As aventuras de um gênio da lâmpada de Aladim

by Diário do Vale

Beleza: Uma aventura romântica num mundo de sonho

A principal estreia nos cinemas, esta semana, é a superprodução “Era uma vez um gênio”, (3 thousand years of longing) do cineasta australiano George Miller. Miller é conhecido do público pelos filmes de ação da série Mad Max. Mas ao abordar a lenda do gênio da lâmpada mágica (ou garrafa, dependendo da versão) Miller preferiu um enfoque romântico e épico para a velha lenda. O que parece ter decepcionado seu público. “Era uma vez um gênio” custou 60 milhões de dólares e rendeu menos de 3 milhões na semana de estreia na América do Norte. No mundo inteiro o filme faturou 4 milhões de dólares o que não dá pra pagar nem um terço dos custos de produção. O que levou a imprensa americana a classificar “Era uma vez um gênio” como o maior fracasso da atual temporada. O que não quer dizer que o filme seja ruim. Ele apenas não correspondeu às expectativas do público, que queria mais ação e menos romance.

A lenda árabe do ser todo poderoso, que sai de um frasco e concede três desejos para a pessoa que o libertar, já teve inúmeras adaptações cinematográficas. O gênio da lâmpada de Aladim já aparecia no clássico “O ladrão de Bagdá” da década de 1930. A história apareceu até nos quadrinhos de ficção científica do herói britânico Jeff Hawke. Nos quadrinhos a lâmpada de Aladim é um comunicador alienígena perdido por extraterrestres durante a antiguidade árabe. Como se trata de uma lenda do norte da África, o gênio, ou djin, é representado por um árabe ou negro africano, muito forte e musculoso. Mas já houve exceções. Em 1962 o escritor Sidney Sheldon criou uma versão feminina, loira e de olhos azuis para o seriado “Jeanie é um gênio” que foi um dos maiores sucessos da televisão naquela época.

Heresia? Não, se o Idris Elba pode fazer o papel do Hendal, o mais branco de todos os deuses nórdicos no universo Marvel, porque a Bárbara Eden não podia ser uma gênia loira na televisão? Cada um conta a história do jeito que quer. E aqui chegamos a este final de inverno de 2022 e ao filme do diretor George Miller. Tilda Swilton é uma inglesa professora de literatura, que vive sozinha depois que seu marido morreu. No início do filme ela se apresenta dizendo: “Meu nome é Alithea e minha história é verdadeira. Sou uma criatura solitária por natureza. Não tenho filhos, nem irmãos, nem parentes. Já tive um marido certa vez”. Apesar de morar sozinha esta dama de meia idade viaja muito. Um dia ela vai a Istambul, na Turquia, participar de uma conferência. E compra uma velha garrafa de origem árabe num mercado.

De volta para casa ela abre a garrafa e o que é que acontece? Um legítimo djin, um gênio da lâmpada sai da garrafa num jato de fumaça e fica entalado no apartamento minúsculo da inglesa.

E o gênio é interpretado pelo Idris Elba. Ele mesmo, que já foi o guardião da Bifrost, a ponte do arco-íris, nos filmes do Thor e o caçador de leão no recente “A fera”. Como manda o regulamento o gênio do Idris Elba se apresenta e concede três desejos para a dama de meia idade que o libertou. Mas ela hesita em aceitar. Afinal ela é profunda conhecedora de lendas antigas e de literatura. E sabe que essas ofertas de gênios são muito perigosas. Elas envolvem aquela máxima antiga que diz: “Cuidado com o que você deseja. Você pode conseguir.” O que é um grande problema para o gênio. Se Alithea não fizer nenhum pedido ele volta para a garrafa e fica lá por mais 3 mil anos. Decidido a convencer a professora a fazer um pedido ele começa a contar sua história para ela. E o filme então nos leva para a África dos tempos de Salomão e da rainha de Sabá.

O resultado é um filme lindo e cheio de encantamento e filosofia. Miller convenceu o diretor de fotografia John Seale a sair da aposentadoria para rodar este filme. O que proporciona belas imagens e paisagens de sonho. Pode ter sido um fracasso de bilheteria, mas merece ser visto.

 

Jorge Luiz Calife

 

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