Esta semana deve chegar aos cinemas o novo remake do clássico de Jack London, “O Chamado da Floresta”. Desta vez com o Harrison Ford como coadjuvante. Já que o personagem principal da história é um cachorro que leva uma vida de cão durante a corrida do ouro do Yukon, no século XIX. London, que viveu no século XIX, é lembrado até hoje por dois romances tendo caninos como protagonistas. “O Chamado da Floresta” conta a história de Buck, um cão doméstico que se torna selvagem depois de sofrer na mão dos homens. Já “Caninos Brancos” é o oposto, e conta a história de um lobo que resolve viver com os homens.
Jack London viveu na época do faroeste americano e suas histórias sobre cachorros e lobos se passam no norte do Canadá, na época da colonização daquela região pelo homem branco. Quando a descoberta de jazidas de ouro fazia pequenas cidades nascerem da noite para o dia. Uma das primeiras adaptações para o cinema de “O Chamado da Floresta” foi filmada em 1972, com o astro Charlton Heston no papel do melhor amigo do cachorro Buck. E foi tudo filmado na Finlândia, bem longe do cenário original da história. Mas, como em outras adaptações, colocaram um pastor alemão para fazer o papel de Buck. A versão 2020 é a primeira que usa um cão mestiço de São Bernardo e pastor escocês, como descrito no romance de London. “Caninos Brancos” também já teve inúmeras adaptações para o cinema, a última, de 1991, tem um elenco liderado pelo Ethan Hawke e o alemão Klaus Maria Brandauer com um cachorro huskie siberiano fazendo o papel do mestiço de cão e lobo da história. Essa ideia do Jack London, de explorar o parentesco entre cães e lobos, também serviu de tema para “Alfa” (2018), que conta a história de um jovem caçador pré-histórico que fica amigo de um lobo durante o período pleistoceno. O filme do diretor Albert Hughes mostra uma idade da pedra mais civilizada do que a época atual. E tem um final surpresa. Cães e lobos são parentes tão próximos que podem ter filhotes híbridos. E tudo indica que os primeiros cachorros foram lobos domesticados, como mostrado no filme.
Clássicos
Um clássico do gênero “filme de cachorro” é “A Incrível Jornada”, dos estúdios Disney. O filme de 1993 conta a história de um cão Golden retriever e um buldogue que viajam pelas montanhas rochosas tentando reencontrar seus donos que se mudaram para São Francisco. Um quase remake de “A Incrível Jornada” é o recente “A Caminho de Casa” que mostra uma jornada semelhante empreendida por uma cadela da raça Pit bull, que viaja 640 quilômetros para reencontrar seu dono.
Felizmente nem todo cão tem que passar pelos desafios dos protagonistas dos filmes acima. A maioria leva vidas tranquilas ao lado de seus donos. Como é o caso do Marley, personagem do filme “Marley e Eu” (2008) que conta a história do cachorro de um jornalista, desde o tempo em que era um filhote até a velhice e a morte. O filme foi um sucesso tão grande que Marley virou nome de pet-shop. Nossa relação com essas criaturas de quatro patas é tão grande que atribuímos a elas muitas características humanas. No filme “Quatro Vidas de um Cachorro” (2017) o protagonista tem uma alma imortal e vive morrendo e reencarnando como vários cachorros diferentes.
E ainda este ano teremos a versão de computação gráfica do desenho animado “A Dama e o Vagabundo”, que narra o romance entre um vira-lata e uma cadela de raça. Mas, os desenhos animados sobre cães já são um outro gênero.
Jorge Luiz Calife