Emoção nos trilhos da dança

by Diário do Vale

Os dois espetáculos serão apresentados neste domingo (18), no Auditório do Colégio Olavo Bilac, em Resende – Foto: projetodancaemagia.org.br

Já diziam Milton Nascimento e Fernando Brant, na canção “Encontros e Despedidas”, que “a plataforma desta Estação é a vida deste meu lugar.” E era assim mesmo por todo o Brasil.
Por isso, ”Encontros e Despedidas”, espetáculo de ballet clássico, inteiramente concebido, criado e realizado pela equipe do Projeto Dança & Magia, homenageia as estações de trem e os caminhos de ferro que trouxeram vida, progresso e desenvolvimento ao Sul Fluminense. A inspiração veio da antiga Estação de Barra Mansa, inaugurada em 1787 e que ainda está de pé, firme e forte, transformada no Centro Cultural Estação das Artes.
A obra de Ziraldo também merece homenagem este ano: “O Menino Maluquinho através do tempo”, espetáculo de danças urbanas, traz à cena um dos mais emblemáticos personagens do consagrado cartunista, com sua lógica própria e suas mil e uma diabruras, transformadas em dança da melhor qualidade.
Os dois espetáculos serão apresentados neste domingo (18), no Auditório do Colégio Olavo Bilac, em Resende, com entrada gratuita. Encontros e Despedidas começa às 18h e O Menino Maluquinho Através do Tempo, às 20h.

Tudo acontece na Estação
“Encontros e despedidas” é livremente inspirado nas várias situações que aconteciam nas estações de trem da região e do país inteiro. Mães esperam filhos que vêm de longe, namorados se despedem entre lágrimas, crianças vêm em bando ver o movimento dos trens. Pessoas se separam e se encontram naquele lugar de trânsito e passagem. Umas vão e querem ficar, outras ficam e querem partir…. Mas o trem não é só para gente: é para gado, para carga, para comida e para o progresso que vem com a indústria. Hoje, os trilhos que transportavam e transformavam vidas dão lugar a vagões que carregam insumos e produtos industriais. – Hoje o trem é chamado de “modal” – sublinha Tereza Mendes, diretora financeira do Projeto Dança & Magia. – Tornou-se um transporte mais voltado para atender à indústria e à produção. São outros tempos e o papel das ferrovias é vital também, mas com outro propósito – esclarece. – Mas isso não impede que o enredo do espetáculo passeie pelos emoções, sonhos e lembranças que são caros a muita gente que viveu a era de ouro dos trens de passageiros. Acho importante entender o tempo que foi e valorizar o tempo de agora também – declara.
Para Bete Spinelli, diretora técnica do Projeto Dança & Magia e responsável pela concepção do espetáculo, a felicidade é ainda maior este ano. – Estamos trazendo ao público uma criação original, um projeto próprio, muito especial, que reflete poeticamente a história da região e as transformações decorrentes da chegada da via férrea. – comemora a diretora, que elegeu também a obra de Heitor Villa-Lobos para compor a trilha do espetáculo. – Nada mais natural do que trazer a música do nosso compositor maior para este espetáculo – diz. – Villa-Lobos foi um dos maiores entusiastas da brasilidade e até homenageou, em sua Bachiana no. 2, o “trenzinho do caipira”, nome com o qual batizou um dos movimentos mais conhecidos da obra – lembra.
A concepção e o argumento foram desenvolvidos por Bete Spinelli, Maurette Brandt e Mattusalém Silva. Mathus, além de produtor, responde também pela cenografia – Criar este espetáculo demandou uma pesquisa considerável – conta. – E tem sido um percurso fascinante, que nos permitiu conhecer melhor essa Estação histórica e sua contribuição para a vida da região – revela.
Uma surpresa do espetáculo é a participação dos alunos de danças urbanas. – Estamos trabalhando esse interessante contraste com muita riqueza e entusiasmo – observa a supervisora técnica, professora e coreógrafa Pâmela Sobral. – Para isso contamos com a colaboração inestimável dos professores Willian Carvalho e Wender Domingos, que têm emprestado sua energia e criatividade a essa interação entre duas poderosas técnicas de dança – alegra-se.

Menino Maluquinho em tempo de dança
“O Menino Maluquinho Através do Tempo”, o segundo espetáculo da noite, foi desenvolvido e realizado pelas turmas de danças urbanas. Trata-se de uma releitura da obra de Ziraldo Alves Pinto, conhecido apenas como Ziraldo – cartunista, desenhista, jornalista, cronista, chargista, pintor e dramaturgo brasileiro, criador do personagem. Os professores de danças urbanas do Projeto Dança & Magia mergulharam nas histórias criadas por Ziraldo e também nos filmes que inspiraram, para criar uma aventura cheia de vida e criatividade, que apresenta ao público o resultado do trabalho coreográfico e cênico desenvolvido durante todo o ano.
De acordo com o enredo, Maluquinho convoca seus amigos para uma visita ao Vô Bento, seu grande amigo – e que, por sua vez, adora uma estripulia. Na casa do vovô, os amigos encontram uma vitrola mágica que permite viajar pelo tempo de forma bem dançante. Willian Carvalho, que é professor e também criador do roteiro “O Menino Maluquinho Através do Tempo”, explica o objetivo do tema. – Dedicamos este espetáculo a todos os avôs e avós, que são fundamentais não só na nossa existência, mas também por sua experiência e pelo que nos ensinam – diz. – O futuro de cada um de nós tem seu alicerce firmado pela “pintura” feita em nossas vidas por aqueles que nos dedicam e nos transmitem um sentimento primordial: o amor. E os avós são mestres nisso – declara.

Serviço
Os espetáculos “Encontros e Despedidas” e “O Menino Maluquinho Através do Tempo”, apresentados pelo projeto Dança e Magia, acontecem no próximo domingo (18), a partir das 18 h, no Auditório do Colégio Olavo Bilac – Av. Presidente Vargas, 397 ,Agulhas Negras – Resende. Entrada gratuita.

Ficha Técnica
Encontros e Despedidas
Concepção e direção: Bete Spinelli
Supervisão Técnica e coreografia: Pâmela Sobral
Cenografia, roteiro e produção técnica: Mattusalém Silva
Ensaiadores: Nayane Nogueira, Ana Carla Felizardo e Willian Carvalho

O Menino Maluquinho Através do Tempo
Concepção e coordenação: Willian Carvalho
Cenografia e produção: Xyco Martins e Mattusalém Silva
Coreógrafos: Pedro Henry e Willian Carvalho
Supervisão Técnica: Katia Simões Periquito
Gravação e Áudio: Studio Kamikaze

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