habilidade de preparar espressos e que também são responsáveis por todas as receitas à base de café: cappuccinos, lattes, macchiatos, etc.

Blend
Uma mistura de diversos cafés premium de acordo com seus perfis sensoriais a fim de obter características de sabor precisas e harmoniosas.

Corpo
“Corpo” refere-se à plenitude, viscosidade e densidade do café. Um café encorpado parece espesso e é muito perceptível na boca. Em contraste, um café sem corpo é aguado e fluido.

Moagem
Operação que consiste na redução dos grãos de café recém-torrados a um pó. A moagem é um dos fatores que afetam o tempo de escoamento do café e seu perfil aromático.

Torrefação
Operação que consiste na “torragem” dos grãos de café verde, que favorece o desenvolvimento dos sabores e dos 900 aromas do café. A torrefação é realizada antes da moagem.

Nota Amadeirada
Esta nota lembra a fragrância de madeira seca ou de lápis de madeira, mas também de produtos envelhecidos em tonéis de carvalho. Algumas vezes ela está associada ao perfume de arbustos coníferos ou de madeiras aromáticas, como o sândalo.

Café especial
O termo Specialty Coffee ou Café Especial foi criado em 1974 nos Estados Unidos por uma das fundadoras da SCAA – Specialty Coffee American Association, para identificar de forma padronizada atributos positivos do café, como bebidas limpas, equilibradas e com ampla complexidade sensorial. Antes do termo café especial e desta metodologia de identificação, a maior parte das avaliações se focava exclusivamente nos defeitos do café.

Crema
É a espuma com coloração marrom-dourada que se forma na superfície do café expresso. Sua consistência cremosa vem dos gases presentes no grão de café que se misturam ao líquido sob alta pressão. A crema é um sinal de boa extração do expresso.

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