Jogadores do Vasco se negam a jogar a toalha

by Diário do Vale
Na bola: Nenê e seus companheiros ainda sonham em escapar do rebaixamento (Foto: Arquivo)

Na bola: Nenê e seus companheiros ainda sonham em escapar do rebaixamento (Foto: Arquivo)

Rio – Faltando oito rodadas para terminar o Campeonato Brasileiro o Vasco segue na zona de rebaixamento, na penúltima colocação, com apenas 28 pontos conquistados. O time está a cinco pontos do Avaí, hoje o pior colocado fora da área de queda, e o empate por 1 a 1 com a Chapecoense, na noite de quinta-feira, foi um balde de água gelada na cabeça dos jogadores.

A expectativa era ganhar em casa e partir motivado para uma complicada série contra adversários que estão brigando em cima na tabela de classificação. No próximo domingo já tem um difícil compromisso diante do São Paulo, no Morumbi, em São Paulo (SP), às 16h(de Brasília), pela 31ª rodada. Os jogadores vascaínos, porém, se negam a jogar a toalha e garantem que vão conseguir tirar o time desta situação.

– Já estivemos a treze pontos de sair da zona de rebaixamento e não desistimos. Agora que estamos a cinco é que não vamos desistir mesmo. A vontade do grupo continua o mesmo. Permanecemos acreditando que o Vasco não vai cair e que vamos conseguir tirar o time desta situação. Já esquecemos o que aconteceu contra a Chapecoense e só vamos pensar no confronto diante do São Paulo – disse o atacante Leandrão.

O zagueiro Luan pensa de maneira parecida.

– O Vasco tem plenas condições de sair da zona de rebaixamento e por isso mesmo não vamos desistir ou jogar a toalha. O nosso grupo é composto por jogadores que sabem muito bem o que querem dentro de campo e que estão se entregando ao máximo. Contra a Chapecoense nós poderíamos ter vencido, para mim não foi pênalti contra o Vasco, mas, enfim, não podemos pensar naquilo que não vamos mudar. O que podemos mudar é tirar o Vasco da zona de rebaixamento e nosso pensamento está na partida contra o São Paulo. Se ganharmos, vamos dar um passo importante para isso – avisou o defensor.

Com pouco tempo para preparar a equipe, e a sexta-feira sendo basicamente de trabalho regenerativo, o técnico Jorginho vai definir neste sábado a escalação que pretende mandar a campo diante dos paulistas. Ele porém vai contar com reforços importantes, como o goleiro Martin Silva, o lateral-direito Madson e os atacantes Jorge Henrique e Rafael Silva, que cumpriram suspensão diante da Chapecoense. Depois do treino a delegação segue para a capital paulista.

Eurico rouba cena

Indignado com a arbitragem do empate contra a Chapecoense por 1 a 1 na noite desta quinta-feira, o presidente Eurico Miranda “roubou” o microfone da entrevista coletiva após a partida, detonou o trabalho do trio comandado por Rodrigo Marques Ribeiro no jogo e ainda fez críticas mais profundas à CBF.

– Me vejo na obrigação, não de fazer denúncia, mas isso é constatado. Vou fazer uma afirmação: os árbitros têm nos prejudicado sistematicamente. Não vou falar para trás, mas nos dois últimos jogos. Os maiores culpados não são eles, são quem escala. A coisa está ficando escandalosa. Mas não adianta fazer lamento, os pontos estão perdidos mesmo – esbravejou o mandatário cruz-maltino.

Contra a Chape, os vascaínos reclamaram da marcação do pênalti que originou o gol da equipe catarinense, e uma penalidade cometida por Tiago Luís que não teria sido marcada pela arbitragem. O Verdão do Oeste, por sua vez, teve dois gols anulados, um deles polêmico. Além desses lances, Eurico afirmou que pênaltis “escandalosos” já haviam deixado de ser assinalados a favor do Cruz-Maltino na última rodada, em empate por 1 a 1 diante do Avaí.

– O que aconteceu hoje foi escândalo, um escândalo. Ele marcou pênalti em que a bola bate na barriga. Levou muito tempo para marcar porque alguém mandou ele marcar. Alguém mandou por esses aparelhos de comunicação que eles usam. Árbitro quando tem convicção aponta para a marca direto. Ficou caracterizada a má intenção dele com esse ponto eletrônico – disparou o dirigente.

Eurico ainda fez acusações sérias contra o presidente da Federação Catarinense de Futebol (FCF), Delfim Pádua Peixoto Filho, que também é um dos quatro vice-presidentes da CBF, dizendo que ele tem interesses políticos e influência direta em arbitragens. Além disso, voltou a criticar a criação do torneio Rio-Sul-Minas, já batizado de Primeira Liga.

– Alertei para a situação que demonstra claramente a culpa da comissão da arbitragem e de quem tem poder sobre ela: a própria CBF. O presidente da CBF está para sair, mas não saiu porque tem um opositor, que é o presidente da Federação Catarinense. Ele tem quatro clubes (na Série A) e está mostrando sua posição. Ele disse que, se cair, só caem dois, então para isso, vão cair Vasco e Coritiba também. Inclusive com a criação dessa liga (Rio-Sul-Minas), que já classifiquei como imoral – disse, citando também Marco Polo del Nero, presidente da entidade máxima do futebol brasileiro.

Ainda partiu para acusações mais graves e específicas: “É evidente que (Delfim Pádua) tem interferência direta na arbitragem. O árbitro recebe comunicados antes da partida. Esse presidente da Federação Catarinense vai, com a maior tranquilidade, aos vestiários dos árbitros diz para apitar bem que com ele vai ser aspirante à Fifa. Tem de investigar essa ida dele. Isso é proibido”.

Duramente criticado por Eurico Miranda, Delfim Pádua Peixoto Filho rebateu as acusações do dirigente com relação a uma possível influência ao corpo de arbitragem para evitar o descenso das equipes catarinenses que ocupam a parte baixa da tabela. Em participação no “SporTV”, nesta sexta-feira, Delfim negou as acusações de Eurico.

– O Eurico é sempre assim, é mentiroso. Eu vi uma entrevista em que ele estava doente, e eu desejo uma boa recuperação a ele. Para que depois eu possa processá-lo pelas mentiras, calúnias e difamações. Ele é mentiroso, e o Brasil todo sabe. Muita gente no Brasil não dá crédito ao que ele diz, e ele foi muito infeliz nas suas palavras. Santa Catarina tem quatro times na elite porque, ano passado, mereceu pelo futebol que apresentou – defendeu-se ele.

Membro mais velho do conselho da CBF, e sucessor imediato de Marco Polo Del Nero em caso de uma eventual renúncia, Delfim Peixoto, principal idealizador do projeto que nomeou o prédio da CBF como José Maria Marin, aproveitou para, além de criticar Eurico Miranda, negar as acusações e lançar um desafio ao mandatário vascaíno.

– Eu não vou a vestiário de árbitro, ia no ano passado. Quando os árbitros eram conhecidos, eu passava, desejava um bom jogo, como faço no Catarinense, e vou embora. No campeonato nacional, a recomendação da CBF é para não ir. Eu não vou e proibi que outras pessoas fossem. É mentira do Eurico. Vou fazer um desafio: quero que ele aponte um árbitro que declare que eu tenha entrado no vestiário e tenha insinuado para favorecer algum clube de Santa Catarina – declarou ele.

Além de criticar Delfim Peixoto, que prometeu responder à altura na Justiça, Eurico Miranda também foi à forra contra Sérgio Corrêa, chefe da Comissão de Arbitragem da CBF. No jogo contra a Chapecoense, o árbitro Ricardo Marques Ribeiro foi criticado por ambos os lados, ao anular dois gols da Chapecoense e envolver o Vasco em dois lances de pênalti polêmicos – um contra, que foi marcado, e um a favor, que passou batido aos olhos do juiz.

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