Tragédia em Petrópolis deixa rastros no Sul Fluminense

by Diário do Vale

Barra Mansa e Petrópolis – A tragédia ocorrida em Petrópolis há quase uma semana também afetou pessoas da região Sul Fluminense que têm parentes ou amigos na cidade serrana. Elas contaram à equipe do DIÁRIO DO VALE como está sendo acompanhar de longe toda a destruição provocada pelas fortes chuvas, que até a publicação desta reportagem totalizava 178 mortes.

O funcionário público Ivan Gomes de Almeida, de 44 anos, tem um casal de tios e dois primos que moram na Serra e disse que entrou em desespero quando começou a acompanhar os vídeos das enxurradas e deslizamentos pelas redes sociais.

– Meus tios moram com os filhos no Centro e já são idosos. Foi um desespero muito grande quando a minha família soube do ocorrido porque na hora da chuva eles estavam sozinhos, já que meus primos trabalham, e ficamos muito preocupados. Passamos a tarde toda tentando falar com eles pelo telefone e celular e não conseguimos porque estavam sem energia elétrica. Só no final da noite meu primo enviou um áudio, chorando, contando que o que ele havia presenciado tinha sido uma ‘cena apocalíptica’, mas que estavam todos salvos. Foi um alívio – detalhou Almeida.

A cabeleireira Meiriane Ellen Borges, que é de Barra Mansa, contou que sua família também passou momentos de angústia diante da tragédia ocorrida em Petrópolis, onde moravam os avós maternos do seu esposo. De acordo com ela, a casa onde eles viviam foi totalmente soterrada.

– Os pais da minha sogra moram na Vila Filipe com a filha, que tem uma menina de um ano e cinco meses, e um filho. Eram duas casas, uma em cima da outra, e a queda de uma barreira destruiu os dois imóveis. Não sobrou nada e ainda soterrou o avô do meu marido, que não aguentou e morreu. A esposa dele quebrou as duas pernas e está internada – relata Meiriane.

De acordo com ela, a filha do casal e a bebê foram salvas pelo irmão, que as retirou do imóvel a tempo, mas que não conseguiu resgatar os pais, antes que a encosta derrubasse os imóveis.

– Quando voltou ao local, a água e a lama já tinham derrubado a casa. Ele foi para buscar os pais, mas eles já tinham sido soterrados com outros vizinhos que estavam gritando por socorro. Ele perguntou se tinha alguém ali e o vizinho disse que era o pai dele, mas que achava que estava morto porque não respondia. Ele encontrou a mãe e passou dois dias tentando localizar o corpo do pai no IML. A sensação é muito ruim porque a gente fica sofrendo de longe, sem notícias e sem poder fazer nada – lamentou Meiriane, ressaltando que parentes e amigos estão fazendo uma campanha para arrecadar roupas e donativos para a bebê.

Escapou da tragédia

Há um mês morando em Petrópolis, e há duas semanas no bairro Vila Filipe, a estudante Caroline Gomes de Oliveira Barros, de 24 anos, casada com o militar Matheus Caio de Barros, de 27 anos, veio para Barra Mansa no dia da tragédia, por volta de meio-dia. Segundo ela, a viagem para a cidade natal foi para participar de um velório e a sua intenção era voltar para Serra no mesmo dia, ou então na quarta-feira pela manhã.

– Agora eu não tenho previsão de quando vou poder voltar para casa. Meu bairro foi um dos locais mais atingidos e agora nosso apartamento está interditado, porque a rua está acabada, destruída, não tem energia e nem água e a orientação dos bombeiros é para que a gente não retorne, até porque ainda há riscos – ressaltou a estudante.

De acordo com Caroline, ela e o marido se mudaram para a cidade por conta do trabalho dele e, até o momento, eles conhecem poucas pessoas na cidade. Mas, uma de suas vizinhas a manteve informada sobre o que ocorreu e o que fez para se salvar.

– Pelos vídeos e áudios que a minha vizinha me mandou eu pude ter a noção de como a chuva destruiu a cidade. Ela me disse que estavam no prédio e do barranco que tem atrás começou a deslizar muita lama. Todos tiveram que sair correndo, deixando tudo para trás. Estava tudo escuro, ela só com a roupa do corpo e a cachorrinha dela na não, junto com os outros vizinhos, tiveram que pular muro, passar pela casa de outras pessoas para escapar. Se eu não estivesse em Barra Mansa também teria passado por esses momentos de desespero – disse a estudante.

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