Musa transexual de Volta Redonda será julgadora em campeonato de fisiculturismo LGBT

O mundo LGBT conquista mais um avanço dessa vez no esporte é que acontece neste sábado, dia 10, a partir do meio dia em uma boate na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, o primeiro campeonato de fisiculturismo de transexuais. Umas das julgadoras da competição será a musa transexual Paloma Salume, de Volta Redonda. Paloma conquistou o título de musa fitness transexual na categoria Wellnes. Além de musa fitness, Paloma é dançarina profissional, professora de dança e artista. Ela iniciou na carreira como funkeira e ficou conhecida como Paloma Transtornada do Funk.
Em entrevista ao DIÁRIO DO VALE ela disse que sempre lutou pela abertura do esporte ao público LGBT e se sente realizada com o convite para participar do primeiro campeonato de transexual.
– Estou muito feliz e emocionada com essa conquista do público LGBT no esporte, pois existia uma carência e sempre lutei por essa abertura. Penso que não há diferença entre atletas heterossexuais e transexuais, as oportunidades devem ser dadas a todos e essa atitude do primeiro campeonato brasileiro de fisiculturismo de transexuais, outras modalidades esportivas podem seguir como exemplo – disse.
De acordo com Paloma, a expectativa com a competição está nas alturas, à musa fitness comenta que é uma grande responsabilidade estar entre os jurados e em relação aos cuidados com o corpo, ela destaca que malha todos os dias e toma suplementos alimentares para definir as curvas.
– É uma grande responsabilidade julgar as atletas, elas são lindas e têm o corpo perfeito, vai ser difícil, mas estou ansiosa com a participação e orgulhosa também. Desde cedo iniciei cuidados com o meu corpo malho todos os dias e utilizo suplementos alimentares que ajudam na definição dos músculos e das curvas. O cuidado com a alimentação é muito importante e além da musculação, as aulas de dança de ritmo complementam as atividades físicas – conta.
O resultado do primeiro campeonato estará disponível nas redes sociais da BFS/ WBPF-RJ.

‘Nasci no corpo de homem, mas sempre me senti uma mulher’

A transexual Paloma Salume comenta que nasceu mulher em corpo de homem e desde a infância gostava de brincar com bonecas, usar roupas femininas, calçar sandálias de salto alto, e claro se maquiar e desfilar em frente ao espelho, como toda menina. Ela frisa que a família sempre a acolheu e a aceita do jeito que ela é, e em relação ao preconceito fora de casa, Paloma é curta e afiada: respeito a todos e exijo o mesmo.
– Sempre me senti feminina, nunca me enxerguei naquele corpo. Eu nasci homem, mas nunca me vi como homem, sempre me senti uma mulher. Na infância eu não brincava com os outros meninos. Gostava mesmo era das brincadeiras de meninas e me vestia com roupas femininas. Dentro de casa nunca fui reprimida, mas fora sim, já enfrentei preconceito, mas nem isso me fez deixar de ser quem eu sou. Você é criticada por todos os lados no “palco da vida”, porém sempre respeitei todas as pessoas e exijo o mesmo – disse.
Com o tempo, Paloma foi aperfeiçoando a aparência, aos 13 anos iniciou a introdução de hormônios femininos, deixou o cabelo crescer, colocou silicone nos seios e nos quadris e investiu ainda em aplique nos cabelos. Por onde passa Paloma chama a atenção também com 1, 93 de altura não tem como passar despercebida nas ruas.
– Na adolescência iniciei a transformação para me tornar uma mulher, aos 13 anos, comecei a tomar hormônios femininos e depois iniciei as intervenções cirúrgicas no corpo – comenta, acrescentando que não optou pela cirurgia de readequação genital.
– Não fiz cirurgia resolvi não passar por esse procedimento e isso não muda em nada a minha identidade feminina – fala.

Oficialmente Paloma

Paloma Salume conseguiu na Justiça alterar o seu nome e gênero sexual em todos os documentos, mesmo não tendo passado por cirurgia. Para Paloma, a Justiça brasileira avançou na causa LGBT e o processo de alteração de nome e gênero está atualmente bem mais rápido. Ela comenta ainda que na época da alteração dos seus dados demorou quatro anos para oficializar.
– Atualmente essa alteração do nome e gênero sexual nos documentos está bem mais rápida, no meu caso, demorou quatro anos. Foi uma luta, eu fui em busca dos meus direitos e consegui. Acho que é a Justiça brasileira aos poucos está avançando na causa LGBT – disse.