Serviço de marcenaria reúne tradição e modernidade, afirmam profissionais

by Diário do Vale

 

 

Sul Fluminense – Uma das profissões mais antigas do mundo, a marcenaria foi obrigada a acompanhar os avanços gerais da humanidade e atualmente vai muito além de transformar madeira maciça em objetos. O que mais se vê nesse tipo de trabalho é que seus profissionais se renderam a matérias-primas que variam entre laminados industrializados, compensado, aglomerado, MDF, fórmica, folhas de madeira, entre outros.

Na região não é diferente. O marceneiro Thomas Jefferson Peixoto, de 37 anos, trabalha há 20 anos na profissão e, segundo ele, hoje em dia é reconhecido nesta área quem, além de comunicar e trabalhar bem, também investe na modernidade que o mercado exige.

– O meu bisavô trabalhou muito com ferramentas manuais, mas hoje coisas mudaram e se tornaram mais rápidas. Com isso, os marceneiros tiveram que acompanhar a modernidade para sobreviver no mercado e, com certeza, quem não faz projetos em 3D, por exemplo, ou se comunica por meio das redes sociais, fica para traz. Acabou aquela conversa de que o marceneiro bom e aquele que cortou o dedo ou aquele que somente trabalha com madeira maciça, como antigamente – destacou Peixoto, que trabalha na própria marcenaria.

De acordo com ele, hoje em dia não se tem no mercado muita mão de obra para esse tipo de trabalho pelo fato da profissão não ser valorizada. No entanto, ele explica que o valor do serviço de marceneiro é muito caro e, com isso, a profissão acaba se tornando lucrativa para quem realmente sabe trabalhar.

– Hoje em dia é muito difícil você ver um jovem querendo aprender e a ser marceneiro. Eu aprendi com um tio, que também é marceneiro, e gosto muito do  que faço, já que é o que sustenta a mim e a minha família. Aprendi muito ao longo desses 20 anos e hoje sei que o segredo de um bom marceneiro está em conseguir um acabamento perfeito para o seu cliente – afirma Peixoto, que tem como carro-chefe a produção de cozinhas moduladas em MDF.

Há 17 anos se dedicando à profissão, o marceneiro Jonas Israel de Amorim Viana, de 50 anos, é outro que também acompanhou a modernidade para garantir o sucesso do seu trabalho. Ele afirma que produz todo tipo de móvel, mas que atualmente os mais procurados são as cozinhas planejadas, closets, armários para quarto e bancadas para banheiro.

– Hoje a predominância na matéria prima escolhida pelos marceneiros é do MDF devido a vasta gama de opções de acabamento. Mas, eu ainda concílio a tradição com a modernidade e também uso o compensado e a madeira maciça em alguns trabalhos porque têm clientes que fazem questão de ter um móvel fabricado com esse tipo de material – salienta Viana, ao destacar que hoje em dia a madeira, na marcenaria, é mais usada na produção de portas e janelas.

Segundo ele, ao longo dos anos o que se observou, no que se refere a mudanças nessa área de trabalho foram as opções de materiais para a produção de móveis que, de acordo com o marceneiro, cresceu muito.

– Hoje temos vários padrões de acabamento, ferragens para todo o tipo de necessidade e máquinas que facilitam muito a produção. Mudou muita coisa, mas uma característica da nossa profissão ainda se mantém: a satisfação de ver um cliente vendo seu sonho materializado de acordo com o que ele planejou. É gratificante realizar sonhos – enfatizou Viana.

Profissão e religião se misturam graças a São José

No dia 19 de março foi comemorado o Dia do Carpinteiro e do Marceneiro, em referência ao Dia de São José, que também se celebra nesta data. Para a Igreja Cristã (a Católica, principalmente), São José é considerado o padroeiro dos carpinteiros, sendo esta a sua profissão enquanto viveu. São José é o terreno de Jesus Cristo, esposo da Virgem Maria.

Apesar das duas profissionais terem certa referência, é válido esclarecer que o carpinteiro lida diretamente com a madeira bruta e trabalha com obras relacionadas com a construção civil, predominantemente. Já o marceneiro é conhecido por se dedicar aos trabalhos artísticos e artesanais, como objetos de decoração, obras de arte e outras peças com acabamentos mais sofisticados.

O aposentado Walter Martins, de 80 anos, que é devoto de São José, aprendeu as duas profissões ainda na adolescência e, mesmo após anos de trabalho, e já aposentado, ainda se rende a produção de alguns móveis para seus filhos, netos e bisnetos. Segundo ele, foi por meio dessa atividade que criou uma família com 14 filhos, no entanto, hoje em dia, a produção virou apenas um hobby.

– Eu tenho uma oficina no fundo do meu quintal e, às vezes, produzo uma coisa aqui e outra ali só para passar o tempo e ocupar a mente. Sou marceneiro tradicional, gosto de trabalhar com madeira maciça e sempre crio peças como mesinhas e cadeiras para meus netos, bancos, prateleiras para minhas filhas, entre outras coisas simples. Sempre fico muito feliz em comemorar o Dia do Marceneiro junto com São José, justamente pelo fato dele ter sido um exemplo de dedicação em tudo o que fazia – afirma o marceneiro.

 

Por Roze Martins

(Especial para o DIÁRIO Do VALE)

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