Poluição em rio preocupa moradores de Barra Mansa

by Diário do Vale
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Perigo: Com lixo acumulado nas margens, enchentes são constantes em época de chuva
(Foto: Felipe Vieira)

Melissa Carísio
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Barra Mansa – A situação do rio Barra Mansa preocupa a população, que aponta sacolas de lixo jogadas no local, pedaços de móveis, entulhos e o mato alto sem capinar próximo às como os principais problemas. Além da poluição da água, aqueles que moram próximos ao rio também atentam para o fato de que com a vinda das chuvas, o acúmulo de lixo facilita a ocorrência de enchentes.
Fernando Isidório vive no bairro Piteiras há mais de 30 anos e explicou que, à medida que as pessoas foram se mudando para o local, o rio foi ficando mais poluído. Ele contou também que não são aqueles que moram às margens do local que jogam lixo, mas pessoas de outras ruas.
– Eu moro na Rua Maurício Caetano da Silva desde que nasci e fui criado aqui. Me lembro de que quando era criança, costumava nadar e até pescar no rio. Com o passar dos anos, as pessoas foram se mudando para cá e o lixo foi aumentando. O pessoal costuma jogar muito lixo no rio e às vezes as pessoas pensam que foi a gente, os moradores das margens, mas não foi. É sempre o pessoal das ruas de cima – disse.
Ele conta também que o caminhão de lixo passa regularmente, todas as terças, quintas e sábados e que ainda assim as pessoas tendem a jogar suas sobras no local. Ele explicou que também não aborda ninguém que vê praticando tal ato, com medo de sofrer represálias.
– Não adianta conversar com ninguém, você fala e entra num ouvido e sai no outro. Diariamente nós vemos alguém jogando alguma ‘bolsinha’, mas para evitar problemas não falo nada. O pessoal daqui é bastante ignorante – concluiu.
A moradora do bairro Boa Sorte, Arlene Cândido, contou que por causa das enchentes, causadas pelo acúmulo de lixo jogado no rio, já perdeu muitos bens. Ela que mora no local há 20 anos, reclama da falta de consciência de seus vizinhos.
– Quando o rio enche, a casa da gente fica uma tristeza. Eu já perdi tudo, minha casa está até interditada, do tanto de água que entrou aqui. O pessoal não tem consideração! A gente cuida do que é nosso e acontece isso. Aqui em casa, por exemplo, quando quebra alguma coisa, eu coloco na porta para o caminhão recolher. Eu já perdi praticamente tudo – contou.
Sobre buscar a ajuda da prefeitura para solucionar os problemas, Arlene disse que já tentou inúmeras vezes, mas sem sucesso. Ela contou também que a única vez que a prefeitura realizou a poda das margens, os profissionais não estavam vestidos adequadamente.
– Não adianta ligar, eles não atendem a gente, não estão nem aí. O rio está cheio de mato, nós precisamos que eles limpem pelo menos a beirada do rio, porque a gente não tem condições de fazer. Pra gente fica complicado, a gente pede, mas eles não fazem! A única vez que vieram aqui, o pessoal não estava trabalhando não usavam nem botas… Um até cortou o pé – relatou.
Joice Conceição trabalha no comércio, no bairro Nova Esperança. Ela conta que a enchente é a maior preocupação dos moradores do local, mas que ainda sim, continuam jogando lixo no rio.
– Eles jogam muito entulho. Resto de obra, madeiras e muitas outras coisas. É horrível! Depois vem a enchente, todo mundo fica apavorado, as pessoas perdem as coisas e aí ficam reclamando – falou.
Em nota ao DIÁRIO DO VALE, a Coordenadoria de Resíduos Sólidos do Saae-BM (Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Barra Mansa) informou que notifica e autua os moradores que são identificados depositando irregularmente materiais nas margens de rios e córregos. A autarquia informou ainda que geralmente esses descartes irregulares ocorrem nos finais de semana ou durante à noite, portanto é necessário a colaboração da população para denunciar o fato através da linha de atendimento do Saae.
A Coordenadoria informou também que pela grande extensão do Rio Barra Mansa (17 km), sua limpeza é realizada duas vezes ao ano. Lembrando que o setor só tem autorização para capinar e retirar resíduos da margem do rio, sendo a limpeza do leito responsabilidade da Secretaria Estadual de Ambiente.
Para denunciar descartes irregulares o morador pode ligar nos seguintes telefones: 3322-6195 ou 115.

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9 comments

ÊTA POVINHO 27 de julho de 2015, 15:18h - 15:18

Acabar com esse lixo é fácil. É só proibir os supermercados, padarias e outros comerciantes (os grandes responsáveis) de fornecerem as sacolas como embalagens. Os moradores utilizam as sacolas para colocarem o seu lixo e o depositam na rua, muitos dos moradores ainda jogam nos leitos dos rios.

Acabem com as sacolas que os rios e córregos agradecem.

Lucio 27 de julho de 2015, 14:31h - 14:31

Lixo em rio é coisa de morador porco, e depois a culpa é da prefeitura. Fala sério, a população só sabe reclamar
mais é a primeira fazer tudo errado.

priscils 27 de julho de 2015, 09:52h - 09:52

E uma poca vergonha barra mansa,esses corregos ja deveriam estar tds manilhados principalmente esses q tem casa por perto,igual no boa vista enquanto tava na eleição eles tavam manilhando,acabou a eleição acabou serviço,fica aki esse corrego fedorento no nove de abril,do q adianta capinar se o fedo continua,isso e pq o prefeito nao reside perto de nenhum ele estando bem o resto q se dane

João 27 de julho de 2015, 08:48h - 08:48

E esse lixo aí?? Apareceu do nada?? Eles mesmos sujam e querem cobrar a prefeitura! Façam-me o favor!

Renan 27 de julho de 2015, 08:22h - 08:22

O certo era desapropriar as residencias nas margens do córrego, conscientizar, fiscalizar e punir esse povo porco que só sabe poluir, e muito comum ver encanamentos de esgoto indo direto para o córrego, algumas semanas atrás eu vi uma moradora jogado uma bolsa de supermercado com lixo da janela dela direto no córrego, fui argumentar que aquilo era errado e fui xingado, tai o resultado um rio que tinha vida e agora está morto.

Tolerância Zero 27 de julho de 2015, 08:00h - 08:00

A melhor medida a ser tomada SERIA extremamente IMPOPULAR… Deveria ser feito a remoção de TODA população ribeirinha, fazer uma dragagem, alguns reservatórios (piscinões), e o REFLORESTAMENTO DE TODA A MARGEM DESTE E DE OUTROS RIOS… A curto prazo uma grande despesa mas uma solução DEFINITIVA para os ALAGAMENTOS ea POLUIÇÃO…

Al Fatah 26 de julho de 2015, 21:53h - 21:53

Não conheço nenhum outro rio ou córrego da região que seja tão sujo quanto esse, e não adianta colocar a culpa na prefeitura. Se limpar hoje, amanhã estará sujo novamente…

Manoel 26 de julho de 2015, 19:48h - 19:48

Não adianta nenhum trabalho ,pois o povo é porco.
Tem que multar, só quando sai do bolso que nasce a consciência.

irritado 26 de julho de 2015, 19:25h - 19:25

Absurdo mesmo moradores fazer cobrança de suas própria responsabilidades no rio não é lixeira além do mais aí deve ter coleta de lixo e porque jogar esses objetos no rio poluindo a agua e também poluição visual isso é uma vergonha para os próprios moradores a capina eu concordo mais lixo e moveis deveria ficar ali mesmo para eles aprenderem oque é certo e errado.

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