Pacientes de chikungunya relatam dores mesmo após cura

by Diário do Vale

Chikungunya também é transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti
(Foto: Arquivo)

Barra Mansa- Dores insuportáveis e a impossibilidade de mover as articulações. Essas são as consequências e os principais relatos dos pacientes que foram infectados pela febre chikungunya que, assim como a dengue a Zika, também é transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti. Em Barra Mansa, segundo dados oficiais da Secretaria de Saúde, de janeiro a março, foram feitas 33 notificações de casos da doença, sendo desse total 25 confirmados.
Em anos anteriores, o número de pacientes com a doença foi bem menor: em 2016 cinco casos foram confirmados; em 2017 não houve nenhuma confirmação e em 2018 foram 12 notificações ao longo do ano, com quatro casos confirmados.
Embora tenha sintomas parecidos com a dengue, a grande diferença da febre chikungunya está no seu acometimento das articulações: o vírus avança nas juntas dos pacientes e causa inflamações com fortes dores acompanhadas de inchaço, vermelhidão e calor local. Em muitos casos, os pacientes relatam dores “insuportáveis”, que podem durar semanas, e até meses, e alguns ainda ficam sob o risco de adquirirem problemas crônicos.
A professora Bianca Santiago, de 40 anos, contraiu a doença há três semanas e ainda está sofrendo as conseqüências. À base de analgésicos e anti-flamatórios, ela ainda sente muitas dores e já se prepara para agendar uma consulta com um reumatologista. De acordo com ela, a participação da população, no sentido de combater o mosquito transmissor da doença é fundamental para evitar tanto adultos, crianças e idosos também sejam infectados.
Conforme ela recorda, os primeiros sintomas que sentiu foi uma dor no ombro esquerdo, que ela achou que pudesse ser um problema muscular. No dia seguinte, no entanto, a dor se espalhou pelo corpo todo, acompanhada de uma febre intensa e, segundo a professora, ela ficou impossibilitada de sair da cama.
-As pessoas precisam se conscientizar, eliminando os focos do Aedes Aegypti, E não queiram ter a chikungunya. A doença é muito grave e o problema maior é a dor que fica nas articulações. Teve um dia de manhã que doeu tanto o meu pé que não consegui pisar no chão. Uma dor insuportável. Já se passaram três semanas que fui diagnóstica com a doença e ainda tenho enfrentando, todos os dias, as conseqüências”, relatou a professora.
A dona de casa Daiane de Almeida, de 32 anos, também foi diagnosticada com a febre chikungunya e vem enfrentando fortes dores nas articulações. De acordo com ela, que teve dengue há cerca de dez anos, os sintomas da febre são muito mais intenso e comprometem demais a qualidade de vida dos pacientes.
-Nunca sofri tanto com dores, como há cerca de dois meses quando tive a doença. Acredito que tenha contraído no Rio de Janeiro, onde passei a virada do ano e está grande o número de casos, e sofri muito durante quase dez dias, sem poder pisar no chão e mal segurar um copo de tanta dor que sentia. Não é exagero, mas realmente todas as articulações ficam muito comprometidas e a gente pensa até no pior. As pessoas precisam eliminar dos focos do mosquito transmissor, porque hoje o meu maior medo é ver um idoso ou criança da minha família passando pelo o que passei – ressaltou Daiane.

Casos suspeitos são investigados

Conforme destaca o diretor médico da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Barra Mansa, Daniel Barbosa Teixeira, todos os casos suspeitos da doença, que dão entrada na unidade, estão sendo encaminhados para o setor de Epidemiologia da Secretaria de Saúde. Segundo ele, assim como a dengue, a orientação para os pacientes nessas condições é para que aumentem a ingestão de água, o uso de sintomáticos e que seja feito repouso total.
-A chikungunya tem sintomas parecidos com o da dengue como: febre, dor de cabeça, dor no corpo, ou seja, sintomas constitucionais de várias doenças. Porém, a chikungunya chama atenção por essa dor articular intensa, que é debilitante e deixa as articulações inchadas. Essas dores são mais comuns em punhos, tornozelos e cotovelos e esse sintoma de febre pode permanecer um pouco mais, com prazo de dez dias até mesmo meses após o quadro febril – disse o médico.

Por Roze Martins

(Especial para o DIÁRIO DO VALE)

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