Siderúrgicas operam com metade da capacidade instalada, diz Aço Brasil

No ano passado, 26% do aço consumido no país foi importado, sendo 58% vindo da China

by Vivian Costa e Silva

Sul Fluminense – O presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil, Jefferson de Paula, afirmou durante evento no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira (20), que as siderúrgicas nacionais operam com cerca de metade da capacidade instalada, tendo produzido 26,6 milhões de toneladas, diante de um potencial de produção de 51 milhões. Segundo Jefferson, no ano passado, 26% do aço consumido no país foi importado, sendo 58% vindo da China.

Segundo o Instituto Aço Brasil, de janeiro a março, o Brasil importou cerca de 1,3 milhão de toneladas de aço, alta de 25,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Nos últimos anos, o segmento criticava a concorrência desleal do aço estrangeiro, que impedia o aumento da produção brasileira.

Jefferson de Paula, que também é presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO para América Latina, ressaltou que o setor investiu R$ 162 bilhões em 15 anos e emprega 2,9 milhões de pessoas.

Investimentos de R$ 100,2 bi já estão em andamento no Brasil

Empresas do setor siderúrgico estão investindo R$ 100,2 bilhões no Brasil até 2028. O valor foi anunciado nesta segunda-feira (20) após reunião entre representantes do segmento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e ministros da área   econômica.
O anúncio ocorre menos de um mês depois de o governo anunciar cotas de importação por um ano para 11 tipos de produtos de aço e taxação de 25% sobre o que exceder os limites. Em fevereiro, o governo tinha restaurado as tarifas de importação para cinco itens.

Por meio das redes sociais, o presidente Lula comemorou a decisão do setor siderúrgico. “Além de lançarmos o Novo PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] nesses 16 meses de governo, após pegarmos um país desestruturado, também recebemos o anúncio de R$ 130 bilhões do setor automobilístico e agora estamos anunciando mais R$ 100 bilhões de investimentos da indústria siderúrgica nos próximos cinco anos”, escreveu.

Repercussão – Também presente ao anúncio, o presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Ricardo Alban, comemorou a iniciativa, mas pediu providências em relação a outros segmentos que enfrentam problemas de concorrência com os produtos importados. Ele citou os setores petroquímico, químico, de fertilizantes e da construção civil como áreas que precisam de medidas. As informações são da Agência Brasil

ArcelorMittal já está investindo R$ 25 bilhões

A ArcelorMittal, maior produtora de aço no Brasil, está realizando o maior programa de investimentos da indústria do aço em andamento no país com aquisições, ampliações de suas plantas, energia renovável, atualização tecnológica e joint-ventures, que somam R$ 25 bilhões.

Os investimentos em andamento mostram que o Brasil é estratégico para o Grupo ArcelorMittal, tanto por sua potencialidade de consumo quanto pelas perspectivas de produção de energia limpa e redução global de emissões de carbono.

O programa de investimentos em andamento aumentará a participação de mercado da empresa por meio de crescimento da capacidade e produção de novos aços de alto valor agregado para consumo interno e exportação.

A aquisição da Unidade do Pecém, por R$ 11,2 bilhões, concluída em março do ano passado, se mostrou estratégica e bem-sucedida. A gigante produtora de placas alcançou, no ano passado, seu recorde de produção de três milhões de toneladas produzidas, integrada logisticamente a um porto de grande performance para abastecer outras unidades de produção da ArcelorMittal no mundo e clientes internos.

Outro investimento em andamento, de significativos R$ 4,2 bilhões, é a construção do complexo eólico Babilônia Centro, no município de Várzea Nova, na Bahia, e que terá capacidade de produção (de 553 MW) para suprir com energia limpa aproximadamente 40% do consumo das unidades da ArcelorMittal no país.

Além desses, estão em andamento os programas de investimento de R$ 4 bilhões na ampliação e modernização da Unidade de Monlevade (MG), para toda uma nova linha de produção de aços longos, dobrando a capacidade de produção dessa importante operação. E de R$ 1,3 bilhão na ampliação da unidade de Barra Mansa, onde também será implantada toda uma nova linha a partir de melhorias na aciaria e nova laminação.

Na Unidade Vega, em São Francisco do Sul, Santa Catarina, outro R$ 1,9 bilhão está sendo investido no projeto Cold Mill Complex (CMC), de construção de uma terceira linha de galvanização e uma nova linha de recozimento contínuo, que permitirão a produção de aços laminados a frio e revestidos. E, na Mina de Serra Azul, em Itatiaiuçu (MG), outros R$ 2 bilhões estão sendo investidos para a instalação de uma nova planta de beneficiamento do minério, que triplicará sua capacidade de produção.

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2 comments

Jorge Lucas 22 de maio de 2024, 18:21h - 18:21

O Brasil precisa reconhecer seu próprio valor no setor siderúrgico. Exportar minério a preço de custo e importar aço (produzido com o nosso minério), a preço de mercado, é muita humilhação.

MEIO KILO 22 de maio de 2024, 17:23h - 17:23

AGORA ENTEDO PORQUE A CSN PAGA AO COLABORADOR METADE DO SALÁRIO MÉDIO PAGO EM INDÚSTRIA SIDERÚRGICA

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