Aladim, aquele do gênio e da lâmpada mágica, está de volta as estantes das livrarias. O motivo é o novo filme da Disney, com o Will Smith no papel do gênio capaz de conceder todos os desejos. Como Simbá, o marujo, Aladim faz parte do ciclo das “Mil e uma noites” que é um dos tesouros da literatura árabe. A nova edição pertence à coleção Clássicos Zahar e se concentra no personagem do jovem plebeu apaixonado por uma princesa. Mas a narradora da história continua a ser a princesa Sherazade.
Ninguém sabe ao certo quem foram os autores dessas histórias. Elas faziam parte do folclore do Oriente Médio e foram sendo coletadas por vários autores. O personagem que inicia a trama é um rei chamado Shariar que teria vivido na antiga Índia ou China, ao descobrir a infidelidade da rainha ele manda mata-la e adota medidas radicais. Shariar passa a se casar com uma série de virgens que são executadas depois de passarem uma única noite com ele. (Não, naquele tempo não existiam leis contra o feminicídio).
Sherazade vai ser a próxima vítima do rei misógino, mas ela concebe um artificio para se salvar. Durante a noite Sherazade começa a contar uma história envolvente. Até o rei ficar com sono e resolver poupa-la por mais uma noite para conhecer o final da história. E como as histórias da Sherazade têm mais personagens do que os Vingadores da Marvel e são intermináveis, ela consegue viver por 1001 noites. Até que o rei percebe o valor das mulheres e resolve interromper o ciclo de feminicídios.
Curiosamente, as três histórias mais famosas das 1001 noites não faziam parte da versão árabe original. Elas são “Aladim e a lâmpada maravilhosa”, “Ali Baba e os 40 ladrões” e “As sete viagens de Simbá”. Elas foram introduzidas no livro por Antoine Galland e outros tradutores europeus.
O Aladim, da Zahar, tem 144 páginas e custa em torno dos 32 reais. A tradução é de Paulo Lemos Horta e foi baseada na tradução inglesa de Yasmine Seale, que procurou manter a força e o suspense do texto original. Embora seja uma edição de bolso ela tem capa dura e um visual muito bonito
Por: Jorge Luiz Calife