O fim da vida humana no Oriente Médio

by Diário do Vale

As ondas de calor, provocadas pela mudança climática global, estão tornando inabitáveis os países árabes do Golfo Pérsico. O Kuwait, que tem 2,7 milhões de habitantes e vive da economia gerada pelo petróleo, esta se tornando um dos lugares mais quentes do mundo. Em 2021 sua capital, Cidade do Kuwait, registrou a temperatura de 50 graus centigrados durante o mês de junho, que é o auge do verão no hemisfério norte. E não foi um fenômeno esporádico. Em 2016 a cidade teve um recorde de 54 graus centigrados tornando-se a capital mais quente do planeta.

Os alertas são antigos. Em 2015 o Instituto de Tecnologia de Massachusetts apresentou um estudo intitulado “O Golfo Pérsico poderá experimentar uma onda mortal de calor” durante a 21ª Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança Climática realizada em Paris. A pesquisa usou um modelo climático de alta resolução processado nos supercomputadores do MIT. E concluiu que a baixa profundidade da água, a alta intensidade da luz solar e as condições climáticas da região do Golfo Pérsico podem fazer com que as cidades da região se tornem inadequadas para a habitação humana. Mesmo em áreas com sombra e ventilação e com o uso maciço de aparelhos de ar condicionado.

O trabalho foi publicado na revista Nature e assinado pelo professor de engenharia ambiental Elfatih Eltahir e pelo climatologista Jeremy Pal. No Kuwait o efeito já este sendo sentido na natureza. As palmeiras que margeiam as estradas daquele país morreram e as fotos das palmeirad secas, esturricadas, circularam pela internet. E trata-se de palmeiras adaptadas para a vida em climas secos. As raposas do deserto estão procurando abrigo nas regiões urbanas porque os oásis onde elas viviam também secaram.

Este ano, excepcionalmente, a Copa do Mundo da Fifa vai ser realizada em novembro, no Catar, quando é inverno no hemisfério norte. Porque a realização dos jogos em junho e julho, quando é o auge do verão naquela região seria impraticável devido às altas temperaturas. O estádio Ahmad Bin Ali, onde a seleção brasileira disputará os primeiros jogos fica a beira do deserto. Mesmo a Europa, que fica bem ao norte do equador, tem experimentado ondas de calor mortais. Em Portugal e Espanha mais de mil pessoas morreram no verão passado, e a Inglaterra, um país tradicionalmente frio, registrou temperaturas acima de 40 graus centigrados.

Apesar de todas essas evidências e alertas dos cientistas os líderes mundiais tem fracassado em suas reações a ameaça climática. Na Europa a Rússia iniciou uma guerra de conquista com a vizinha Ucrânia. O que detonou uma corrida armamentista por toda a região. Países como a França, Alemanha e Inglaterra vão gastar bilhões de dólares para reforçarem seus arsenais diante das ameaças do governo de Moscou. Dinheiro que poderia ser gasto no desenvolvimento de tecnologias não poluidoras e na pesquisa de vacinas contra os novos vírus emergentes. Que também são uma consequência do desequilíbrio ambiental.

Aqui no Brasil, também temos testemunhado fenômenos extremos. Como a seca no Pantanal de Mato Grosso e o aparecimento de animais selvagens nas cidades. Estamos a doze dias do início da primavera e o clima de deserto continua a prevalecer aqui no sudeste. Com tardes quentes e noites geladas. A seca favorece as queimadas e piora ainda mais a situação. Outro dia vi um tucano devorar uma sabiá aqui no meu quintal. Na falta de frutas ele se torna carnívoro.

E a humanidade continua a cavar sua própria sepultura.

 

Cidade do Kuwait: A capital mais quente do planeta

 

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3 comments

Dragão do Voltaço 18 de setembro de 2022, 21:07h - 21:07

São países que pensam que são mais do que realmente são.

Jorge Lucas 10 de setembro de 2022, 13:18h - 13:18

Realidade de nossos tempos. Em meio a tantos crimes que estamos praticando, Como será a vida dos nossos netos????

Jorge Lucas 10 de setembro de 2022, 13:17h - 13:17

Realidade de nossos tempos. Como será a vida dos nossos netos????

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