As belezas de um céu de outono

by Diário do Vale
Sirius: Foto do Hubble revela sua companheira SiriusB
Cão Maior: Constelação brilha no zênite no início da noite.
Rama: Romance imagina uma viagem até Sirius.
Poente: Poeira deixa o céu mais colorido.

O outono chegou e com ele as belezas do céu típicas desta época do ano. Terça-feira passada o poente estava fantástico, com toda uma paleta de cores vermelhas. No outono os poentes costumam ser mais exuberantes por uma razão simples: Sem as chuvas torrenciais típicas do verão existe mais poeira suspensa no ar. E quanto mais empoeirada estiver a atmosfera mais coloridos são os poentes. Aproveitem que hoje tem mais.

Depois do poente o céu escurece e surgem as estrelas. Entre elas a fantástica Sirius, a estrela mais luminosa do céu que brilha no zênite, como uma joia azulada, aí por volta das oito horas da noite. Sirius é tão luminosa por ser uma das estrelas mais próximas. O satélite europeu Hiparcus mediu com precisão sua distancia e encontrou um valor de 8,6 anos-luz. Além disso, Sirius está se aproximando do nosso sistema solar e deve ficar ainda mais brilhante pelos próximos 60 mil anos.

Sirius é conhecida como Estrela do Cachorro por ficar na constelação do Cão Maior. Seu nascimento no horizonte leste coincidia com as enchentes do rio Nilo. Que eram muito importantes para os antigos egípcios. Em Roma e na Grécia ela era associada com o calor do verão porque no verão ela está mais deslocada para leste do que agora. Daí a expressão “dias de cão” para aqueles dias de calor insuportável, que felizmente vão ficando para trás, a medida que a Estrela do Cachorro deriva no céu em direção ao oeste.

A direita de Sirius, deixando a vista se desviar na direção do norte temos outras três estrelas menos brilhantes, mas igualmente bonitas. A primeira delas é Prócion, na constelação do cão menor. O Cão Maior e o Cão Menor são os companheiros inseparáveis do caçador Orion. Representado no céu por um quadrilátero de estrelas que começa a se esconder no horizonte oeste aí por volta das nove horas da noite. Orion é a constelação típica do céu de verão. Com o outono ela se desloca para oeste e é substituída pelo grande cachorro.

Mais para o norte, ao lado do Pequeno Cão temos a famosa constelação de Gêmeos, que faz parte do zodíaco, uma faixa de estrelas que era vital para os antigos astrólogos. Eles achavam que a vida das pessoas era influenciada pelas constelações, o que não passa de uma superstição. As estrelas estão longe demais para terem alguma coisa a ver com nossas vidas. Até mesmo a próxima Sirius está a uma distância inimaginavelmente grande. Um ano luz equivale a 9,4 trilhões de quilômetros. Se você pudesse viajar com a velocidade da luz, a coisa mais rápida do universo, levaria oito anos e meio para chegar em Sirius. O mestre da ficção científica Arthur C.Clarke, imaginou uma viagem até Sirius em seu romance “O jardim de Rama” (Olhe na página quatro). A nave Rama 2, que levou a heroína Nicole Desjardins e seu marido até lá, viajava com uma fração da velocidade da luz. E mesmo assim levou 12 anos para atingir o sistema de Sirius.

Em Gêmeos temos duas estrelas interessantes, Castor e Pollux. Que receberam  o nome dos gêmeos que acompanharam os argonautas em sua viagem. Pollux é uma estrela gigante amarela com nove vezes e diâmetro do nosso Sol. Fica há 34 anos luz de distancia e ao redor dela orbita um planeta gigante semelhante a Júpiter. Ao lado de Polux brilha Castor, uma estrela ainda mais esquisita. O que parece uma única estrela aos nossos na verdade são seis estrelas girando numa complicada valsa cósmica. Se existir um mundo orbitando Castor seus habitantes poderão admirar o espetáculo de seis sóis no céu, cada um com uma cor diferente. O problema é que a gravidade conjunta desses sóis bagunçaria com a órbita de qualquer planeta.

A medida que a noite avança as estrelas típicas do inverno começam a surgir a leste. Entre elas a constelação de Escorpião, com a fantástica Antares. Mas isso é assunto para as noites de inverno.

Por:Jorge Luiz Calife – [email protected]

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