No fascinante mundo da Lua

by Diário do Vale
Lua Cheia: A mancha escura a direita é o Mar da Tranquilidade

Lua Cheia: A mancha escura a direita é o Mar da Tranquilidade

Segunda-feira passada uma super lua cheia empolgou os habitantes do nosso pequeno planeta azul. Para os românticos foi mais uma oportunidade de festejar o amor e a beleza do mundo. Enquanto isso os astrônomos, que conhecem a lua melhor do que ninguém, divulgaram notícias ruins para quem sonha em se mudar de mala e cuia para o mundo da Lua. Dados do satélite LRO, da Nasa, mostram que o bombardeio de meteoritos sobre a superfície lunar é muito mais intenso do que se imaginava. O que afeta os planos da agência espacial europeia de instalar a sonhada base na superfície lunar.

Para quem olha a lua aqui da Terra, ela parece imutável. Mas isso é uma ilusão. A equipe do cientista Nelson Speyerer, da Universidade do Arizona, estudou 14 mil pares de fotos da superfície da Lua tiradas pela sonda Lunar Reconnaissance Orbiter, que se encontra orbitando nosso satélite natural desde 2009. As imagens revelaram o aparecimento de 222 novas crateras provocadas pelo impacto de meteoritos. E isso aconteceu em um espaço de tempo de apenas seis anos. O que é uma taxa de impactos 33% maior do que se imaginava.

Para equipes de astronautas, que passam apenas algumas horas na superfície da Lua, a chance de ser atingido ainda é pequena. Mas para moradores permanentes a ameaça é real. Os autores de ficção científica do século passado gostavam de imaginar cidades lunares dentro de cúpulas de plástico transparente. De onde os moradores poderiam olhar a Terra Cheia no céu. Pura fantasia. As novas descobertas mostram que qualquer moradia que possamos construir na Lua, no futuro, terá que ficar no subsolo, para se proteger dos impactos que abrem crateras de até 43 metros de diâmetro.

Para nós, que continuamos a admirar a lua de longe, não vai mudar nada. Nem para os lobos e coiotes, que adoram uivar para a lua cheia. Alguns cachorros também fazem isso. Há muitos anos tive uma cadela, Husky siberiana, que uivava nas noites de lua cheia. Ela também uivava sempre que o sino da igreja tocava, o que mostra que o comportamento dela tinha relação com ruídos ou fontes de iluminação inesperadas.

Minha avó olhava para a Lua e via a figura de São Jorge e o dragão. Isso acontece porque, da nossa latitude, a lua aparece tombada de lado, com a mancha escura do Mar da Tranquilidade se projetando para cima. E só é necessário um pouco de imaginação para ver ali a figura de um cavalo empinado. Outros povos, com culturas diferentes, imaginam outras coisas nas manchas escuras da superfície lunar. Os chineses enxergam um coelho e os norte-americanos o rosto de um homem. O homem na Lua.

Os primeiros homens que observaram o globo lunar com lunetas também foram enganados por aquelas manchas. Eles acharam que eram mares e lagos. Hoje sabemos que não existe água líquida na superfície da Lua. Mesmo assim as grandes planícies lunares ainda ostentam nomes como “Mar das Chuvas” ou “Mar das Tormentas”.

Graças às sondas e naves espaciais nossa geração sabe mais sobre a Lua do que qualquer outra. Ainda tenho, em minha biblioteca, alguns livros de astronomia das décadas de 1950 e 1960. Quando os astrônomos discutiam se as crateras da Lua eram vulcões extintos ou buracos abertos por meteoritos. As missões Surveyor e Apollo, durante a década de 1960, mostraram que a teoria dos vulcões estava errada. As crateras da Lua são o resultado de uma chuva de pedras que continua a cair nos dias de hoje.

Para quem tem uma pequena luneta a melhor época para olhar a Lua é durante as fases minguante e crescente. Porque a luz solar, atingindo de lado as regiões próximas do terminador (a linha que separa o lado escuro do iluminado) projeta sombras que destacam o relevo. Com um mapa e um binóculo é possível passar muitas noites explorando a face lunar.

 

 

Perigo: Novas crateras estão se formando
Romance: O amor em tempo de Lua Cheia
Natureza: Lobos costumam uivar na Luz Cheia

 

Por Jorge Luiz Calife

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