O novo astro de Star Wars

by Diário do Vale

O personagem mais interessante dos novos filmes de Star Wars é, certamente, o pequeno robô BB-8. Aquele que parece uma bola, rolando no chão, com a cabeça equilibrada no topo. BB-8 foi revelado ao mundo em 2015 no filme “Star Wars – O despertar da força” e vai voltar as telas dia 15 de dezembro no episódio 8, “Star Wars: Os Últimos Jedi”. Quem viu o robô no filme achou que era um simples truque de computação gráfica. Não é não, o diretor J. J. Abrams fez questão de que BB-8 fosse criado de modo mecânico para interagir com os atores durante as filmagens.

Mas como é que aquela cabeça não cai no chão enquanto o corpo em forma de bola rola pelo cenário? Os fãs criaram muitas teorias fantásticas, incluindo a de que existiriam hamsters treinados impulsionando o corpo do BB-8. Na verdade o robô é baseado em uma nova tecnologia desenvolvida por uma empresa criada pela Disney, a Sphero Ball. Que criou uma réplica de brinquedo do BB-8, vendida na internet. A Disney registrou uma patente garantindo seus direitos sobre o mecanismo de funcionamento do BB-8. Ele é baseado em giroscópios e magnetos, ou seja, imãs. É a força de imãs que mantém a cabeça presa ao corpo do BB-8.

BB-8 é um exemplo da tecnologia de robôs holonômicos. Em robótica um robô holonômico é um autômato capaz de se mover instantaneamente para qualquer direção sobre um plano. O robô usa um giroscópio para determinar sua posição em relação ao plano. Ou seja, que lado é para cima? Os giroscópios são volantes giratórios usados nos mecanismos de controle de mísseis, aviões e até submarinos. Eles são capazes de manter um mecanismo equilibrado em uma determinada direção, impedindo, por exemplo, que um míssil se desvie da rota determinada.

A propulsão do BB-8 é fornecida por duas rodas que impulsionam a bola pelo lado de dentro. Elas ficam presas a uma estrutura (que inclui as pilhas), que serve de contrapeso, pressionando as rodinhas contra o fundo da esfera. Por cima da montagem das rodas fica um mastro com um imã na ponta. Esse imã interage com outros magnetos montados na cabeça do BB-8, fazendo que ele deslize na direção contrária enquanto o corpo rola. Segundo o site “How does BB-8 works” a Disney patenteou esse mecanismo em 2010, dois anos antes de a empresa comprar a Lucasfilme e quatro anos antes da fundação da Sphero. O que sugere que a Disney já pensava em robôs rolantes antes mesmo de investir na saga do George Lucas.

Simpático: BB-8 como aparece nos filmes

Simpático: BB-8 como aparece nos filmes

Original

Todavia, é possível que a ideia original do BB-8 tenha partido do artista Ralph McQuarrie, que trabalhou na trilogia original de Star Wars. Foi McQuarrie que criou o antigo R2D2 e em suas anotações ele menciona a ideia de um robô giratório. “Eu pensei no R2D2 como um grande rolamento de esferas, apenas uma esfera, um círculo como uma grande roda. Ele seria equilibrado por giroscópios e poderia se mover em qualquer direção por cima dessa bola”.

É uma pena que McQuarrie não tenha patenteado sua ideia. Agora, qualquer um que construir um robô semelhante terá que pagar royalties para a Disney. Quando o primeiro filme de Guerra nas Estrelas foi filmado, em 1976, a tecnologia não permitiria a construção de um robô desse tipo. Daí que R2D2 acabou ficando parecido com um hidrante. Seu funcionamento nunca teve segredos, havia um pequeno ator dentro dele.

Os robôs são parte integrante dos filmes de ficção científica desde a década de 1930. No princípio eles eram grandes, ameaçadores e decididamente humanoides. Como os monstros de lata que aparecem no filme “Planeta Proibido” e no seriado “Perdidos no Espaço”. Foi em 1971 que o cineasta Douglas Trumbull teve a ideia de incluir robôs pequenos e graciosos em seu filme “Corrida Silenciosa”. Trumbull foi um dos maiores responsáveis pelos efeitos visuais do filme “2001: Uma odisseia no espaço”. Seus robôs também tinham pessoas dentro deles, movendo as pernas mecânicas. Mas eles foram o início de uma linhagem que terminou no fantástico BB-8.

 

Réplica: A versão de brinquedo produzida pela Sphero
Astro: BB-8 com uma atriz coadjuvante
Segredo: O mecanismo interno do robô

 

Por Jorge Luiz Calife
[email protected]

 

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1 comment

Anderson 5 de dezembro de 2017, 16:18h - 16:18

Muito interessante! Os robôs de Star Wars, além de alívio cômico, são astros a parte.

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