De acordo com os créditos do primeiro filme, a saga de Star Wars se passa em uma galáxia muito, muito distante. Mais do que isso, a julgar pelo que acontece nos filmes é uma galáxia situada em outro universo, onde as leis da Física, que conhecemos, não se aplicam muito bem. Tome como exemplo o novo filme, “Os Últimos Jedi” a nave hospital fica sem combustível. E o que é que acontece? Ela começa a parar inclinando-se pela popa. Algo que nunca aconteceria com uma nave espacial no nosso universo. O que mostra que ou os roteiristas de Star Wars não sabem nada sobre Física ou a galáxia do Luke Skywalker não fica no nosso universo.
Um avião perde velocidade, se os motores pararem, devido a resistência do ar. Mas, no espaço não há ar e as naves espaciais se movem com os motores desligados usando um princípio da física newtoniana que diz que um objeto em movimento uniforme continuará se movendo a menos que uma força seja exercida sobre ele. É o que chamamos de Primeira Lei de Newton. Se as naves tivessem que usar os motores o tempo todo, como os aviões, as viagens espaciais seriam impossíveis.
Esse é um erro antigo nos filmes de Hollywood. Em um filme B, de 1950, chamado “Da Terra à Lua”, o foguete XM também tem um problema com o combustível e fica parado no espaço, entre a Terra e a Lua. O que é o contrário do que acontecia na vida real, durante as missões Apollo. Na vida real o foguete Saturno 5 acelerava a nave até a velocidade de escape e depois se desligava. E a nave seguia até a Lua com esse impulso inicial. Parece que nem as missões Apollo nem os 67 anos que separam “Da Terra à Lua” de “Os Últimos Jedi” serviram para ensinar Física aos roteiristas de Hollywood.
Além de não oferecer resistência ao movimento, o vácuo espacial também não propaga os sons. Até uma bomba atômica explode silenciosamente no vácuo entre os planetas e as estrelas. Mas como todos estamos cansados de saber, em Star Wars as naves fazem um barulho tremendo, roncam e urram o tempo todo. E está ficando pior. No novo filme, os personagens na superfície de um planeta, conseguem ouvir o ruído das naves em combate lá no espaço. É como se daqui do Brasil pudéssemos ouvir o barulho das bombas na guerra lá da Síria.
Como em “Guardiões da Galáxia” um dos personagens de “Os Últimos Jedi” consegue sobreviver a uma exposição ao vácuo, quando sua nave é destruída. Não tentem isso na vida real meninos, em 10 segundos haveria perda da consciência e a morte ocorreria em um minuto. Outra coisa que não dá para fazer na vida real são aquelas manobras dos caças X-Wing e Tie. Só os aviões, movendo-se na atmosfera, podem fazer aquelas curvas e piruetas devido a ação do ar sobre as asas. No espaço uma nave continua se movendo na mesma direção mesmo se o piloto fizer uma volta de 180 graus. O único meio de mudar de direção no espaço é acionar pequenos motores, chamados retrofoguetes.
George Lucas tinha consciência desses erros e dizia que Star Wars era fantasia, não ficção científica. Mas é uma fantasia que usa elementos de ficção científica como robôs, armas lasers e viagens pelo hiperespaço. O problema é que Lucas usou os filmes do Flash Gordon como inspiração para sua guerra interestelar. E a ciência nunca foi o forte nos velhos seriados do herói dos quadrinhos.
O que não quer dizer que os filmes de Star Wars não sejam divertidos a sua maneira. Só não devem ser levados a sério. Quem procura uma visão realista sobre como é viajar pelo espaço pode encontrá-la em filmes antigos como “Apollo 13” e “2001: Uma odisseia no espaço”. Dos filmes modernos o mais correto é o “Interestelar”, do Christopher Nolan. Todos eles se passam no nosso universo e na nossa galáxia.
Por Jorge Luiz Calife
5 comments
fala sério, falta de assunto criticar um filme desse porte tá de sacanagem!!!
Este filme teve as suas falhas
Filme para NERD, quem gosta de mulher não perde tempo vendo essas bobagens.
Nerds gostam de entretenimento inteligente.
Essas falhas em uma Space Opera como Star Wars não me incomodam. Falhas deste tipo em filmes como Interestellar, do Christopher Nolan, que supostamente teve a assistência de físicos do calibre de um Kip Thorne, aí eu não aceito. É por isso que eu gostaria de um filme baseado na ficção científica hard “Padrões de Contato” daria um filme muito melhor. (Fica a dica)
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