Serviço de Atendimento Domiciliar melhora qualidade de vida de pacientes em Volta Redonda

by Diário do Vale
Atendimento ao Doente

Saúde: Serviço de Atenção Domiciliar dá aos enfermos e familiares todo atendimento e acompanhamento médico profissional necessários (Foto: Divulgação)

Volta Redonda – Cuidar de um paciente acamado não é uma tarefa fácil, e envolve dificuldades como a locomoção, cuidados de higiene e alimentação, já que muitas vezes o paciente depende totalmente de outra pessoa para realizar essas funções. Em Volta Redonda, no entanto, esta situação é um pouco mais confortável. Desde 2009, o Serviço de Atenção Domiciliar (SAD), da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), vem assistindo pacientes acamados a domicílio, dando aos enfermos e familiares todo atendimento e acompanhamento médico profissional necessários.

O serviço completou em março sete anos de existência – período em que atendeu cerca de 1,2 mil pessoas – e desde 2011 foi credenciado junto ao Ministério da Saúde dentro do Programa Melhor em Casa, de acordo com a portaria 2.527 de 27 de outubro de 2011, hoje reformulada pela portaria 963 de 27 de maio de 2013.

Atualmente, o Serviço de Atenção Domiciliar acompanha uma média de 213 pacientes por mês, incluindo 93 pacientes do Hospital São João Batista, atendidos anteriormente pelo Programa de Atendimento Domiciliar (PAD) da unidade hospitalar. No total, são realizadas cerca de 400 visitas por mês pelos profissionais do serviço. O atendimento pelo SAD possibilita, em muitos casos, diminuir o tempo de internação em leitos hospitalares e melhorar o conforto do paciente e da família durante o tratamento. O principal público atendido são pacientes com necessidades de reabilitação e que necessitam de maior frequência de cuidado, acompanhamento contínuo, além dos pacientes crônicos ou em pós-cirurgia.

Equipes

Em Volta Redonda o SAD conta com duas Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar (EMAD) – compostas por um médico, um enfermeiro, um fisioterapeuta e três técnicos de enfermagem – e uma Equipe Multiprofissional de Apoio (EMAP), composta por psicóloga, nutricionista e fonoaudióloga.

De acordo com a psicóloga e coordenadora do SAD, Marta Lúcia Pereira, os encaminhamentos ao serviço são feitos pelas Unidades Básicas de Saúde, hospitais, e UPA 24 Horas (Unidade de Pronto Atendimento 24 horas).

– Somos procurados também pelos próprios familiares dos pacientes, acolhemos todas as solicitações e realizamos uma visita domiciliar com a nossa equipe, identificando se esses usuários têm o perfil do serviço. O trabalho da equipe de saúde é feito com a ajuda dos familiares, que recebem todas as orientações necessárias. É um tratamento mais humanizado e que mostra excelentes resultados – disse a coordenadora, lembrando que as bases do SAD funcionam no Hospital Municipal Munir Rafful (anexo da UniFOA) e no Parque das Ilhas (Rua A, nº 40).

Nas visitas a equipe realiza uma avaliação completa do paciente, com orientações de enfermagem, nutrição e exercícios de fisioterapia, por exemplo.

– São momentos em que podemos repassar todo o trabalho para que a família ou pessoas próximas ao paciente possam dar continuidade ao tratamento – explicou Marta.

Segundo ela o atendimento do SAD é realizado de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e as visitas são realizadas semanalmente ou quinzenalmente, de acordo com o quadro clínico do paciente. Nos finais de semana e feriados, entre eles, as festividades de final de ano, familiares também recebem atendimento. Caso o paciente apresente alguma alteração no seu quadro clínico ou venha a falecer, o SAD pode ser acionado, através de um telefone de contato.

“Todos os pacientes têm nossos telefones pessoais para nos ligar em caso de emergência. Se for necessário, em caso de agravamento, visitamos este paciente até duas ou três vezes na semana”, disse Marta.

O atendimento prestado pelas equipes do SAD não fica restrito apenas aos pacientes. Familiares também recebem apoio psicológico como, por exemplo, orientações sobre as mudanças na rotina familiar, devido à presença de um paciente adoecido no domicílio.

O SAD conta ainda com um procedimento denominado de Ritual de Passagem. Uma vez constatado o óbito, a equipe do SAD entra com o procedimento “Preparo do Corpo – Ritual de Passagem”, cuja iniciativa ganhou notoriedade ao ser escolhida como uma das dez experiências mais inovadoras do país desenvolvidas dentro do SUS (Sistema Único de Saúde). O Ritual de Passagem envolve uma série de cuidados com o corpo, como, por exemplo, a colocação de prótese dentária, hidratação da pele, banhos, vestimentas, dentre outros cuidados, respeitando crenças, valores e costumes do paciente em vida.

Outro diferencial do programa é o atendimento pós-óbito realizado pelas equipes. Além do atestado de óbito dos pacientes, que eles acompanham a emissão, a equipe também realiza visita à família 15 dias após a morte para verificar como estão atravessando o período de luto.

– Criamos vínculo não só com o paciente, mas com a família também. Passamos semanas orientando, cuidando, dividindo experiências com eles e não tem como não nos sensibilizarmos – afirmou a psicóloga.

Os principais critérios para o programa são: estar clinicamente desestabilizado; ser acamado por um período superior a 50% do tempo; ter cuidador no domicílio (formal ou informal); demanda por procedimentos de maior complexidade, que podem ser realizados no domicílio, tais como: curativos complexos e drenagem de abscesso, entre outros; dependência de monitoramento frequente de sinais vitais; necessidade frequente de exames de laboratório de menor complexidade; adaptação do usuário ou cuidador ao uso do dispositivo de traqueostomia; adaptação do usuário ao uso de órteses/próteses; adaptação de usuários ao uso de sondas e ostomias; acompanhamento domiciliar em pós-operatório; reabilitação de pessoas com deficiência permanente ou transitória, que necessitem de atendimento contínuo, até apresentarem condições de frequentarem outros serviços de reabilitação; uso de aspirador de vias aéreas para higiene brônquica; necessidade de atenção nutricional permanente ou transitória; necessidade de cuidados paliativos.

Os telefones para contato com a equipe do SAD são (24) 3339-2186 para o Distrito Norte e 3339-9418 para os moradores do Distrito Sul.

Idealizador do serviço afirma que SAD beneficia pacientes e familiares

Para o médico José Antônio Pereira Fernandes, responsável pela implantação do serviço em Volta Redonda, o trabalho executado pelo SAD é de extrema importância tanto para os familiares, quanto para os pacientes.

– A discussão que originou a vinda do serviço para Volta Redonda teve início em 1994 quando o Hospital São João Batista, referência na região, sofria com superlotação. Daí foi pensado uma forma de desospitalizar os pacientes que podiam ter tratamento em domicílio, abrindo assim novas vagas – explicou José Antônio, que completou: “Trabalhamos no SAD com a lógica do amor ao próximo, como pacientes que não tem possibilidade de tratamento e então fazemos tudo o que é possível para dar uma excelente qualidade de vida a eles. Cuidamos também da família, nesse momento de sofrimento, angustia. Quando necessário vamos a casa desse paciente ou sugerimos a ajuda necessária que eles precisam”, disse o médico. José Antônio afirmou que em breve deverá ser criada uma nova equipe para atender mais pacientes.

A cuidadora do senhor Evangelista Cândido Moises, a esposa dele, Rita de Cássia de Paula, afirma que o apoio recebido pela equipe do SAD é fundamental para Evangelista, que sofreu um AVC e está acamado há quase seis anos.
– O apoio psicológico que recebo é fundamental para o tratamento dele. Fico ansiosa esperando pela visita da equipe, porque sei que a cada consulta fico mais tranquila e segura da forma em que estou cuidando dele. Eles nos ajudam em todos os sentidos, nos orientando sobre medicações, cuidados, alimentos certos e sem contar o apoio psicológico, que é fundamental – afirmou Rita.

Com o marido doente há mais de cinco anos, a dona de casa Maria Lúcia Estebanez Esteves também ressaltou a importância das visitas da equipe do SAD.

– Desde que passamos a ser atendidos pelo SAD ficou muito mais fácil cuidar do meu marido. Antes tudo era mais difícil e demorado, hoje meu marido recebe todo o atendimento em casa com mais conforto. É um programa maravilhoso – afirmou.

Jorge também elogiou o serviço de atenção domiciliar. “Posso dizer que eles são até chatos de tanto cuidado que têm comigo. Ficam de olho em tudo e tem controle sobre cada coisa que acontece comigo. Se eu e minha família não tivéssemos a ajuda deles eu não estaria mais aqui. Eles nos dão segurança de que estamos fazendo tudo certo. É muito carinho, muito amor que recebemos. A visita deles agora me traz conforto”, destacou o paciente.

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3 comments

MORADORA 10 de abril de 2016, 14:42h - 14:42

Minha Tia no ano 2011, participou de outro programa o PID (Hospital São João Batista). Como responsável por ela, tive toda orientação necessária, a equipe do DR.José a atendeu com competência, carinho, humanidade. Só tenho a agradecer a DEUS e pedir que eles continuem com esta dedicação a pacientes internados em casa pelo SUS.

Lígia Shcherdal 9 de abril de 2016, 16:40h - 16:40

Tem nutricionistas na equipe? Desde quando?
Vários pacientes ficam desnutridas, cheios de escaras em casa sem assistência nutricional!!!

Danilo Gomes 17 de abril de 2016, 17:29h - 17:29

Realmente HOJE no SAD falta o profissional de nutrição. Mas quanto as Ulceras de Pressão ( escaras) elas em sua maioria resultam da falta de cuidado intensivo na unidade hospitalar da qual o paciente provem. Os profissionais do SAD ao internarem o paciente no Serviço já o recebem com essas lesões (e ainda assim conseguem em seu cuidado acabar com elas),e tb em quadro de desnutrição. Vale lembrar também, que a maioria desses usuários tem doenças cronicas que lhes proporcionam agravo nutricional, mas mesmo assim, sem o nutricionista o médico dentro de suas competências e tambem os enfermeiros realizam informaçoes acerca de complementação alimentar, pois os mesmos foram capacitados para tal atuação em cursos complementares, Congressos…. Vale lembrar que não quero fazer politica, mas falo como filho de usuário que por muito tempo teve essa equipe como minha única referência de cuidados em saúde….

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