Estado do Rio – A geração de energia nuclear no Brasil gera o equivalente a R$ 2 bilhões de PIB, – sendo 80% desse impacto no Rio de Janeiro – mais de 22 mil empregos e um aumento de R$ 3,1 bilhões na produção do país para cada R$ 1 bilhão de investimento na tecnologia. Esses e outros dados são resultado de uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com a Eletronuclear e a Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan).
O estudo, que revela os impactos socioeconômicos das atividades nucleares no país, foi divulgado, nesta quinta-feira (29), durante um evento na sede da FGV, no Rio de Janeiro, reunindo representantes do setor.
“Esses dados são a chancela da FGV, uma instituição técnica, respeitada e especializada. Temos agora um documento que comprova a importância do investimento no setor nuclear e do reflexo para a economia. Os efeitos são em todo o país, mas o epicentro é o Rio de Janeiro, estado onde estão localizadas as usinas nucleares”, explica o presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo Leite.
Energia limpa
A energia nuclear é uma das formas de geração de energia mais limpas, emitindo apenas 0,01% de gases do efeito estufa, ficando na mesma posição da energia eólica offshore – ou seja, gerada a partir do vento em parques localizados dentro do mar – perdendo apenas para a onshore – que tem instalação em terra.
“O que a gente procurou ressaltar no estudo é que a energia nuclear é uma das menos poluentes. Dessa forma, tem um papel fundamental na transição energética. O papel da FGV é prover informações para esclarecer o quanto de impacto têm determinadas atividades econômicas e mostrar os potenciais existentes”, conta o superintendente de pesquisa da FGV Energia, Marcio Lago Couto.
Entre os principais pontos destacados no evento está também a capacidade do setor nuclear brasileiro de contribuir globalmente com o fornecimento de urânio. O país se destaca por dominar integralmente o ciclo do minério, desde a mineração até a produção de combustível nuclear. Além da expertise, a abundância de recursos posiciona o país em uma condição estratégica.
Estima-se que o Brasil possui 277 mil toneladas de reservas de urânio, o que equivale a aproximadamente 5% das reservas mundiais. A expectativa é que o mundo demande cerca de 109 mil toneladas de urânio para 2035.
“As atividades nucleares no Brasil não apenas contribuem para a segurança energética, mas também geram empregos, estimulam o crescimento econômico e posicionam o país como um player estratégico no cenário internacional. Com um setor nuclear em constante evolução, o Brasil está pronto para colher os frutos dos benefícios socioeconômicos proporcionados por essa tecnologia”, conclui o presidente da Abdan, Celso Cunha.
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Todo esse potencial nuclear deveria se refletir em uma conta de energia elétrica mais baixa e mais coerente.
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