Decisão do Copom sobre juros é amplamente contestada

by Diário do Vale
Medida: Sindicato diz que bancos são os grandes beneficiários do aumento e desta elevada taxa de juros (Foto: Divulgação)

Medida: Sindicato diz que bancos são os grandes beneficiários do aumento e desta elevada taxa de juros (Foto: Divulgação)


Rio – 
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), a Força Sindical e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) criticaram a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, de aumentar a taxa básica de juros (Selic) para 13,75% ao ano.
– Os bancos são os grandes beneficiários do aumento e desta elevada taxa de juros. Ao mesmo tempo em que a medida representa mais lucro para o sistema financeiro e para os rentistas [que vivem de renda], ela tem efeitos extremamente danosos para a sociedade e a economia, pois inibe o consumo e os investimentos”, divulgou a Contraf em nota, e acrescentou que a medida estimula o “rentismo”, em detrimento dos investimentos na produção, que geram empregos, renda e gastos sociais.
Pela sexta vez seguida, o Banco Central (BC) reajustou os juros básicos da economia. Por unanimidade, aumentou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual. Na reunião anterior, no fim de abril, a taxa também tinha sido reajustada em 0,5 ponto. Com o reajuste, a Selic retorna ao nível de janeiro de 2009.
“Enquanto o resto do mundo reduz suas taxas, a fim de aliviar os encargos para seus cidadãos e afastar os efeitos nocivos da crise financeira, no Brasil os senhores da economia dão as costas aos problemas da população e dos trabalhadores, ameaçados de perder os empregos, e mantêm os juros nas alturas”, destacou nota da Força Sindical.
A Fiesp destacou que a indústria teve queda de 1,2% em abril, e o desemprego subiu para 8% no mesmo mês. “O governo brasileiro não precisa mais subir os juros, muito menos aumentar impostos. Precisa, sim, promover forte diminuição de gastos para atingir o equilíbrio fiscal e retomar o crescimento da produção e do emprego”, disse em nota.

Fecomercio-RJ

O reajuste da taxa básica de juros da economia (Selic) em 0,5 ponto percentual, passando para 13,75% ao ano, anunciada pelo Banco Central, destoa de seus parceiros internacionais, com crescimento bem abaixo da média. Essa é a visão da Federeção do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), ao comentar a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a Selic pela sexta vez consecutiva.
Para a Fecomércio-RJ, no compasso do arrocho monetário, o Brasil destoa cada vez mais de seus pares internacionais, com crescimento bem abaixo da média e juros muito acima do padrão. “Estamos na lanterna em termos de crescimento e na liderança quando o assunto é taxa de juros. E a questão aqui vai além, porque o tanto pago por empresários e consumidores chega em média a três, quatro vezes os juros básicos da economia, quadro agravado pelo recente aumento de impostos”, comentou em nota.
Com queda da atividade, do consumo e do investimento, o desemprego avança no país, com impactos diretos no comércio e na sociedade. Se o ano de 2015 é de ajustes, nada melhor do que uma reforma estrutural. Para a Fecomércio-RJ “é hora de elevar a eficiência do gasto público, reduzir a carga tributária, incentivar o investimento e ampliar a produtividade das empresas, o que, por sua vez, ajudará a conter a inflação”.

CNI

A nova elevação da taxa Selic – juros básicos da economia – atrasa a recuperação da economia, criticou a Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com a entidade, os juros altos punem a atividade produtiva, pois encarecem o capital de giro das empresas, inibem os investimentos e desestimulam o consumo das famílias.
Em comunicado, a CNI informou que a elevação da taxa Selic para 13,75% ao ano agrava o quadro de retração da atividade industrial. Para a confederação, o Banco Central deveria levar em conta que o aumento do desemprego e a queda da atividade econômica ajudam a segurar os preços, eliminando a necessidade de a autoridade monetária continuar a reajustar os juros. A política de corte dos gastos públicos, destacou a CNI, também ajuda a controlar a inflação.
Para a entidade, a combinação das políticas fiscal (corte de gastos públicos) e monetária (juros básicos) diminuiria o impacto do ajuste econômico sobre os produtores e os consumidores. “A indústria destaca que o esforço fiscal do governo é importante para a recuperação da confiança dos empresários e para diminuir a necessidade de novos aumentos dos juros. A combinação das políticas fiscal e monetária aliviaria o custo do ajuste para as empresas e os consumidores e permitiria a retomada gradual da produção”, concluiu o comunicado.

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1 comment

André Luis 8 de junho de 2015, 15:08h - 15:08

O Brasil vive a pior crise desde dos anos 80, atingiu as grandes empresas, que por sua vez, atingiu a classe trabalhadora do nosso Pais. Se voce acha que chegamos ao fundo do poço, pode esperar que ainda o nosso poço irá ficar mais fundo. Esse é o governo do PT e PMDB.

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