Cachaça artesanal de Vassouras ganha medalha de prata em concurso nacional

Por Diário do Vale

Vassouras – Embora seja um produto recente no mercado de destilados, idealizado pelo empresário Fábio Karan Brandão em 2017, a cachaça Kana Karam, produzida artesanalmente em Vassouras, foi premiada com medalha de prata na 29ª edição da Expocachaça de Belo Horizonte (MG). O evento, considerado o maior da categoria em âmbito nacional, aconteceu em outubro do ano passado, quando a cachaça Kana Karam concorreu com outras três mil cachaças inscritas e 469 alambiques.

Entusiasmado com a premiação, Brandão explicou que só participou do concurso em 2020 porque a Expocachaça foi realizada no formato online, por causa da pandemia, e que se surpreendeu com o resultado. “É o concurso de cachaça mais famoso do Brasil, mas que também é muito caro para participar. Como no ano passado foi online e mais barato, nós fizemos a inscrição e tivemos essa surpresa de sermos premiados com a medalha de prata. Foi o nosso primeiro concurso e motivo de muito orgulho”, ressaltou o empresário.

De acordo com Brandão, antes de comercializar a cachaça Kana Karam a ideia era produzir a bebida para o consumo próprio, de amigos e familiares que também apreciam a bebida. Ele e o filho, Pedro Pedro Von Halle Karam Brandão, compraram um alambique pequeno, para produção de cinco litros, mas logo a cachaça caiu no gosto de quem consumia e então resolveram profissionalizar a produção.

“Eu adoro cachaça, mas encontrar uma boa e de qualidade na região é muito difícil, além de ser muito cara. Eu e meu filho resolvemos entrar nesse ‘mundo’ mineiro de cursos de cachaça, compramos um alambique pequeno para consumo doméstico, porém, quando os amigos ou pessoas da família experimentavam não sobrava nada. Vimos que tínhamos acertado em um produto bom e aí tivemos esse ponto de vista comercial em criar a Kana Karam”, explicou o produtor, ao ressaltar que a produção artesanal é feita no distrito de Demétrio Ribeiro.

Conforme explica Brandão, a produção da cachaça em 2021 já foi encerrada, no entanto, hoje o alambique possui um estoque de 30 mil litros para ser comercializado. O produto é distribuído em estabelecimentos da região e também pode ser solicitado via delivery pelo telefone (24) 24 99967-2113

Atividade sustentável

De acordo com o empresário, desde que teve a iniciativa de comercializar a cachaça Kana karam, a preocupação não se limitava à qualidade da bebida, mas também a busca por uma atividade sustentável e com o mínimo impacto ambiental possível. Com esse foco, ele explica que a cana para produção da bebida é plantada na propriedade com adubação orgânica, sem nunca terem utilizado aditivos ou defensivos químicos.

O corte é feito com enxada rente a terra, para prevenir a criação de porta de entrada para fungos e bactérias, e o transporte é realizado em veículo exclusivo para a garantia de não haver contaminação da cana que é despontada, despalhada e lavada antes da moagem. Ainda segundo o produtor, ninguém entra no alambique, durante o processo produtivo, sem os equipamentos de proteção.

“A ponta da cana é trocada, com os produtores locais de gado, por esterco para a complementação da adubação verde do canavial e toda a água utilizada para resfriamento e condensação da cachaça circula em circuito fechado e, por isso, não há desperdício de um único litro de água nesse processo”, detalhou Brandão.

Da cachaça à cervejaria

Com uma trajetória positiva com a produção e venda da cachaça, o proprietário da Kana karam resolveu, no final do ano passado, apostar na cerveja artesanal. Um dos motivos, conforme ele explica, foi reaproveitar os empregados, uma vez que a produção de cana ocorre apenas no período de seis meses. Batizada de cerveja Karam, a bebida também é distribuída na região e por delivery em garrafas de um litro em barris de chopp.

De acordo com Brandão, ele já tinha garantido produção orgânica da cana e da cachaça; instalações aprovadas pelo Ministério da Agricultura, cachaça de qualidade e respeito à legislação trabalhista de seus colaboradores, no entanto, surgiu um imprevisto, ou seja: a cachaça vem da cana, que tem um período de safra para a sua colheita que , vai de junho a outubro, dependendo das chuvas.

“Então veio a dúvida sobre o que fazer com os empregados fora desse período e a única forma de contornar esse problema seria com uma atividade que se desenvolvesse por todo o ano. Daí a ideia da fabricação de cerveja”, esclareceu o empresário.

Segundo ele, a produção da cerveja segue os mesmos parâmetros da cachaça, com água de boa qualidade certificada pelo INEA; matéria prima de excelência; resfriamento do processo cervejeiro em circuito fechado com utilização de água da chuva para garantir que não haja desperdício e risco de contaminação da cerveja.

“Com isso, garantimos o respeito ao meio ambiente; aos direitos dos empregados, aos recursos hídricos, aos consumidores, além de integração da comunidade local com o processo produtivo, seja pela via direta do emprego, seja pelo consórcio matéria orgânica/adubo”, acrescenta Brandão, ao informar que as instalação do alambique e da cervejaria possuem total acessibilidade, tendo inclusive sanitários com fraldário, além de equipamentos necessários para atender portadores de deficiência.

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