Sul Fluminense – Após ser vítima de um erro médico durante uma cirurgia plástica, a esteticista Nayane Franciele precisou passar por um procedimento de reconstrução da aréola das mamas. E hoje, solidária aos traumas enfrentados por muitas mulheres que foram totalmente mutiladas, ou parcialmente, após a cirurgia de mastectomia, para retirada do câncer de mama, com a cirurgia da redução da mama, entre outros procedimentos, ela presta o serviço voluntário de camuflagem paramédica para o público feminino de toda Região Sul Fluminense.
De acordo com Nayane, que é esteticista desde 2013, o trauma de ter perdido as aréolas a fez estudar sobre o procedimento de reconstrução e se especializar para ajudar outras mulheres.
– Eu tive o meu momento de dor e sofrimento e quis executar esse trabalho de forma voluntária, fazendo a reconstrução em outras mulheres. O objetivo é alcançar o maior número de mulheres da região para que elas saibam que existe esse procedimento e para que elas tenham ciência de que podem realizá-lo de maneira gratuita. É um procedimento muito caro, que muitas das vezes não é acessível para algumas pacientes – ressalta a esteticista.
O trabalho voluntário, segundo ela, alcança moradoras de Resende, Quatis, Volta Redonda, Barra Mansa, Angra dos Reis, Vassouras, Engenheiro Passos, Itatiaia, Porto Real, Piraí, Valença e Angra dos Reis. E os atendimentos são realizados na FNCC (Fundo Nacional do Combate ao Câncer), de Resende, e no GAPC (Grupo de Apoio à Pessoa com Câncer), de Volta Redonda.
Conforme enfatiza Nayane, poder oferecer a camuflagem paramédica a essas mulheres é gratificante pelo fato de poder devolver a autoestima e melhorar o condicionamento emocional de muitas delas.
– Quando se perde a aréola o mamilo fica liso, muitas não sabem se tem solução e isso acarreta em vários traumas, vários problemas na vida de uma mulher. Eu trouxe esse trabalho voluntário porque senti isso, eu sei o que elas passam. É uma forma de ajudá-las a voltar se relacionar, seja familiarmente ou até mesmo sexualmente com seus parceiros, pois muitas têm dificuldades. Eu me emociono fazendo esse procedimento, que pra mim representa acolhimento, cuidado, esperança e alegria para essas mulheres – destacou a esteticista.
Reconstrução
A empregada doméstica, Nilceia Júlia da Silva, de 43 anos, teve um câncer de mama e precisou passar por cirurgia que a fez perder a aréola e o mamilo. Ela fala sobre a experiência de ter passado pelo processo de reconstrução.
– Eu tive a oportunidade de fazer a camuflagem com a Nayane e estou maravilhada com o resultado. Minha autoestima está de volta e indico para todas mulheres que passaram pelo mesmo processo que eu, que também façam – acrescenta.
Interessadas em tirar dúvidas sobre o procedimento podem entrar em contato com a esteticista pelo Instagram @nfcamuflagens ou ligar para o Fundo Nacional do Combate ao Câncer de Resende: (24) 3354 -4012 ou para Grupo de Apoio à Pessoa com Câncer, de Volta Redonda: (24) 3343- 2014.
Roze Martins (Especial para o DIÁRIO DO VALE)