Psicóloga dá dicas de atividades para crianças não ficarem ociosas em casa

by Diário do Vale

Volta Redonda – Em tempos de reclusão social por conta do novo coronavírus (Covid-19), muitos pais e filhos estão passando um momento maior em casa, mesmo com o trabalho em home office. E com tanto tempo juntos, muitos estão se perguntando: “E agora, como preencher o tempo livre com qualidade?”.
Segundo a psicóloga Fernanda Chaves, que trabalha em uma creche-escola de Educação Infantil, os pais ou responsáveis devem organizar uma rotina para os seus pequenos, proporcionando equilíbrio e regularidade na aprendizagem.
– Brincadeiras e atividades que proporcionam uma carga lúdica e ao mesmo tempo educativa, podem ser de grande valia. Proporcionar uma rotina próxima a que a escola propõe também pode ajudar, já que as crianças já estão acostumadas. Isso facilitará o entendimento e também o retorno às aulas – afirmou.
Fernanda afirma achar válido repassar a matéria da escola com as crianças.
– Isso pode ajudar a passar o tempo e ajudar no processo de aprendizagem. Deve-se pensar na etapa escolar na qual a criança está inserida – disse.
Ela comenta ainda que esse pode ser o momento de demonstrar que realizar as atividades escolares pode ser algo prazeroso.
– Lembrando que não estamos em período de férias, portanto, os pequenos não precisam se afastar das atividades escolares – falou.
E, claro, a diversão também pode estar presente durante esses dias. De acordo com a psicóloga, para os pequenos de 6 meses a 3 anos de idade é interessante os pais trabalharem as áreas do cérebro direcionadas a atenção e a memória.
– É interessante pedir para repetirem gestos. Brincadeiras em frente ao espelho também proporcionam a construção da identidade e familiaridade com o corpo. Fazer caretas, tocar em partes do corpo, dançar frente ao espelho, pode ser usado por diferentes faixas etárias, dos bebês até as crianças maiores – detalhou.
Segundo Fernanda, atividades que abranjam sons e música também são de grande valia.
– Quando nascemos nosso cérebro tem potencial para habilidades musicais. O cérebro do bebê é programado para música da mesma forma que é programado para a linguagem. Colocar músicas para seus filhos pode estimular a linguagem, ajuda a alegrar e a acalmar e auxilia no desenvolvimento da memória. Então, o momento é de cantar com seu filho, produza sons com o corpinho dele, utilize movimentos exagerados e mudem o nível e o tom de voz – disse.

Divirta-se em casa

Que tal fazer um túnel de cadeiras?! Criar um percurso de brinquedos ou fazer um caminho de diferentes texturas para que a criança possa desenvolver a sua coordenação motora e aprenda a explorar com os sentidos.
Fernanda Chaves indica ainda para as crianças maiores promover um estímulo da coordenação motora.
– Alfabeto com massinha é muito divertido e fácil. Para onde as crianças olhem tem algo escrito, o que naturalmente aguça a curiosidade delas pelas letras. Se isso acontece, e acompanhando o que a criança faz na escola, podemos estimular esse interesse com brincadeiras. Pegue a massinha e modele as letrinhas, primeiro você estimula que seu filho observe como se faz depois solicite que faça sozinho – explicou.
Segundo a psicóloga o legal é colocar a imaginação em prática.
– Que tal brincar de quem colocar o pé no chão perde? Use os objetos da casa, como almofadas, toalhas, tapetes para fazer o seu percurso. Uma das nossas brincadeiras para crianças de 4 anos que é divertida e surpreendente. Proporcionar atividades manuais como pintura, desenho livre e colagem também é bacana, assim como resgatar brincadeiras antigas como pular corda, peteca, ou ainda contar uma história que estimule a imaginação. Isso ajuda na concentração, desperta a curiosidade e proporciona as crianças à vivência das emoções – falou, ressaltando que também é interessante proporcionar as crianças brincadeiras que envolvam  noções de higiene como lavar as mãos e esclarecimentos sobre o Covid-19, sempre observando o nível de entendimento de cada baixinho.
A psicóloga afirma que o afastamento social pode trazer aos pequenos a falta dos seus entes queridos como os avós e amiguinhos da escola.
– Uma maneira de solucionar e sem infringir as recomendações fornecidas pela OMS (Organização Mundial da Saúde) é utilizar a tecnologia a nosso favor, realizando chamadas de vídeo com as pessoas próximas a criança diminuindo assim a saudade – finalizou.

Em casa, pais precisam usar a imaginação para brincarem com os filhos (Foto: Divulgação)

Na prática

Mãe de dois filhos, um de 5 anos e uma bebê de 7 meses, Bruna de Oliveira Jerônimo é uma das muitas pessoas que estão precisando de desdobrar para trabalhar home office e ainda dar atenção aos filhos. A moradora de Piraí é administradora na UFF (Universidade Federal Fluminense) e está trabalhando home office desde o dia 16 de março, com previsão de permanecer assim por 30 dias.
Segundo ela, reuniões diárias via WhatsApp e escalas de trabalho por meio de acesso remoto são rotinas do seu trabalho.
– Estou agora me organizando para fazer atividades com as crianças. Os trabalhadores que têm o privilégio de trabalhar por acesso remoto (a minoria, a propósito), principalmente nós mulheres, que não possuímos empregadas em casa, estão tendo que “se virar nos 30” para fazer bom uso do “tempo extra proporcionado pelo coronavírus”. Lavar, passar, cozinhar, banhar, brincar com os pequenos entediados e ainda ter cabeça no lugar para fazer as tarefas do trabalho. Tudo ao mesmo tempo. A gente não sabe se mexe panela, troca fralda ou responde e-mail. Se dá banho, elabora documento ou atende o pequeno que não para de chamar “mãe” – brincou.
Bruna afirma que está se preparando para tentar colocar em prática algumas dicas de amigos educadores para manter parte do tempo das crianças ocupado.
– A ideia é tirá-los do tédio, fazer com que não fiquem totalmente distanciados dos conteúdos escolares para que não sejam muito prejudicados, e aproveitar para tentar passarmos um pouco de tempo juntos. Estou tentando ter jogo de cintura para conciliar isso tudo. Apesar de tumultuado, creio que minha situação ainda é bem confortável. Difícil mesmo é para quem não tem opção e precisa circular nas ruas, trabalhar. Pior ainda para quem é “empreendedor”, trabalhador informal. Esses sim estarão passando momentos de mais extrema dificuldades – falou.
A professora Juliana Barcelar, moradora de Volta Redonda, também é mãe de dois filhos, um menino de 5 anos e uma menina de 2 anos. Ela conta que precisa ficar alerta ao grupo de trabalho, pois, possivelmente, precisará dar aula online em uma em plataforma e enviar trabalhos e exercícios via internet para os alunos.
– Vamos ver como irá funcionar. Daremos atividades à distância para não comprometer o ano letivo. Posso dizer que estou home office em alguns períodos do dia, pois não posso me desligar dos acontecimentos e das informações referentes ao meu trabalho da escola . Temos que ficar conectados – contou.
Segundo ela, em relação ao seu trabalho ela estipulou um tempo para estar atenta ao que for pedido e executar as tarefas quando se faz necessário.
– Não deixo consumir muito meu tempo, até porque quando estamos no ambiente de trabalho não se tem outras preocupações, agora, quando se trata de trabalho em casa muda-se um pouco a rotina. Meus filhos precisam de cuidados e auxílio para fazer as coisas, ou seja, dependem de mim para tomar banho, fazer comida, trocar fralda, dar assistência… A internet e WhatsApp consomem muito a gente. Se não dividirmos nosso tempo trabalhamos mais em casa do que no próprio serviço, por isso que coloco uma parte só do meu tempo para a área de trabalho. Então, vou conciliando da melhor maneira possível o dia a dia. É cansativo, mas tento até mesmo dividir o tempinho dos meus filhos em uma rotina confortável para não ficarem ociosos e estressados – finalizou.

 

Roberta Caulo

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1 comment

Falei e disse! 20 de março de 2020, 19:14h - 19:14

Antes ficassem sem ter o que fazer, o pior é que as escolas estão querendo ter aula a distância…
E os pais que já estão sem cabeça, ainda terão que ministrar aula !

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