Três Rios terá acolhimento em hotel para vítimas de violência doméstica

Três Rios – Com o objetivo de ampliar o número de vagas de acolhimento para mulheres vítimas de violência doméstica, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), a Secretaria de Estado da Mulher, o Instituto Para o Desenvolvimento Sustentável (Indes) e o Instituto Avon assinaram acordo de cooperação técnica na tarde dessa terça-feira (30). O “Programa Acolhe” viabiliza hospedagens em caráter emergencial e temporário nos hotéis da rede Accor, para as vítimas e seus filhos que precisam sair de suas casas de forma imediata.

Os hotéis participantes estão localizados nos municípios de Três Rios, Itaperuna, Petrópolis, Macaé e Nova Iguaçu. Além do acolhimento, incluindo alimentação, serviço de lavanderia e atendimento multiprofissional, o convênio prevê a oferta de cursos profissionalizantes para as mulheres interessadas.

“Não adianta receber essas mulheres se não tivermos instrumentos para um acolhimento de qualidade. Em geral, nesse momento inicial, a vítima está muito fragilizada. Quando a Avon e a rede Accor se propõem a patrocinar esse acolhimento e firmam essa parceria conosco, Tribunal de Justiça, e com a Secretaria da Mulher, isso só pode ser elogiado”, declarou o presidente do TJRJ, desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, durante a solenidade de assinatura do acordo.

O evento foi realizado no Salão Desembargador José Joaquim da Fonseca Passos, no Fórum Central. Compuseram a mesa da cerimônia, além do presidente do TJ, a desembargadora Adriana Ramos de Mello, coordenadora Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar; Beatriz Accioly, coordenadora de Parcerias e Relações Institucionais do Instituto Avon; Olívia Leal David Madrani França, coordenadora do Programa Acolhe no Instituto para o Desenvolvimento Sustentável; Heloisa Helena de Alencar Aguiar, secretária de Estado da Mulher do Rio de Janeiro; e a primeira-dama do Estado do Rio, Analine Castro.

“A gente vê que as parcerias são fundamentais. A violência contra a mulher é um fenômeno estrutural, multifatorial. A sociedade toda precisa dar sua parcela de contribuição, inclusive a iniciativa privada. As parcerias público-privadas têm sido muito importantes no enfrentamento à violência”, afirmou a desembargadora Adriana Ramos de Mello.

Beatriz Aciolly, do Instituto Avon, explicou que o Acolhe, criado durante a pandemia, é um programa de abrigamento alternativo e provisório de mulheres em situação de violência doméstica. Ele já atua em 13 estados do Brasil e agora, oficialmente, chega ao Rio de Janeiro. Desde que foi iniciado, em 2020, o programa já acolheu mais de 600 mulheres.

“Durante esse período, a mulher é atendida pela rede pública, mas também é apoiada por uma série de profissionais especialistas que ajudam a construir planos individuais de ação e formas de proteção. A vítima pode levar até três acompanhantes para o hotel, pois entendemos que é importante para ela não estar sozinha nesse momento”.

Em suas falas, Olívia Madrani e Heloísa Helena Alencar destacaram a iniciativa e elogiaram o empenho das pessoas que integram a rede estadual de enfrentamento à violência.

“Temos dificuldades, mas também muitos avanços na área. Não tenho dúvidas de que, juntos, vamos baixar os índices de violência de gênero no Estado do Rio”, finalizou Heloísa Helena Alencar, secretária de Estado da Mulher.